65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia
ENTRE A ESCOLA E O TRABALHO: OS DILEMAS E PERSPECTIVAS DOS JOVENS UNIVERSITÁRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Lília Maria Silva Macêdo - Ciências Sociais – UFRJ
Felícia Silva Picanço - Profa. Dra./Orientadora – Ciências Sociais - UFRJ
INTRODUÇÃO:
A juventude não está relacionada apenas a certa fase do desenvolvimento natural do organismo humano. Ser jovem corresponde a uma maneira de agir, pensar e sentir específica que não se constitui como uma disposição inata. Trata-se, antes, de um papel social elaborado em meio à trama das relações e valores socioculturais. Esta pesquisa parte desta perspectiva sociológica da juventude como identidade social. A juventude pode ser pensada a partir da maneira como os jovens se inserem no universo adulto, o que segundo os parâmetros culturais tradicionais seria marcado pela saída da escola, entrada no mundo do trabalho, constituição de uma nova família por meio do casamento, saída da casa dos pais e chegada do primeiro filho. Embora novas possibilidades de trajetórias estejam se configurando - de modo que o curso da vida se torna cada vez mais imprevisível e menos linear, como um processo em aberto para múltiplas direções - uma das questões sempre presente trata das escolhas em relação a trabalho e estudo. Inúmeros são os dilemas e tensões que permeiam esta situação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho tem como objetivo apresentar e desdobrar alguns resultados da pesquisa “Famílias, condições de vida, transmissões e aquisições”, cujo objetivo geral foi analisar a situação dos jovens em relação a trabalho e estudo, em especial aqueles que fazem a aposta na educação superior como mecanismo de ascensão ou reprodução social e as suas percepções sobre mobilidade e desigualdade.
MÉTODOS:
Para tanto, a pesquisa teve três níveis: macro, meso e micro. No nível macro procurou-se mapear as mudanças ocorridas entre os jovens de 18 a 29 anos em relação à aposta na educação e, entre aqueles que dão continuidade à escolarização, a aposta no nível superior segundo gênero, cor e faixa de renda familiar. Em seguida, buscou-se traçar um perfil de todos os universitários no Brasil e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) dos anos de 1993, 1998, 2003 e 2008. No nível meso os dados se originam de um survey realizado com alunos da UERJ sobre mobilidade e percepções de desigualdades, comparando-se as opiniões daqueles que fazem ascensão educacional em relação aos pais e os reprodutores, isto é, aqueles cujos pais tinham nível superior. E no nível micro, de uma série de entrevistas qualitativas com alunos da UERJ selecionados segundo a situação de serem reprodutores, em ascensão, cotistas e não cotistas e curso que faziam.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A partir da análise de dados que compõe o estágio inicial desta pesquisa podemos apontar algumas dinâmicas sociais do quadro educacional brasileiro. No contexto da promoção de uma série de políticas públicas e com a expansão da rede privada de ensino, o acesso ao nível superior foi ampliado, favorecendo grupos como os jovens negros e de baixa renda.
CONCLUSÕES:
Entretanto, estas mudanças não reverteram por completo as profundas desigualdades sociais que ainda marcam o perfil dos jovens universitários brasileiros.
Palavras-chave: Desigualdades sociais, Acesso ao ensino superior, Regiões Metropolitanas.