65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
POLITICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INDÍGENA: ANÁLISE DAS IMPLEMENTAÇÕES DO SISTEMA PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS.
João Hounsell Neto - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS-UEA/CEST-PEDAGOGIA
Dayane Feitosa Lima - Profª Ms. - Orientadora- UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS/CEST- PEDAGOGIA
Felipe Francisco Coelho - Voluntário- UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS-UEA/CEST-HISTÓRIA
INTRODUÇÃO:
A Constituição Federal assegura às comunidades indígenas o direito de uma educação escolar diferenciada e a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Cabe ressaltar que, a partir da Constituição de 1988, os índigenas deixaram de ser considerados uma categoria social em vias de extinção e passaram a ser respeitados como grupos étnicos diferenciados, com direito a manter sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições .(BRASIL,1988). A política para a educação indígena no decorrer dos anos vem passando por diversas reformulações, no entanto percebemos que atualmente em curso destacam-se: Atribuir aos Estados a responsabilidade legal pela educação indígena ou delegando essa responsabilidade aos seus municípios. Universalizar, em dez anos, a oferta às comunidades indígenas de programas educacionais equivalente às quatro primeiras séries e ampliar gradativamente de 5ª a 8ª série do ensino fundamental.Portanto, analisar as políticas publicas para formação de professores indígenas existente no Estado do Amazonas, é pensar em que nós pesquisadores podemos contribuir para a melhoria desse processo de formação, como os “modelos” implementados pelos órgãos governamentais estão sendo trabalhados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
analisar as politicas públicas no contexto da formação educativa dos professores indígenas que atuam na comunidade da Barreira da Missão no município de Tefé Amazonas.
MÉTODOS:
A metodologia utilizada é de pesquisa bibliográfica, entrevista com os professores que atuam na comunidade. A exploração seguiu como um plano inicial que se delineia á medida que o estudo se desenvolve. Já a delimitação representa uma coleta sistemática de informações baseada na seleção de aspectos mais relevantes ao estudo e finalmente, a análise é a organização ,interpretação e disponibilização dos dados e relatos obtidos na pesquisa. Resaltamos que a pesquisa é de cunho etnográfico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na busca de informações para se gerar resposta a este projeto visitou-se a Comunidade indígena da Barreira da Missão de Baixo nesta comunidade há uma escola (anexo da escola frei André) que desempenha um papel de escola indígena. Observa-se nesta, professores, frutos das implementações das politicas públicas, formados pelo projeto Pira-Yawara. Esses professores indígenas formados pelo projeto Pira-Yawara, apenas três , representam o resultado das implementações politicas nesta comunidade, que reúne alunos das etnias Cocama, Cambeba e Ticuna além da intervenção do ‘estado’ que impõe sua própria cultura.Este universo étnico se apresenta como um vasto campo de pesquisa para a educação. Associado a isto a escola oferece os níveis de ensino fundamental e médio, o ensino médio é tecnológico – isto é via satélite, com um monitor (professor), as aulas acontecem no período noturno. A escola conta com 15 professores, na grande maioria são “brancos” termo usado por um dos professores indígena para definir os professores não indígenas.A escola atende nos três turnos mais de 250 alunos entre crianças, jovens e adultos, estes com formação pelo EJA. Nos reunimos num galpão de madeira onde funciona a cozinha, a despensa e o refeitório da escola. Nesta hora nos apresentamos aos professores uns sete, creio eu, entre eles o professor Jackson com formação em psicopedagogia e outro professor indígena formado pelo projeto “(Pira-Yawara)”.
CONCLUSÕES:
O antagonismo entre os professores devido a formação que obtiveram, apresenta uma certa incompreensão do papel do professor indígena, este deve conhecer suas origens, sua cultura, e sua língua para ensinar ou reensinar a sua comunidade, seus valor éticos, morais, sociais, culturais e religiosos e o professor não indígena está na comunidade indígena como ferramenta de integração destes dois mundo. É possível que diante da realidade nem todas as propostas contidas no projeto venham a ser experiênciadas, sendo possível também a inclusão de experiências vividas pelos professores da comunidade. A viagem a comunidade despertou novos questionamentos e muitos sentimentos de revolta e impotência pela dual gestão governamental que tendo condições financeira, estrutural e pessoal qualificado quase não se faz presente na comunidade. Sentimento de solidariedade e admiração pelos professores e demais profissionais que fazem daquela escola um lugar de aprendizagem, que em detrimento da segurança e bem estar de si mesmos, aventuram-se em picadas, em carrocerias, em garupas e até mesmo a pé para realizarem a missão de ser professor.
Palavras-chave: Educação, Educação Indígena, Politicas Públicas.