65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
COMPOSIÇÃO FLORISTICA DE UM TRECHO DE FLORESTA OMBRÓFILA NO MUNICÍPIO DE COMODORO, MATO GROSSO
Gilmar Alves Lima Júnior - MSc. em Botânica. Depto.de Ensino do IFRO, Câmpus Ji-Paraná.
Jhone Inácio da Silveira - Discente de Biologia CEULJI/ULBRA
Marlon Eduardo Dias Alves - Biólogo, Consultor Ambiental
Inês Nalita D'Ávilla de Lima - Engenheira Florestal. Consultora Ambiental
Dayane Cristina Carlos Dias - Discente do Curso Técnico em Florestas do IFRO, Câmpus Ji-Paraná
Temilze Duarte Gomes - DSc. em Botânica. Depto. Botânica e Ecologia da UFMT, Câmpus Cuiabá.
INTRODUÇÃO:
Dentre os trechos selecionados para a instalação da LT 600kV CC Coletora Porto Velho – Araraquara 2, N° 02, onde será necessário suprimir a vegetação nativa, destaca-se a região próxima ao município de Comodoro (MT) apresenta elevadas taxas de conversão de vegetação nativa (Floresta Ombrófila e Cerrado) em pastagens e monocultura. A supressão de vegetação para grandes empreendimentos contribuem para aumento da pressão sob as espécies nativas. Aproveitando as exigências e cumprimento da legislação ambiental do referido empreendimento, um trecho de vegetação nativa de Floresta Ombrófila foi selecionado para estudo e identificação dos indivíduos arbóreos. A coleta de amostras para coleção deve contribuir para a obtenção de material botânico preservação do patrimônio genético, através de ações de conservação das instituições regionais. Sendo assim, este estudo justifica-se como medida mitigadora dos impactos identificados no Estudo de Impacto Ambietal (EIA) como a “Perda de Cobertura Vegetal” e “Fragmentação da Biocenose”. Devido a supressão total do trecho estudado, os resultados devem contribuir para conhecimento florístico para a fitofisionomia, de indivíduos que serão suprimidos totalmente para construção do empreendimento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estudo da flora arbórea em um trecho de Florestal Ombrófila no norte de Mato Grosso, município de Comodoro , N° 02, através do 1) Levantamento e identificação das espécies arbóreas do local; 2) Classificação do status de conservação das espécies de acordo com a literatura e 3) Identificando o potencial de uso das espécies.
MÉTODOS:
A área de estudo localiza-se no norte do estado de Mato Grosso, no município de Comodoro. As coletas foram realizadas em uma campanha de campo, entre 20 a 30 de agosto de 2012. Foram estudadas quatro parcelas de Floresta Ombrófila, variando o comprimento de acordo com as condições de campo. Foi utilizada uma metodologia de levantamento rápido da vegetação, identificando todos os indivíduos arbóreos com diâmetro a altura do peito maior ou igual a 15cm ao longo de uma trilha de 2 metros de encontrados nas parcelas. A listagem florística foi feita a partir da identificação de todos os indivíduos amostrados na área, em campo, consulta a especialistas e por meio de literatura especializada, por comparação com material de identidade conhecida no herbário. A grafia dos nomes científicos foi verificada no banco de dados nomenclatural do Missouri Botanical Garden (MOBOT). A lista de espécies foi preparada em ordem alfabética de famílias de acordo com Angiosperm Phylogeny Group (APG) atualizado em APG II. O material botânico fértil encontra-se depositado na Coleção Botânica do Instituto Federal de Rondônia, Câmpus Ji-Paraná.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram amostradas 123 espécies, distribuídas em 83 gêneros e 34 famílias botânicas. Os gêneros com maior riqueza de espécies foram Tachigali e Miconia (seis espécies cada), Enterolobium, Hirtella e Pourouma com quatro espécies cada. As famílias que possuem as maiores riquezas de espécies são Fabaceae (24 espécies), Malvaceae(11 spp.), Melastomataceae (8 spp.), Lauraceae (7 spp.), Annonaceae e Moraceae com seis espécies cada, Arecaceae, Chrysobalanaceae com cinco espécies cada. Nenhumas das espécies amostradas constam na Instrução Normativa MMA n°06/2008 e com a lista da IUCN (2010), quanto ao status de conservação, pode-se dizer que é vulnerável a extinção. A família que apresenta maior riqueza em espécie, se destacando com grande riqueza a Fabaceae. O estudo desta floresta ombrófila relatou que apenas 4 famílias contribuíram com 40,65% da riqueza total de famílias de áreas de floresta, ou seja, a alta porcentagem esta concentrada em poucas famílias.
CONCLUSÕES:
A riqueza de espécies da área amostrada é considerável quando comparadas com outros estudos no norte de Mato Grosso. A família Fabaceaeé a família botânica que apresentam maior riqueza de espécies, como apresentada outros estudos. A lista de espécies deve contribuir com a orientação de programas de recuperação de áreas degradadas para a região.
Palavras-chave: Flora Mato-grossense, Transição Amazônia/Cerrado, Composição florística.