65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
FORMAÇÃO CONTINUADA EM EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL PARA UMA PRÁTICA REFLEXIVA
Renata Alves de Brito - Depto. Educação/UFRPE e integrante do GEEAD (UFRPE/CNPq)
Murilo Leonardo da Cunha - Depto. Geografia/UFPE e Integrante do GEEAD (UFRPE/CNPq)
Gilvaneide Ferreira de Oliveira - Depto. Educação/UFRPE e coordenadora do GEEAD (UFRPE/CNPq)
INTRODUÇÃO:
Os problemas de ordem ambiental causada pela ação antrópica, têm trazido consequências indesejáveis ao meio ambiente. De acordo com Brito, (2011) as formas de relação homem-natureza têm passado por mudanças que tem menosprezado o seu significado diante do discurso ilusório de um progresso. Neste sentido o educador tem um papel fundamental da efetivação da Educação Ambiental, pois “(...) Trata-se de uma educação que visa não só a utilização racional dos recursos naturais (...), mas basicamente a participação dos cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental.” (REIGOTA, 1994, p. 10). Nesse sentido, o educador deve estar preparado para trabalhar com as problemáticas socioambientais emergentes da realidade, pois é perceptível a urgência da mudança de atitudes a fim de contribuir para uma relação harmoniosa do homem com o meio ambiente, numa perspectiva mais holística, crítica e emancipatória, frente à visão cartesiana em que se encontram algumas ações socioambientais (FREIRE, 1980).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho objetiva relatar as ações extensionista, realizadas na formação inicial dos professores educadores que irão atuar nos anos iniciais do ensino fundamental, sensibilizando-os a cerca da importância da construção de saberes e práticas socioambientais crítico-reflexiva nos seus espaços de atuação, escolas, bem como em outros espaços educativos.
MÉTODOS:
Foram realizadas oficinas pedagógicas tendo como público alvo, as turmas terminais do curso Normal Médio, da Escola Estadual Marcelino Champagnat (Recife/PE). Esta iniciativa fez parte do projeto de extensão: ‘Educação Socioambiental no Normal Médio: investigando concepções e formando práticas educativas transformadoras’, que contribuiu na formação inicial de professores que atuarão na Educação Básica. Iniciamos com uma sondagem acerca da concepção de Educação Ambiental, logo após foram construído Mapa Conceitual. Em seguida mostramos a trajetória histórica da Educação Ambiental e as concepções existentes, logo após formaram grupos de trabalhos voltados para um estudo reflexivo de casos. Na parte prática, mostramos a relevância dos materiais concretos e do lúdico, que foram apresentados materiais já confeccionados pelo Grupo de Estudo em Educação Ambiental e Docência-GEEAD, como exemplo: “Trilha Ecológica”, o “Jogo da Velha” adaptado para trabalhar as questões da degradação do meio ambiente. Apartir desses materiais, os grupos teriam que planejar uma atividade lúdica e confeccionar os materiais nela utilizados, sendo o público alvo alunos do Ensino Fundamental ou Educação Infantil, para que dessa forma as questões ambientais fossem trabalhadas de forma prazerável e construtiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificamos a participação dos alunos nas discussões, construção da atividade lúdica, e na construção do conhecimento articulado a concepção de Educação Socioambiental crítico-reflexiva, pois os participantes discutiram e refletiram sobre a necessidade da (re)educação sobre as questões ambientais, para que se possa, no que diz respeito às problemáticas ambientais, solucioná-las, amenizá-las e/ou evitá-las. No estudo de caso, os grupos deram sugestões para solucionar o problema e sugeriram medidas preventivas para que as problemáticas não venham ressurgir. Isso nos mostrou a percepção dos participantes, em relação á necessidade do trabalho preventivo, frente às questões ambientais. Dentre as produções de materiais elaborados tivermos o “Dado da reciclagem”, (atividade para o ensino fundamental, trabalhando os tipos de materiais reciclados; “Escolha seu caminho” (ensino infantil, o aluno deve ‘fazer’ o caminho saudável), atividade que possibilita a definição de caminhos que levam às ações socioambientais. Dessa forma observamos que as oficinas promoveram a sensibilização dos participantes sobre a construção de saberes socioambientais nos espaços formais e não formal, e contribuíram para a formação de práticas socioambientais transformadora e a inserção destas no ambiente escolar.
CONCLUSÕES:
A experiência relatada nos mostrou que as ações foram relevantes para a formação dos futuros educadores, pois as práticas ambientais instauradas nas escolas tem sido insuficientes, frentes as demandas que emergem das problemáticas ambientais presentes em no cotidiano. Essas ações junto aos educadores em formação nos mostraram a necessidade de atividades práticas crítico-reflexivas, que trabalhem numa perspectiva da Educação Socioambiental, junto às comunidades escolares, pois como afirma Reigota (1994), a Educação Ambiental deve voltar-se para a comunidade, superando assim, uma abordagem das questões ambientais que têm sido trabalhadas de forma esporádica, pontuais e voltadas para datas comemorativas, revelando assim as lacunas da formação de professores da educação básica, bem como, a falta de formação continuada voltada para o preenchimento dessas lacunas, levando a comunidade escolar a interferir diretamente no espaço escolar, através da execução e do cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 2008), através de ações pontuais, como a vivência de projetos que enfoquem para além das questões biologizantes e contemplatórias do ambiente, numa ampliação da perspectiva cartesiana, para uma visão sistêmica das questões socioambientais.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Formação de Professores, Práticas Socioambientais.