65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

A UTILIZAÇÃO DE DESENHOS NO ESTILO MANGÁ COMO MATERIAL DIDÁTICO DE APOIO PARA MELHORIA DO ESTUDO DA BIOQUÍMICA NO ENSINO MÉDIO.

João Henrique Lopes Araújo - Depto. de Microbiologia e Parasitologia - UFRN Jefferson Romáryo Duarte da Luz - Depto. de Bioquímica - UFRN Hislana Carjoa Freitas Câmara - Depto. de Bioquímica - UnP Kátia Regina de Borba - Depto. de Bioquímica - UnP Rosângela Lopes Dias - Depto. de Bioquímica - UnP Ana Katarina Menezes da Cruz - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Educação - UnP

INTRODUÇÃO:

As atividades lúdicas vêm sendo cada vez mais empregadas como ferramentas pedagógicas, pelo fato de instigarem o senso social e crítico dos jovens. O lúdico permite um desenvolvimento global e pode contribuir para a melhoria do ensino, seja na formação crítica do educando, ou no aperfeiçoamento das relações sociais (DALLABONA, 2007). O desapego de alunos à leitura e escrita impõe ao professor um dos maiores desafios da educação atual: dinamizar as aulas para que o discente tenha interesse pelo estudo de certas disciplinas (TUSSI, 2009). Levando em consideração a complexidade que têm os conteúdos da Bioquímica no Ensino Médio, é proposto aqui um novo recurso didático para o ensino desta, o uso de história em quadrinhos no estilo Mangá. O termo surgiu no Japão, no século XIX, e hoje os mangás são umas das mais importantes manifestações culturais em seu país de origem, tendo admiradores também em várias outras partes do mundo. De acordo com Batistella (2009) e Coêlho (2012) o uso de materiais como mangás, desperta um maior interesse dos alunos, pois a aprendizagem ocorre de forma mais prazerosa. Portanto, é válida a sua aplicação como ferramenta pedagógica, com intuito de auxiliar a assimilação de certos conteúdos.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Percebendo a dificuldade que os alunos têm na assimilação de conteúdos da Bioquímica e o interesse que histórias em estilo japonês despertam nos jovens, este trabalho teve como objetivo a construção, com o auxílio de estudantes do ensino básico, de um material didático-pedagógico de apoio baseado em revistas do tipo Mangá para o aperfeiçoamento do ensino da Bioquímica no Ensino Médio.

MÉTODOS:

O trabalho foi desenvolvido no Centro Estadual de Educação Profissional Senador Jessé Pinto Freire, na cidade do Natal/RN. Foi proposto a 144 alunos que tinham entre 14 e 15 anos e cursavam o 1º ano do Ensino Médio. Inicialmente, para coleta de dados, foram aplicados questionários que avaliaram as concepções dos alunos sobre os assuntos submetidos. Foram englobados os temas: citologia básica, conhecimentos sobre Bioquímica e Mangás. Num outro momento, os alunos participaram de uma pesquisa sobre cultura japonesa e história do Mangá. Para a socialização do conhecimento, ao final, todos apresentaram as informações obtidas em seminários. Posteriormente, foi realizada uma oficina de desenho, onde foram tratadas as técnicas de produção de quadrinhos. A partir disso, os alunos deram início à criação do material didático proposto. Para auxiliar na construção, foram ministradas aulas teóricas abordando os conteúdos bioquímicos. Depois, o roteiro e rabiscos produzidos pelos alunos foram entregues a um ateliê de desenho para junção da arte e diagramação. Então, foi realizada uma discussão com os evolvidos para trocas de experiências e, por fim, foi feita a entrega do módulo criado à instituição, com o intuito de enriquecer o acervo da biblioteca e auxiliar a aprendizagem dos estudantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A análise dos questionários aplicados mostrou que os alunos da instituição apresentam dificuldades com assuntos relacionados à citologia e Bioquímica. Apenas a questão que abordava os componentes celulares teve um nível maior de acerto. Também se notou que os estudantes apreciavam histórias do tipo Mangá e a possibilidade de poder confeccionar um material como este, tendo-o como ferramenta pedagógica. As oficinas se mostraram proveitosas, pois os alunos puderam melhorar seus conhecimentos sobre técnicas de desenhos usadas no Mangá, obtendo competência para a confecção dos roteiros do material insinuado. Os discentes associaram a teoria sobre a Bioquímica, vista em aulas, à prática, gerando um conhecimento retrabalhado, sendo, por isso, mais fácil de tornar-se significativo. Como avaliação da metodologia usada, foi realizada uma mesa redonda, onde as observações foram expostas. Os estudantes se mostraram interessados com o tema, e também em utiliza-lo em outras disciplinas. Todos eles concordaram que a criatividade e imaginação facilita o processo de aprendizagem. Este momento da mesa foi de grande importância para todos, uma vez que a pedagogia levada pelo lado do diálogo tem mais chances de obter sucesso.

CONCLUSÕES:

Com o desenlace do trabalho verificou-se que o uso de novas metodologias como a que foi proposta é de suma importância para que haja uma melhor assimilação dos conteúdos que estão sendo ministrados. Pôde-se constatar a grande necessidade de inovações e mudanças no que diz respeito ao processo de ensino aprendizagem, pois a deficiência na qualidade de ensino ou até mesmo as muitas limitações encontradas pelos alunos retarda o desenvolvimento dos mesmos. O uso de novas metodologias incita a criatividade e estimula a aquisição de novos conhecimentos, sendo estes aliados ao prazer que pode ser adquirido pelos discentes. Dessa forma, fica evidente a contribuição positiva desse tipo material aqui proposto, já que uma atividade dessas permite que os alunos coloquem em prática o que geralmente costuma-se limitar ao espaço de sala de aula. Com isso, mais uma vez entende-se que, a adoção de práticas escolares diferenciadas contribui com grande significância para o aprendizado e avaliação do aluno.

Palavras-chave: Metodologias de Ensino, Aprendizagem Significativa, Citologia.