65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA MICROBACIA DO CÓRREGO BACALHAU – MUNICÍPIO DE GOIÁS (GO): USO E OCUPAÇÃO ENTRE 2.000 E 2.011.
Eduardo Bonfim de Oliveira - Aluno do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás/ UnU de Goiás
Cláudia Adriana Bueno da Fonseca - Profª Ms./ Orientadora - Curso de Geografia/ Universidade Estadual de Goiás
INTRODUÇÃO:
O objetivo dessa pesquisa é identificar os impactos socioambientais na microbacia do córrego Bacalhau em relação à forma de uso e ocupação do solo, referente ao período do ano de 2000 a 2011. A microbacia localiza-se no município de Goiás/GO, contendo uma área 29,05 Km², e as nascentes estão próximas a Serra Dourada e a Serra de São Francisco. A jusante o córrego deságua no ribeirão Bagagem, e está inserida na bacia hidrográfica do Rio Vermelho. Abordagem ambiental constitui-se um aspecto fundamental no procedimento da pesquisa, tendo como referência uso e ocupação em relação ao meio ambiente. O município de Goiás apresenta uma riqueza natural, que ainda não foi impactada pelos grandes empreendimentos industriais, ou por grandes obras de infra-estrutura, na qual possibilitou a preservação das espécies em nascentes, córregos e rios. Nesse contexto, o abastecimento da cidade de Goiás é dependente do cuidado desse manancial, que participa da discussão e do rol das ações de preservação para garantir a qualidade ambiental e impedir o seu assoreamento. A proposta da pesquisa é identificar as áreas impactadas pelo desmatamento, assoreamento, erosões e outros, e a ocupação urbana na microbacia que resultou em loteamentos, chácaras, pousadas, hotéis, balneários, etc.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar os impactos socioambientais na microbacia do córrego Bacalhau em relação à forma de uso e ocupação do solo, referente ao período do ano de 2.000 a 2.011.
MÉTODOS:
Inicialmente, elaborou-se carta-base da microbacia do córrego Bacalhau e a localização no município de Goiás (GO), através da base cartográfica: Goiás-Folha SD-22-Z-C-V, escala 1:100.000 (IBGE). Para definição da área de estudo, utilizou-se o critério de delimitação da bacia hidrográfica, como unidade de paisagem. Organizou-se a compilação dos fatores naturais das unidades geológicas, geomorfológicas, solos, hidrografia e altimetria (shp, dbf e shx - disponível site SIEG/GO), utilizando-se os softwares SPRING 4.3 e ArcGis 10. Análise do uso e ocupação do solo deu-se a partir de imagens de satélites (2000 e 2011), LANDSAT 5 TM (R5G4B3), INPE, Órbita/Ponto: 223/071, georreferenciadas. Após a segmentação das imagens, organizou-se a classificação da cobertura vegetal e uso do solo dos períodos. Assim, geraram-se mapas digitais, na qual foi atribuído para cada categoria um tipo de uso, que possibilitou identificar e quantificar as classes encontradas. Após esta etapa, foi necessária a rotina do trabalho de campo, pontos GPS e registro fotográfico associado ao geoprocessamento para interpretação visual, via tela do computador, o cruzamento de fatores naturais com uso do solo, que viabilizou análise e interpretação descritiva da ocupação do solo nos diferentes anos, na área de estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A microbacia do Córrego Bacalhau encontram-se a sudeste da cidade de Goiás/GO, entre as coordenadas 16°00’S e 50°03’W; 15°57’S e 50°09’15” W, uma área de 29,05 Km², e está inserida na bacia do Rio Vermelho. A extensão do córrego é de 17,75 Km e composto por 23 cursos d´água. A geologia é composta por rochas com estruturas Granito-gnaisses, faixa de dobramento Goiás/Faina, Pré-Cambriano. Elaborou-se solos do tipo Cambissolos associados aos Neossolos Litólicos, e constituídos por relevo bastante movimentado, organizados em morros e colinas com altitudes de 450m. Os tipos de vegetação que predominam na região é o Cerrado Denso, Ralo e o Rupestre. Diante dos dados digitais, a área vem sofrendo mudanças ao longo do tempo, tais como expansão da área urbana, pastagem, agricultura familiar, queimadas e solo exposto que contribuíram em parte na redução de áreas nativas. Em 2000, identificou-se as classes de uso: Cerrado nativo com 35,87%, mata ciliar 7,44%, pastagem 43,85%, área urbana e solo exposto 9,81%, e agricultura 3,03%. Já em 2011, o Cerrado nativo diminuiu 20,37%, em compensão as matas ciliares foram preservadas (19,55%), pastagem diminuiu (37,73%), agricultura apresentou 4,30% e, consequentemente, aumentou-se as áreas de solo exposto e urbanização (19,62%) e as queimadas(3,30%).
CONCLUSÕES:
Por se tratar de uma área dotada de grande potencial natural, a microbacia do córrego Bacalhau nos últimos 11 anos vem sofrendo mudanças ao longo do tempo, ocupada pela expansão urbana, pastagem, agricultura familiar, solo exposto e queimadas regulares. Os impactos ambientes acontecem pelo desrespeito à natureza em função dessas ações advindas do homem. A presença antrópica e os impactos produzidos por suas atividades sejam elas rurais, urbanas, industriais e ou turísticas provocaram a degradação do território natural e, consequentemente dos rios e córregos. Com isso, tem causado grandes interferências no equilíbrio ecológico. Nesse sentido, há um grande interesse do poder público local sobre a microbacia, por que existe uma grande demanda de água na região em período de estiagem (maio a setembro). Segundo as informações da SANEAGO (2011), existem dois pontos de captação de água que são predestinados ao abastecimento da cidade. No entanto, estes pontos abastecem parte da área rural, clubes recreativos, e respectivas populações ribeirinhas, e sem entrar no mérito de que este córrego ainda alimenta outras bacias a jusante.
Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Uso e Ocupação, Impacto socioambiental.