65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva
ABSENTEÍSMO ODONTOLÓGICO: PERFIL ENCONTRADO NAS EMPRESAS PRIVADAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Ítalo José da Cunha Ferreira - Graduando em Odontologia – Centro de Ciências da Saúde – UFPE
Doris Sandra Moreira da Silva - Dentista do Trabalho – Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes – PE
Ana Cláudia de Souza Melo - Dentista do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região – Recife
Ana Cláudia da Silva Araújo - Profa. Dra./Orientadora – Departamento de Prótese e Cirurgia Buco Facial – UFPE
INTRODUÇÃO:
O absenteísmo é o termo utilizado para designar ausências dos trabalhadores ao trabalho, por falta, atraso ou devido a algum motivo interveniente. Existem dois tipos de absenteísmo: o tipo I que se refere à ausência propriamente dita ao trabalho e o tipo II, em que o trabalhador mesmo com problemas de saúde permanece no trabalho apesar do desconforto, o que pode levar a uma falta de concentração e consequentemente a possibilidade de cometer erros. As doenças bucais que acometem os trabalhadores levando ao absenteísmo merecem ser mais bem analisadas. É relevante saber os motivos pelos quais esses trabalhadores adoecem e consequentemente corroboram para a diminuição da produtividade laboral e qualidade de vida dos mesmos. Os índices de afastamentos (absenteísmo) verificados irão caracterizar o perfil encontrado nas empresas do setor privado do Estado de Pernambuco. Este trabalho, inédito no estado, é baseado em pesquisas dos artigos da MEDLINE, BIREME, BBO, SCIELO, além da pesquisa de campo nas Empresas do Estado de Pernambuco no período de agosto de 2011 até julho de 2012.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o absenteísmo por causa odontológica que acometem os trabalhadores em empresas do Estado de Pernambuco; Investigar os tipos de absenteísmos predominantes; Relacionar o absenteísmo odontológico com a diminuição da produtividade laboral e a qualidade de vida dos trabalhadores.
MÉTODOS:
Utilizou-se uma modalidade de questionamento diretivo e amostragem aleatória por Conglomerados. Os dados foram coletados através de um questionário aplicado ao funcionário da Empresa, referentes ao absenteísmo odontológico e sua relação com a produtividade laboral e qualidade de vida do trabalhador; contendo dados de identificação do funcionário (Nome, gênero, idade, estado civil, profissão, cargo ou função, endereço residencial, telefone, e-mail); identificação do segmento da Empresa (Bens e serviços, indústria, petroquímica, construção civil, etc.), endereço, telefone, e-mail e Web site. Os dados foram submetidos no software assistat (versão7.6) à análise bioestatística objetivando uma caracterização da amostra. Para está pesquisa forma necessários 220 sujeitos e as informações sobre os mesmo ficarão armazenadas no Arquivo do Departamento de Prótese e Cirurgia Buco Facial do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco sob a Responsabilidade da Professora Ana Cláudia da Silva Araújo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Através dos principais resultados obtidos, ficou claro que a maioria dos funcionários não tem conhecimento básico sobre seus direitos, a maioria (80,38%) se quer sabia o significado do termo “Absenteísmo”. Quase que a totalidade considera importantes informações referentes à saúde bucal (98,75%) e mesmo com a Constituição que ampara o trabalhador na atualidade, parte das empresas (12,95%) não fornecem quaisquer serviços de saúde. Comprovando o fato de que o trabalhador tem sua produção diretamente prejudicada por problemas bucais, parcela significativa observou que (48,77%) ficam sem concentração no trabalho, (33,64%) observaram que a produtividade diminui, quando apresentam problemas bucais. Um dado alarmante aponta que as empresas não amparam corretamente os seus funcionários, pois 37,85% admitiram trabalhar com desconforto de ordem bucal, e para que esses funcionários alcancem o bem estar físico, fato que 81,63% consideram importante para uma boa qualidade de vida, tal procedimento não pode ocorrer dessa forma. Discretamente, observa-se uma evolução na preocupação com a saúde e bem estar do trabalhador quando 80,49% dos funcionários estão inclusos em atividades da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), que é realizada pelas e nas empresas.
CONCLUSÕES:
Pode-se concluir que além de existir a necessidade de pesquisas na área do Absenteísmo Odontológico, observa-se que não existem dúvidas quanto ao índice elevado de casos com falta de concentração no trabalho bem como de casos com diminuição da qualidade de vida laboral, e que estão diretamente ligados a uma falta de planejamento e estratégias por parte das empresas. A visão curativista, ou seja, assistencialista que demonstra apenas a resolução do problema após ter ocorrido o dano e não antes de acontecer, prevencionismo. O prevencionismo como estratégia só traria benefícios no que se refere a investimento na área proporcionando um balanço final que promoveria mais saúde para o trabalhador, menos gasto para o empregador, menos prejuízo para a previdência e desafogamento da Rede SUS (Sistema Único de Saúde) como instituição de eleição para resolução da demanda necessitada de tratamento assistencialista.
Palavras-chave: Absenteísmo, Odontologia do Trabalho, Saúde do Trabalhador.