65ª Reunião Anual da SBPC

B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária

Proposição de Rede de Monitoramento das Águas Subterrâneas na Região Metropolitana de Maceió.

Amanda Quintela Lopes de Moura - Centro de Tecnologia - UFAL Cleuda Custódio Freire - Profa. Dra/Orientadora - Centro de Tecnologia - UFAL

INTRODUÇÃO:

A qualidade da água se dá pelo conjunto de valores de parâmetros fixados, a partir do momento que há uma alteração na sua composição de tal forma que ela se torna imprópria para o fim determinado, esta é considerada poluída. No entanto, apesar da origem da palavra poluição estar relacionada a estética, a alteração da qualidade se dá em parâmetros como temperatura, pH, coliformes fecais, entre outros, que qualificam a água frente ao seu uso. A influência dos agentes de poluição antes de tudo, está ligada a facilidade com que cada um deles pode atingir a água subterrânea, que depende entre vários, de alguns seguintes fatores citados: tipo do aquífero, profundidade do nível estático, tipo de poluente, etc. Os sistemas de águas subterrâneas são incomparavelmente mais resistentes à poluição dos que os de água superficial, pois a camada de solo atua como um filtro físico, químico e biológico. Os focos de poluição capazes de atingir as águas subterrâneas são de diversas origens e o seu conhecimento são de extrema importância nos estudos a fundo de impacto ambiental. A contaminação oriunda dos centros urbanos vem se disseminando praticamente sempre pelos mesmos motivos: falta de saneamento básico, vazamento de redes de esgoto, etc. A área de estudo é Região Metropolitana de Maceió, localizada no Estado de Alagoas, foi escolhida justificada por conter muitos focos de contaminantes, pelo aumento da população e pela urbanização evidenciada nos últimos anos.

OBJETIVO DO TRABALHO:

O geral em suma é estabelecer uma rede de monitoramento da qualidade das águas subterrâneas. E os específicos são: identificar e mapear os potenciais focos de contaminação na Região Metropolitana de Maceió, tomando como referência aspectos relacionados aos riscos à saúde humana e simular os caminhos das partículas, considerando as principais captações na área de estudo.

MÉTODOS:

Primeiramente, consiste no estudo nas mais diversas fontes de informações e referências relacionadas ao foco do trabalho, para identificação. Em seguida, com as coordenadas dos pontos, o mapeamento dos focos de contaminação estudados e das principais captações, os localizando na área em estudo. Através de um sistema completo para criação e gerenciamento de soluções através da aplicação do conhecimento geográfico, o mapeamento foi feito através da ferramenta ArcGIS. Logo após no modelo de comportamento de fluxo (anteriormente já calibrado), foram inseridas as principais captações. A partir do cadastro de poços da SEMARH, foi feita uma seleção daqueles que dispunham das seguintes informações necessárias: vazão, altura de filtro e profundidade do poço, para só após essa fase seletiva fosse possível inseri-los no Visual MODFLOW. Este, foi escolhido por ser referência para modelagem e transporte de contaminantes, que permite estimar os parâmetros citados num sistema de camadas[7], além de permitir o estudo da região em formato GRID, que representam a organização da informação por conjunto de células. Por fim, foi realizada a simulação completa do caminho das partículas, assim, com a análise dos resultados destas, gera-se os conhecimentos necessários para propor uma rede de monitoramento de águas subterrâneas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os principais focos de contaminação estudados foram:cemitérios, estruturas de saneamento básico, estruturas de saúde, lagoas sanitárias, postos de combustíveis, lagoas de drenagem, lixão e indústrias, com respectivos contaminantes:necrochorume, disposição de efluentes de forma errônea, descarte incorreto, impermeabilização, BTEX, ligação com esgotos e chorume. Estes foram identificados e através de um mapa para melhor apresentação dos resultados foi também dividida a região de estudo em parte alta e baixa. Isso se dá pela grande concentração na parte mais urbanizada, em especial a parte baixa da cidade de Maceió, justificada também pela concentração dos poços. Outro foco abordado foi a realização da simulação com os poços ativos cadastrados na SEMARH inseridos no programa. Destes, aproximadamente 430 foram catalogados, outorgados e cadastrados, sendo 286 desse total, os que foram plotados no modelo, que permitiu-se observar e concluir os poços que oferecem risco a população de estarem captando águas subterrâneas contaminadas e suas origens. Três casos críticos foram identificados da relação dos poços com os principais possíveis focos contaminantes: Bombeamento alto com possível foco contaminante próximo, muitos potenciais contaminantes próximo de um poço e um filtro próximo a superfície e contaminante entrando. Após os determinados casos mostrados, é importante ressaltar que não necessariamente toda a região foi contaminada, mas parte dos poços que nelas se encontram.

CONCLUSÕES:

As conclusões realizadas foram baseadas no estudo do caminho dos contaminantes ao longo da região de estudo, feita através do modelo de simulação. A rede de monitoramento consiste na instalação de piezômetros, e surge da necessidade do controle de qualidade da água além da identificação do foco poluidor através de análises laboratoriais em determinadas frações de tempo que fica a critério do objetivo daquele que se interessar em identifica-los. Outro grande foco abordado trata-se da inserção dos poços cadastrados na SEMARH, onde é de grande necessidade enfatizar o fato do número de poços que não possuem informações suficientes para simulação do fluxo (33,5%), que permitiu avaliar o risco a sociedade não só daqueles que estão diretamente ligados a um ou mais contaminantes próximos, mas aqueles que encontram-se nos caminhos das partículas. Foi permitido se constatar também, as situações de maior ameaça para a sociedade, já relatadas anteriormente. Diante do observado, pode-se concluir com sugestões possíveis de instalação de pontos de observação para a rede de monitoramento. Primeiramente, na parte na parte baixa da região, que é a mais afetada porque além de mais vulnerável, os contaminantes estão mais próximos dos aquíferos. Outro destaque seriam os próximos aos possíveis focos, especialmente postos de gasolina por grande densidade e predominância nessa área fortemente afetada.

Palavras-chave: águas subterrâneas, monitoramento, MODFLOW.