65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 4. Metabolismo e Bioenergética
ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE METILFENIDATO ALTERA O METABOLISMO ENERGÉTICO EM CORAÇÃO DE RATOS JOVENS
Felipe Schmitz - Depto.de Bioquímica – UFRGS
Eduardo Peil Marques - Depto.de Bioquímica – UFRGS
Rodrigo B. de Andrade - Depto.de Bioquímica – UFRGS
Emilene Scherer - Depto.de Bioquímica – UFRGS
Clóvis M. Wannmacher - Depto.de Bioquímica – UFRGS
Angela T. S. Wyse - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Bioquímica – UFRGS
INTRODUÇÃO:
Metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central, é clinicamente efetivo e seguro no tratamento dos sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. No entanto, há uma crescente preocupação com o grande aumento na frequência das prescrições nas últimas décadas e com a sua segurança cardiovascular, uma vez que as pressões sistólica e diastólica, bem como frequência cardíaca são aumentadas em crianças e adultos tratados com metilfenidato e esses efeitos podem contribuir para o infarto do miocárdio, morte cardíaca súbita e derrame.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Considerando que o metilfenidato tem sido extensivamente utilizado, mas para nosso conhecimento há uma carência de estudos que investigam os mecanismos envolvidos nas cardiomiopatias descritas, nosso objetivo foi investigar o efeito do metilfenidato sobre parâmetros de metabolismo energético em coração de ratos submetidos à administração crônica de metilfenidato.
MÉTODOS:
Metilfenidato (2,0 mg/kg de peso corporal) ou salina (controles) foram administrados à ratos Wistar a partir do 15º ao 45º dia de vida, uma vez ao dia. Os animais foram decapitados duas ou vinte e quatro horas após a última injeção e o coração foi removido para análise da atividade das enzimas: piruvato quinase, succinato desidrogenase, complexos (II e IV) da cadeia respiratória e creatina quinase.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O tratamento crônico com metilfenidato inibiu a atividade da creatina quinase e piruvato quinase, mas não alterou a atividade da succinato desidrogenase e dos complexos II e IV da cadeia respiratória em coração de ratos duas horas após a última administração. Por outro lado, vinte e quatro horas após a última administração o metilfenidato inibiu a atividade da succinato desidrogenase, mas não alterou os outros parâmetros avaliados.
CONCLUSÕES:
Tomados em conjunto, esses resultados sugerem que o metilfenidato afeta o metabolismo cardíaco e pode comprometer, pelo menos em parte, a segurança cardiovascular.
Palavras-chave: Creatina quinase, Piruvato quinase, Cadeia respiratória.