65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
FÍSICA E MÚSICA: UM LEVANTAMENTO SOBRE UMA ALTERNATIVA DE ABORDAGEM PARA O ENSINO DE FÍSICA ONDULATÓRIA.
Maria de Fátima Lima de Araújo - Licenciatura Plena em Física - UFRPE
Lucas Fernando Do Nascimento Silva - Licenciatura Plena em Física - UFRPE
Hugo Pinheiro Souza - Licenciatura Plena em Física - UFRPE
Wictor Carlos Magno - Prof.Dr. Departamento de Física - UFRPE
Alexandro Cardoso Tenório - Prof.Dr./Orientador – Departamento de Educação – UFRPE
INTRODUÇÃO:
Na atualidade é cada vez mais necessário que os conhecimentos escolares dialoguem com o contexto dos alunos, exigindo uma maior aproximação de diferentes áreas, como por exemplo, física e arte. Nesse sentido, destacamos a física ondulatória, que guarda fortes aproximações com a música. Mas, apesar das orientações oficiais para o ensino médio (PCN) indicarem que os conhecimentos relativos à mecânica ondulatória sejam explorados no segundo ano do ensino médio, é possível perceber que um grande número de professores acaba por não explorar esse conteúdo. Provavelmente, essa situação seja devida à formação dos mesmos, pois estudos demonstram que a maioria dos docentes que ensina física não apresenta formação na área. Alinhado com essas necessidades atuais, surge o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/UFRPE) que visa fomentar a iniciação de estudantes dos cursos de licenciatura ao ensino e engajá-los na construção de uma escola pública de qualidade. E assim, este trabalho resulta das ações desenvolvidas na Escola Estadual Dom Bosco que localizada no bairro de Casa Amarela/Recife é uma das dezessete instituições vinculadas ao programa PIBID/UFRPE que conta com bolsistas de várias áreas desenvolvendo atividades didáticas de ensino, pesquisa e extensão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desse trabalho é destacar a importância do estudo do som para promover entre os alunos a percepção da física integrada ao dia-a-dia. Afinal a apreciação do patrimônio científico deve ser algo desejado para a construção da cidadania. Além do mais, o trabalho busca subsidiar o ensino de Física moderna e trazer à tona os impactos da abordagem.
MÉTODOS:
Com o intuito de sondar entre os alunos, suas expectativas, dificuldades e sugestões para nossa ação didática, que busca ensinar Física com música, com base em estudos e orientações, três perguntas abertas de caráter exploratórias foram elaboradas. São elas: Para você, quais expectativas você espera de um projeto que pretende aproximar física e música? Para você, quais as dificuldades de um projeto que pretende aproximar física e música? Diante de uma ação que pretende aproximar física e música, que sugestões você ver para a melhoria da ação? Já em sala de aula com os estudantes, com o professor titular da matéria e dos alunos do PIBID Física apresentou-se a proposta, como o projeto foi construído para transcorrer na escola e abrindo a possibilidade para a proposta receber as sugestões dos alunos, antes de desenvolvê-lo. Em seguida distribuíram-se as fichas de avaliações para os dezenove alunos do segundo ano ensino médio do turno da manhã, esperou-os responderem e recolheram-se as fichas respondidas para análise das respostas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Analisando a resposta dos alunos foi possível trazer a tona à visão sobre o projeto e o ensino de Física. Das expectativas, depreendemos a receptividade para o projeto, pois apenas duas respostas foram céticas, ao destacar a difícil aproximação entre física e musica “não vejo nenhuma ligação entre os dois”. Percebemos que a música poderia conferir prazer ao ensino da física, permitindo superar a demora na aprendizagem “muito bom, pois podemos aprender mais rápido e gostar mais da matéria”. Das dificuldades, a gestão é vista como obstáculo para renovar o ensino “difícil ser liberado pelo conselho”. Além do mais, a matematização surge como obstáculo “os materiais, o medo da matemática”, que costuma distorcer a aprendizagem da física. Para os alunos a aproximação não é fácil “não entendo como ligar os dois assuntos aparentemente”, exigindo um trabalho colaborativo e interdisciplinar “precisa-se de muita análise para saber dominar o tema”. Por outro lado, uma minoria destaca confiança no projeto “provavelmente dificuldade nenhuma”. Das sugestões, percebemos aceitação, destacando o experimental e prático “fazer paródias, experimentos”. As sugestões buscam uma aprendizagem criativa, protagonista e participativa “levar alunos para ver e testar os resultados contidos nas teses de física e música”.
CONCLUSÕES:
Portanto, a proposta de integrar física e música despertou nos alunos bastante interesse e possibilidades para o ensino-aprendizagem da física “poderá ser uma coisa bem legal, diferente do que a Física que é uma coisa obrigatória”. O fato de haver aproximação com algo que é comum ao seu cotidiano permitiria renovar o ensino da ciência, já que ela é vista como algo tão ruim e impossível de entender e conviver. Assim essa alternativa de abordagem temática com grande potencial de problematização fica presente de forma significativa na vida do aluno. Porém dentro desse contexto ainda se destaca o “decorar”, demonstrando um ensino de física, ainda marcado pela memorização quando afirmam “fazendo paródias e fazendo introduções musicais” distanciando-se de um ensino, voltado para a construção significativa de conceitos científicos, socialmente relevantes. E assim, o trabalho nos alerta para a necessidade de um ensino verdadeiramente significativo e emancipatório, para os jovens na contemporaneidade.
Palavras-chave: Ensino de Física, Música, Interdisciplinaridade.