| F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação |
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| EVIDÊNCIAS FOLKCOMUNICACIONAIS E FOLKMIDIÁTICAS NO BOI DE RUA DE PARINTINS |
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Yasmin Ribeiro Gatto Cardoso - Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia – UFAM.
Soriany Simas Neves - Profa.Msc/Orientadora-Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia – UFAM
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| INTRODUÇÃO: |
| Este trabalho é resultado final da pesquisa cujo objetivo geral foi analisar o Boi de Rua de Parintins como um fenômeno folkcomunicacional e folkmidiático bem como os procedimentos folkcomunicacionais que os agentes sociais se utilizavam na expressão de cultura popular, a fim de identificar quais transformações incidiram sobre essa manifestação. Partindo deste pressuposto, identificou-se de que forma o boi massificado (boi como produto cultural) intervém na manifestação do Boi de Rua, que é uma manifestação da cultura popular (folguedo). A metodologia se norteou pelos pressupostos da pesquisa etnográfica, a técnica da história oral e o conceito de memória. Os procedimentos metodológicos foram realizados em quatro etapas de pesquisa. A relevância da pesquisa se dá no âmbito de que os trabalhos desenvolvidos nessa área são incipientes e dentro do município é importante ter uma pesquisa como referência para as duas agremiações folclóricas. Deste modo pode-se inferir alguns resultados como: o Boi de Rua é um ex-voto; seus fundadores são comunicadores de folk e hoje essa manifestação já possui aspectos folkmidiáticos. |
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| OBJETIVO DO TRABALHO: |
| Os objetivos da pesquisa foram analisar o Boi de Rua como fenômeno folkcomunicacional bem como os procedimentos folkcomunicacionais que os agentes sociais se utilizavam na expressão de cultura popular, a fim de identificar quais transformações incidiram sobre essa manifestação; identificar até que ponto o boi como produto massificado intervém no Boi de rua e vice-versa. |
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| MÉTODOS: |
| A metodologia utilizada se deu por meio da pesquisa etnográfica que teve como objeto “O Boi de Rua”, enquanto sistema folkcomunicacional e folkmidiático. O método etnográfico subsidiou as incursões em campo, a pesquisa compreendeu três etapas: descrição etnográfica dos ambientes dos bois de rua na sua relação com o passado e o presente; o estudo e reconhecimento de elementos folkcomunicacionais, e por fim, foram realizadas 15 entrevistas semi-estruturadas, e o acompanhamento às saídas do Boi na rua. Utilizamos também como coleta de dados a técnica da história oral devido a possibilidade do acesso direto às normas, memória social, valores e critérios que norteiam o agir dos atores sociais enquanto elementos participantes desse sistema folk. A pesquisa teve como público alvo os agentes sociais que já participaram e participam das manifestações do Boi de Rua de Parintins, dos Bois Garantido e Caprichoso, identificando sua simbologia em torno dessa cultura popular, abrangendo os agentes sociais que pertencem às famílias tradicionais dos Bois de Parintins, tais como Monteverde, Cid, Farias, Assayag, e aqueles em que os bois param em suas casas para evoluir. A pesquisa excluiu outros folguedos (bois) existentes no Município, e agentes que acompanham a ritualística há menos de dez anos. |
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| RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
| Em análise, classifica-se a manifestação do Boi de Rua como folkcomunicacional, sendo que as versões sobre o surgimento dos bois-bumbás fazem menção a uma promessa feita a São João, caracterizando-se na sua gênese como um fenômeno folkcomunicacional. Ambos os bois caracterizam-se também como ex-voto, que é toda e qualquer promessa feita a um santo em função de uma graça alcançada. Tanto Lindolfo, criador do Garantido, quanto Roque Cid, criador do Caprichoso são identificados como agentes folkcomunicacionais. Os dois criadores viviam de subemprego, não tinham muito estudo, mas tinham prestígio no ambiente em que eles viviam. Segundo Beltrão (1980), do ponto de vista intelectual, o grau de instrução dos grupos rurais marginalizados não ultrapassa o primário. Nos propomos a fazer um mapeamento dos elementos folkcomunicacionais existentes no passado e dos quais ainda existem atualmente. Ao longo da etnografia constatou-se certos procedimentos puramente folkcomunicacionais que ainda existem no Boi de Rua, que são: Fogueiras e enfeites na rua; a Ladainha e a Informalidade. O último resultado obtido durante a pesquisa foi a constatação do Boi de Rua como um produto folkmidiático, que hoje as saídas dos bois são altamente divulgadas pela mídia e há também a cobertura por parte da televisão. |
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| CONCLUSÕES: |
| O objetivo principal da pesquisa foi analisar o Boi de Rua como fenômeno folkcomunicacional, a fim de identificar quais transformações incidiram sobre essa manifestação. O cenário teórico proposto nos auxiliou no exame das transformações dos processos comunicacionais pelos quais esta manifestação de cultura popular vem passando ao longo dos anos. Ao decorrer da pesquisa podemos constatar algumas mudanças ocorridas, que já foram elencadas, mas também constatamos a existência e a continuidade de elementos folkcomunicacionais no Boi de Rua. O que nos permite inferir que apesar de termos elementos massivos dentro da ritualística, a predominância dessa comunicação artesanal é grande. Também investigamos até que ponto o boi massificado intervém no boi de rua e vice-versa, constatando que um intervém no outro. Podendo assim dizer que os produtores de culturas populares também se apropriam da mídia para se manterem vivos e isso não significa que o Boi de Rua vai perder sua essência por causa de elementos midiáticos que hoje se fazem presente dentro desta manifestação. Esta é a forma que os agentes sociais encontraram para não deixar acabar a única manifestação de cunho quase predominantemente popular dentro do espetáculo de Boi-Bumbá. |
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| Palavras-chave: Folkcomunicação, Folkmídia, Cultura popular. |