65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
REFLETINDO O ERRO
Rosemery da Silva da Costa - graduanda de Pedagogia/UFF
Andréa Serpa Albuquerque - Profa. Dra./ Orientadora - Da Universidade Federal Fluminense / UFF
Amanda Machado da Silva - graduanda de Pedagogia/ UFF
Maria Socorro Souza dos Santos - graduanda de Pedagogia/UFF
Rodrigo Paiva dos Santos - graduando de Pedagogia/UFF
INTRODUÇÃO:
Esse trabalho tem por objetivo abordar a relação do professor com o erro do aluno durante o processo de avaliação o qual tem sido visto como um conhecimento não adquirido conforme o padrão estabelecido. A criança tem noção disso? Sem ter consciência do próprio erro, cabe ao professor não apenas identificá-lo, mas, procurar saber o porquê da criança cometê-lo, além de trabalhar a forma correta, ao invés de dizer simplesmente que a questão está incorreta. O professor através do erro do aluno pode levá-lo a construir ideias e hipóteses sobre a sua resposta e sobre a que deveria ser dada. A aprendizagem é realizada através da internalização do conhecimento adquirido e do meio onde vive, ocorre de forma espontânea ou estimulada. Ao mostrar apenas os erros cometidos para a criança, esta só pode ser desestimulada em relação aos estudos. Errar pode conduzir o acerto. O professor tem o papel fundamental de levar o aluno a questionar-se: onde foi que eu errei? Por que errei? Além de perguntá-lo: por que você deu essa resposta? Como você chegou a esta conclusão? O que a questão pediu?
Os questionamentos emergentes nas práticas docentes são: falta de leitura e expressão verbal inadequada.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Portanto, o nosso trabalho foi desenvolver através do erro do aluno, seu conhecimento prévio, trabalhando a autocorreção e a mediação do outro para reflexão e correção do seu erro, estimulando-o a compreender o que errou, por que errou e qual a importância da escrita correta
MÉTODOS:
Através das atividades desenvolvidas no projeto institucional de bolsa de iniciação a docência (PIBID), no período de março a dezembro de 2012, em duas escolas estaduais localizadas no município de Niterói, uma vez por semana, de 08 às 12h, em uma turma multisseriada de 4º ano do ensino fundamental, com faixa etária entre 8 e 13 anos e outra de aceleração com a faixa etária entre 11 e 15 anos.
No cotidiano da sala de aula observamos a dificuldade do professor em trabalhar o erro da criança, assim como sua imparcialidade perante a ele. Esta observação foi realizada através dos trabalhos por projetos realizados em sala de aula.
O trabalho por projeto tem como finalidade intervir de modo diferente na rotina dos alunos, trabalhando com a pedagogia de projetos baseado na experiência relatada por Hernández & Ventura, onde estimulamos condições para que as crianças e todos inseridos nas atividades produzam um conhecimento significativo, pois, abordariam momentos do cotidiano destes, sendo diferenciada da produção por meio de conteúdos encontradas nas escolas.
Durante o ano, um grande incômodo sensibilizou o grupo ao verificar os trabalhos realizados pelas crianças e constatar a quantidade de erros ortográficos. Perante isso, começamos a questionar como trabalhar com estes erros sem desqualificar o aluno em seu processo de ensino-aprendizagem, levando-o a construção de conhecimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O estudo demonstrou com pesquisas empíricas e práticas que o erro da criança deve-se não apenas aos fatores mencionados pelos professores, falta de leitura e expressão verbal inadequada, mas também por eles.
Os erros mais frequentes constatados durante o projeto foram dos tipos: “oje” (falta da letra h), “auto” (com a referência de altura), “nois” (representando a terceira pessoa do plural), “fizica” (ao invés de física) e damsa (ao invés de dança).
O primeiro caso demonstrado acima está errado, sendo que a criança está partindo de seu conhecimento fonético, pois se ela nunca teve contato visual com esta palavra, automaticamente escreverá sem a consoante “h” e ainda poderá escrever com a consoante “g” ao invés de “j”. O mesmo erro foi constatado no segundo exemplo, os quais não são justificados com as hipóteses dos professores, mas sim com outros fatores que contribuem para o erro da criança, tais como: variação linguística, dislexia e escrita de acordo com a fala.
CONCLUSÕES:
Diante dos resultados apresentados observamos que trabalhar o erro da criança é algo difícil, mas necessário. O objetivo deste trabalho não é a valorização do erro, mas sim demonstrar que ele pode ser uma ponte entre o “conhecimento real” e o “potencial” da criança, de acordo com os estudos da zona de desenvolvimento potencial de Vigotisky.
Nas escolas em que desenvolvemos o trabalho do PIBID no ano de 2012, a questão do erro surgiu durante nossos trabalhos por projetos, o qual tem como principal objetivo trabalhar com temas sugeridos e vivenciados pelos alunos, através de suas curiosidades e conhecimentos prévios.
Palavras-chave: Processo ensino-aprendizagem, Avaliação, Erro.