65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 5. Química de Macromoléculas
POTENCIAL ANTIOXIDANTE E HEMOLÍTICO DE DIFERENTES EXTRATOS DA CASCA DE Anadenanthera colubrina
Jorge José de Souza Pereira - Depto. de Bioquímica. Laboratórios de Glicoproteínas e Produtos Naturais - UFPE
Aline de Paula Caetano Pereira - Depto. de Bioquímica. Laboratórios de Glicoproteínas e Produtos Naturais - UFPE
Elaine Caroline do Nascimento e Silva - Depto. de Bioquímica. Laboratórios de Glicoproteínas e Produtos Naturais - UFPE
Renata Maria de Souza - Depto. de Bioquímica. Laboratórios de Glicoproteínas e Produtos Naturais - UFPE
Márcia Vanusa da Silva - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Bioquímica e Produtos Naturais - UFPE
Maria Tereza dos Santos Correia - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Bioquímica e Glicoproteínas - UFPE
INTRODUÇÃO:
A utilização de plantas em atividades terapêuticas é uma das práticas mais antigas empregadas pelo homem. Anadenanthera colubrina, conhecida popularmente como “Angico” é amplamente usada na medicina popular no combate a diarreias, úlceras, leucorreia e gonorreia. O decocto e o xarope das cascas do caule são empregados contra tosse, bronquite e coqueluche, o ferimento de sua casca libera uma resina empregada no tratamento de problemas respiratórios. Devido os componentes sintetizados por essa planta apresentem atividade biológica de interesse medicinal, buscamos avaliar sua ação antioxidante, principalmente pelo grande acometimento de pessoas por doenças degenerativas, de doenças de natureza cardiovascular e desenvolvimento de tumores associados à ação de radicais livres.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar a atividade antioxidante dos extratos metanolico, aquoso e acetato de etila da casca de Anadenanthera colubrina, bem como a dosagem de compostos fenólicos e seu potencial citotóxico, na tentativa de mensurar se essas novas fontes bioativas são passíveis de efeitos nocivos e/ou benéficos à saúde.
MÉTODOS:
O material vegetal foi coletado no Parque Nacional do Catimbau, PE-Brasil, processado, identificado e incorporado ao acervo do Herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Em seguida, as cascas foram secas em temperatura ambiente, e processadas em moinho de bancada para obtenção da farinha. Para obtenção dos extratos, foram utilizadas 5g da casca para cada solvente (metanol, água e acetato de etila) na proporção de 1:10, mantidos sob agitação por 24 horas, em seguida o material foi filtrado, evaporado e mantido em diferentes concentrações para posterior estudo. Após obtenção dos extratos brutos, foi realizada a dosagem do teor de compostos fenólicos pelo método de Folin–Ciocalteu, sendo os resultados expressos como μg de equivalentes de ácido gálico (EAG). Posteriormente, foi testada a capacidade antioxidante pelo método de avaliação do poder seqüestrador do radical DPPH e fosfomolibdenio, relacionando com os padrões: ácido gálico (AG) e ácido ascórbico (AA), para finalizar, avaliamos o potencial hemolítico utilizando eritrócitos humanos como um sistema de teste.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Anadenanthera colubrina apresentou dosagem de fenóis totais de 0,62 ± 0,16 mg/g EAG, 12,93 ± 0,92 mg/g EAG e 5,15 ± 3,85 mg/g EAG para os extratos aquoso (EA), metanolico (EM) e acetato de etila (EAE) respectivamente. Para as atividades antioxidantes pelo método do DPPH os resultados foram expressos em IC50 onde os extratos EA, EM, EAE apresentaram valores de 22,68 ± 4,60 µg/mL, 76,55 ± 3,48 µg/mL e 7,95 ± 0,6 µg/mL, respectivamente para inibição do radical.Quando comparado ao controle 10.83± 3.12 µg/mL, observamos que o extrato EAE apresentou valores inferiores, demonstrando seu alto potencial de inibição. Para o método do fosfomolibenio os resultados obtidos foram de EA 9,3 ± 0,3% EM 68,2 ± 2,06 % EAE 14,43± 1,2% . Na atividade hemolítica a HC50 foi de 639,5 ± 0,7 µg/mL, 377,66 ± 2,30 µg/mL 277,9 ± 0,63 µg/mLpara os extratos EA, EM, EAE, respectivamente.
CONCLUSÕES:
Os extratos da casca de Anadenanthera colubrina apresentaram excelentes resultados antioxidantes e uma baixa atividade hemolítica, sendo uma espécie promissora para obtenção de novos compostos bioativos benéficos a saúde. Quando comparamos os extratos, observamos que o extrato metanolico mostrou-se como o melhor antioxidante e com baixa atividade hemolítica. O isolamento e identificação dessas moléculas, e a compreensão da ação na captação de radicais livres são de suma importância para o desenvolvimento de novas drogas, e possível utilização na prevenção de muitas doenças.
Palavras-chave: Radicais Livres, Extrato, Planta Medicinal.