65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
PRÁTICAS EDUCACIONAIS SOBRE Leishmaniose visceral COM ALUNOS NO MUNICÍPIO DE NOVA OLINDA, TOCANTINS.
Elizabeth Kathleen de Queiroz Rodrigues - Acadêmica do curso de Licenciatura em Biologia - UFT
Marcelo Rodrigues Barbosa - Acadêmico do curso de Licenciatura em Química - UFT
Adriana Teixeira da Silva - Bióloga, Profa. do ensino fundamental, Secretaria de Educação e Cultura do TO
Fábio de Jesus Castro - Prof. Dr. - UFT
Jeane Alves de Almeida - Prof. Dra. - UFT
Jorge Luís Ferreira - Prof. Dr./Orientador - UFT
INTRODUÇÃO:
A escola exerce um papel fundamental na conscientização da população, de forma que o aprendizado no qual o aluno adquire é absorvido e repassado para amigos e familiares. Entretanto, a escola necessita de uma dinâmica educacional que permita que esse conhecimento seja passado de uma forma mais atuante, facilitando assim a compreensão e fixação do conhecimento por parte dos alunos. Não é hábito nas escolas brasileiras fugirem dos mecanismos tradicionais de ensino-aprendizagem, entretanto face a problemas sociais e de saúde, novas intervenções devem ser utilizadas. Uma situação particular no Tocantins é a Leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar, doença endêmica causada por um vetor cujo principal reservatório do parasito é o cão. Para um combate eficiente contra essa doença é necessário primeiramente a conscientização da população, o que a escola poderia ser meio de orientação, principalmente no ensino fundamental, uma vez que a criança tem maior facilmente de assimilação e pode exercer papel fundamental na família e comunidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Assim, na tentativa de contribuir para minimizar os problemas e conscientizar a população sobre a referida doença, objetivou-se neste trabalho, através do desenvolvimento de práticas educativas verificar a percepção de escolares sobre o conhecimento e prevenção de LV, contribuindo assim na prevenção da doença.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado com 42 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental de duas escolas estaduais do município de Nova Olinda, TO. O projeto foi realizado em duas etapas: (I) uma avaliação do conhecimento prévio; (II) após a etapa I, como forma de avaliar o processo de ensino-aprendizagem.
A primeira visita foi realizada para apresentação da pesquisa e aplicação do questionário, no qual objetivou identificar e diagnosticar o conhecimento dos alunos sobre LV. Os questionários foram estruturados com 22 perguntas fechadas, divididas no aspecto sócio cultural, situação atual e prevenção. Em seguida, foi realizado um conjunto de ações, constituídas de palestras, oficinas, teatro e confecção e entrega de material didático, e após 15 dias a segunda etapa foi realizada, como forma de avaliar a metodologia aplicada.
Os itens do questionário foram analisados através de metodologia qualitativo-descritiva, utilizando-se de frequências e médias. O teste do Qui-quadrado foi adotado para se verificar a diferença estatística entre os resultados das duas etapas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A pesquisa contou com a participação de 42 alunos nas Etapas I e II, onde 61,90% eram do sexo masculino e 38,10% do sexo feminino, sendo que 33,34% estavam na faixa de 10 a 12 anos, 45,24% 13 a 15 anos, 16,67% entre 16 a 18 anos, e 4,75% acima de 18 anos. Observou-se que 53,57% dos alunos não têm animais em casa, e 46,43% afirmaram ter um ou mais, e apenas 39,28% afirmaram ter vacinado os animais. Quanto à percepção sobre a situação da doença, 38,10% afirmaram já terem ouvido falar sobre LV, e 57,10 % e 42,90% tem total desconhecimento sobre a situação da doença em humanos e cães, respectivamente. Um fato agravante pode está relacionado a falta de um centro de controle de zoonoses no município, bem como capacitação e aumento do número de agentes de saúde.
Quanto ao conhecimento e profilaxia da LV revelou-se que houve aumento significativo do nível de conhecimento dos escolares sobre LV após Etapa II (p<0,05), com aumento de 35,7% Etapa I para 75,4% na Etapa II do conhecimento. Quanto às medidas profiláticas e de prevenção com relação à LV, foi observado que para todas às questões relacionadas à prevenção o projeto educativo influenciou significativamente (p<0,05) na proporção de acertos dos alunos.
CONCLUSÕES:
A execução do estudo permitiu avaliação de um modelo ensino-aprendizagem, sendo considerada uma estratégia fácil, com grande aplicabilidade no trabalho escolar e de promoção da saúde. Permitiu avaliar a prática diária de educação em saúde realizada nas escolas para prevenção e controle da LV, indicando que a possibilidade de parcerias entre diferentes setores como a educação, saúde e população podendo se constituir como elemento promissor no que diz respeito à aquisição de conhecimento dos alunos sobre a doença, prevenção e situação atual. Possibilitando ainda, a utilização destes alunos como multiplicadores da informação adquirida aos seus familiares e aumento de conhecimento dos mesmos sobre a LV.
Palavras-chave: Educação, Leishmaniose, Familiares.