65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ASPECTOS BIOMÉTRICOS DOS FRUTOS E SEMENTES DE Gmelina arborea ROXB. (VERBENACEAE)
Ednéia Araújo dos Santos - Engenheira Florestal, Mestranda em Botânica/INPA
Adriano Santos da Silva - Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC/Núcleo de Pesquisa do INPA-ACRE
Antonio Ferreira de Lima - Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC/Núcleo de Pesquisa do INPA-ACRE
Geliane Mendonça da Silva - Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC/Núcleo de Pesquisa do INPA-ACRE
João Bosco Nogueira de Queiroz - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Núcleo de Pesquisa do Acre
Evandro José Linhares Ferreira - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Núcleo de Pesquisa do Acre
INTRODUÇÃO:
Gmelina arborea é uma árvore pertencente à família Verbenaceae, originária do Sudeste da Ásia, amplamente cultivada nos países tropicais. Seu fruto é uma drupa suculenta e o poder germinativo de suas sementes é em média 75%. Sua germinação leva cerca de dois meses, podendo ser mais rápida se houver muita luz, alta temperatura e umidade. É uma espécie de crescimento rápido que pode alcançar até 30 metros de altura.
Sua madeira, leve e resistente, é usada na construção civil, como matéria prima para papel e celulose e como lenha para a produção de energia em países com recursos madeireiros limitados. Seus frutos são comestíveis, suas folhas são usadas como forragem para animais e suas flores produzem néctar abundante, favorecendo a criação de abelhas. Além disso, ela apresenta boa regeneração após podas sucessivas.
Sua multiplicidade de usos e boas características agronômicas, como a facilidade de estabelecimento em plantios definitivos no campo e resistência a pragas e doenças, a tornaram uma opção para uso em sistemas agroflorestais. Embora possa ser reproduzida por estaquia, a produção de mudas a partir de sementes de plantas com características genéticas superiores é importante para conferir qualidade e variabilidade genética aos plantios que estão sendo feitos na atualidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a biometria dos frutos e sementes de Gmelina arborea colhidas de plantas introduzidas no Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco, Acre.
MÉTODOS:
Os frutos usados neste estudo foram colhidos no solo, recém caídos de plantas existentes em um remanescente de floresta secundária do Parque Zoobotânico (PZ) da Universidade Federal do Acre, localizado nas cercanias da cidade de Rio Branco, Acre (10º02'11"S; 67º47'43"W; altitude: 152 m). A avaliação biométrica foi realizada no Laboratório de Sementes Florestais do PZ. Para a avaliação, um lote de 100 frutos maduros e não danificados foi selecionado. A pesagem dos frutos e sementes foi feita em balança com precisão de 0,001 g e as medidas de comprimento e diâmetro (mm) com paquímetro digital de precisão (0,01 mm). Dos frutos foram avaliadas as seguintes variáveis: peso total, comprimento, diâmetro e profundidade e peso da polpa. Depois de medidos, os frutos foram abertos com o auxílio de uma faca e as sementes cuidadosamente separadas. As sementes foram avaliadas quanto ao peso, comprimento e diâmetro. Os dados foram analisados no programa BioEstat 5.0. Para todas as variáveis avaliadas foram calculados os valores máximo e mínimo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV) e o coeficiente de correlação de Pearson (r).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O peso dos frutos variou entre 9,843 g e 30,624 g (média=18,624 g; DP=4,581; CV=25,02%) e o peso das sementes variou de 0,962 g a 3,692 g (média=2,068 g; DP=0,604; CV=29,18%). O comprimento do fruto variou de 21,84 mm a 41,84 mm (média=35,45 mm; DP=3,11; CV=8,78%) e o comprimento da semente variou entre 15,64 mm e 26,40 mm (média=22, 26 mm; DP=1,88; CV=8,46%). O diâmetro do fruto variou de 23,32 mm a 35,42 mm (média=28,95 mm; DP=2,74; CV=9,48%) e o diâmetro das sementes variou de 10,02 mm a 16,67 mm (média=13,06 mm; DP=1,34; CV=10,25%). A profundidade da polpa variou entre 3,44 mm e 8,13 mm (média=6,06 mm; DP=1,11; CV=18,24%) e o peso da polpa variou de 8,521 g a 27,263 g (média=16,230 g; DP=4,056; CV=24,99%). O coeficiente de correlação de Pearson (r) foi forte entre as variáveis: peso do fruto e peso da polpa (r=0,9917), entre o diâmetro do fruto e o peso da polpa (r=0,9071) e entre o peso do fruto e o diâmetro do fruto (r=0,9057). O coeficiente foi fraco entre as variáveis: profundidade da polpa e peso da semente (r=0,4129), entre a profundidade da polpa e o diâmetro da semente (r=0,3204) e entre a profundidade da polpa e o comprimento da semente (r=0,3118).
CONCLUSÕES:
Foi observado um alto coeficiente de variação no peso da semente (29,18%). O peso do fruto (25,02%) e o peso da polpa (24,99%) também tiveram grande variação e o alto coeficiente de correlação (0,9917) entre estas variáveis indica que o aumento de uma está ligado ao aumento da outra.
Palavras-chave: Gmelina, Biometria, Frutos e Sementes.