65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 1. Ética
A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DO TEATRO
ORIETANDO (A): Flávio Campos de Lima - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO, DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
INTRODUÇÃO:
INTRODUCÃO
O filósofo e matemático (D’ Alembert) (1717-1783) ao escrever o verbete Genebra, fala da necessidade de se instalar um teatro de comédia naquela cidade. Segundo D’ Alembert, o teatro poderia, por exemplo, aperfeiçoar os hábitos e costumes do povo genebrino, o que do ponto de vista de Rousseau não é possível. Isso não significa que o teatro seja um bem nem um mal em si mesmo, mas os maus hábitos dos atores, principalmente dos comediantes, ao invés de melhorar os hábitos e costumes do seu povo, como defende D’ Alembert, poderiam fazer o contrário, ou seja, colaborar com a degeneração da sociedade. Em segundo lugar, defende D’ Alembert, os jovens poderiam lutar contra as leis que proíbem a implantação do teatro em Genebra, pois a seu ver as leis poderiam ser usadas para corrigir eventuais abusos que por acaso fossem praticados por algum comediante. Assim, tal instalação segundo D’ Alembert é benéfica a Genebra, pois além de contribuir para o aperfeiçoamento dos hábitos e costumes dos cidadãos Genebrinos ainda tinha um segundo beneficio, ou seja, daria dignidade à profissão de comediante.
Rousseau como cidadão Genebrino é radicalmente contra essa chegada do teatro em sua pátria, mais especificamente, do teatro francês, pelos motivos supracitados. Outra preocupação de Rousseau era Voltaire, pois, Voltaire escrevia tanto peças cômicas quanto trágicas e na ocasião encontrava-se em Genebra.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivo da pesquisa O objetivo deste trabalho foi mostrar que este teatro que se pretende instalar em Genebra não possui função pedagógica. Logo, nada pode fazer no sentido de melhorar os hábitos e costumes dos cidadãos. Mas, muito pode contribuir para leva-los a degenerar. É importante ressaltar que a analise feita por Rousseau na Carta como em todos os seus textos, tem por objetivo tratar das
MÉTODOS:
Metodologia
Como se tratou de um trabalho de iniciação à pesquisa, a leitura, análise e discussão dos textos básicos, foi a metodologia fundamental utilizada. Além dos textos do próprio filósofo, se fez necessário a leitura e analises de textos de destacados críticos de suas obras, como por exemplo, Luís Roberto Salinas e Jean Starobinski.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Resultados e discussão:
O trabalho procurou mostrar de forma clara que este teatro proposto para Genebra, representa a degeneração das sociedades modernas, degeneração está denunciada por Rousseau desde o Primeiro discurso. Além de analisarmos o problema do mascaramento social na obra de Rousseau, a saber, Carta A D’ Alembert, Discurso sobre as Ciências e as artes, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da desigualdade entre os homens etc, buscamos ainda solução para o problema em comentadores de Rousseau como, por exemplo, Jean Starobinski na obra La transparece et l’obstacle.1920, pp,23-24 e na obra L’invention de La liberté”.
O século XVIII é visto por Rousseau como o século das máscaras. Estas máscaras servem para esconder as deformidades de certos indivíduos, pois quando se está disfarçado pode-se tudo. Sabendo que quando mascarados não podem ser reconhecidos estes amantes da libertinagem, do luxo e de outras coisas antiéticas, aproveitam para fazerem aquilo que não poderiam de fazer sem disfarces, pois sem estas máscaras que os escondem poderiam ser facilmente reconhecidos. Estes indivíduos eram, por exemplo, padres, bispos, reis... Tendo em vista que estes indivíduos são habitantes de sociedades corrompidas, eles têm plena liberdade para fazerem tudo que querem, pois estas sociedades permitem e os apoiam.
Assim, nas festas aristocráticas do século XVIII, a razão fracassa, pois dá lugar ao reino dos prazeres que parece ser falsos. Estes prazeres alé
CONCLUSÕES:
Conclusão:
Concluímos que a carta escrita por Rousseau na segunda metade do século XVIII tem objetivo principal criticar as representações, uma vez, que segundo Rousseau essas representações são incapazes de corrigir os hábitos e costumes do povo Genebrino. Ao contrario, esse teatro cujo modelo é Francês pode contribuir para a corrupção desse povo, pois como já vimos, os espetáculos executados nesses locais têm por objetivo agradar. Cito Salinas que importante momento de sua obra deixa isso claro:
O problema central da instituição de um teatro não está assim nem no seu mau exemplo, enquanto veiculo de promoção da ostentação ou no mau exemplo dos profissionais do teatro – tópicos das “declarações” eclesiásticas puramente morais ou temas nucleares do “preconceito popular” –, mas na sua faculdade de alteração (o teatro, que nada pode fazer para corrigir os costumes, mas pode fazer muito para corrompê-los (...).
Segundo Salinas como ocorre em outras obras de Rousseau como, por exemplo, no segundo Discurso (como já visto), Rousseau nesse momento opera com a ideia de escala a qual mede o gral máximo entre o ser e parecer e o autêntico que tem como referência a natureza, essa natureza que (para Rousseau jamais mente).
Segundo o Discurso sobre a origem da desigualdade, a natureza é fusão, o que está aquém de qualquer representação, discurso ou espetáculo – numa palavra, o absoluto –, enquanto a vida social é o domínio do relativo e só existe como representação,
Palavras-chave: teatro, representação, corrupção.