G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil |
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DISRCURSOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL |
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Isabela Ribeiro Villares Nascimento Farias - Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Zélia Granja Porto - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Métodos e Técnicas de Ensino – UFPE.
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INTRODUÇÃO: |
O estudo analisa a formação de campos de discursividade em favor da participação social e formulação de políticas de educação infantil no Brasil sob a influência dos discursos produzidos por organismos internacionais. Ao investigar a natureza de práticas discursivas pela participação social mediante a consideração da estrutura do discurso epistemológico, político e pedagógico do seu conteúdo debruça-se sobre objetos, conceitos, regras, estratégias de formulação e execução de política bem como na distribuição discursiva que emergem em documentos produzidos em âmbito nacional, por órgãos normativos e prescritivos do currículo (Ministério da Educação e Conselho Nacional de Educação) e em circulação por organismos internacionais (Unesco). O tema circunscreve-se no lócus das políticas de regulação social que circulam nos sistemas privilegiados pela teoria ecológica – macrossistemas e microssistemas. (BRONFENBRENNER, 1979, 2004). |
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OBJETIVO DO TRABALHO: |
Analisar a formação de campos de discursividade em favor da participação social nas políticas de educação infantil no Brasil com possíveis impactos dos discursos pela participação social produzido por instância internacional (Unesco). |
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MÉTODOS: |
Para melhor compreender e interpretar este objeto de pesquisa, utilizamos a pesquisa de natureza qualitativa (LUDKE; ANDRÈ, 1986). A análise e descrição realizam-se a partir de um olhar sobre os lugares de produção e distribuição dos discursos e práticas discursivas que emergem nos instrumentos jurídico normativo e prescritivo do currículo nacional para a educação infantil em diálogo ou em disputa com discursos e práticas discursivas que emergem das publicações internacionais (Unesco) - Atas de Conferências Gerais, Resoluções das Conferências; Informes; Declarações; Convenções – compreendidas no período de 2000 a 2012. A divisão e organização do presente trabalho ocorrem por temas que abarcam tópicos e subtópicos, para melhor analisar a simultaneidade da dispersão dos anunciados – a fim de contemplar especificamente determinados aspectos históricos, sociais, econômicos e culturais que se façam necessário mediante o desdobramento de seus conceitos, objetos e regras de discurso. Porém, essa análise não se esvazia em si, uma vez que a dinâmica da construção de políticas é temporal e, por isso, muda conforme conjunturas políticas, econômicas e sociais, se fazem viva e presente em novos acordos e documentos publicados por meio dos quais são produzidos e disseminados em discursos e práticas discursivas. |
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RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
A análise dos dados empíricos apontam que as práticas discursivas nos campos de discursividade investigados mostram-se convergentes, não obstante cada um deles guardar especificidades – uma função protetora que atua como princípio moral e ao mesmo tempo como instância de proteção do sujeito no exercício dos seus direitos fundamentais, no caso, a educação infantil elevada à condição de direito social básico. Esta tendência corrobora com os estudos anteriores de Porto (2009). A análise proposta não pretende abarcar todas as relações aí envolvidas, uma vez que é possível reconhecer os limites de qualquer investigação. No entanto, o que se pretende investigar é como os discursos referidos à política de educação infantil são gerados em contextos socioculturais – defendidos na teoria de Bronfenbrenner (2004) como Exo, Macro e Microssistemas (ecológicos) nos quais a criança se insere e é destinatária de medidas de regulação, em particular materializada pelas políticas educacionais para a infância. |
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CONCLUSÕES: |
É de suma importância a problematização dos discursos produzidos em defesa da criança como público específico. Isso se insere na necessidade compreendermos sob quais lógicas os discursos são criados e quais direitos e garantias abarcam de fato, mediante ao complexo funcionamento das sociedades. Nesse aspecto, as pesquisas em educação e políticas configuram-se como uma via de resignificação das posturas e assunções de ideologias regulatórias pela sociedade; uma vez que aprofunda o diálogo entre as convergências e divergências dos discursos produzidos. De acordo com Porto (2008, p.31), “nosso interesse por este campo de estudo faz parte do nosso “ir e vir a ser” entre a “teoria e a prática”, para conformação de novas experiências em educação infantil”. Sem tal interesse, seria possível atrevermo-nos a qualquer leitura da realidade e as “funções relacionais, ideacionais e de identidade do discurso” (FAIRCLOUGH, 2001. p 176)”, sem este último nos restaria apenas a conformação à realidade tal qual é exposta. O privilégio da crítica para as mudanças sociais no campo da educação está inserido no próprio objeto de estudo da pesquisa – a análise dos discursos em favor dos direitos da criança na sociedade brasileira. |
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Palavras-chave: Práticas Discursivas, Políticas regulatórias para a educação da infância, Participação social. |