65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
CARACTERIZAÇÃO MORFOTINTORIAL DO FUNGO CAUSADOR DA ANTRACNOSE EM FIGOS MADUROS (Ficus carica L.), CV. ROXO DE VALINHOS
Oscar Mariano Hafle - Prof. DSc., Depto. de Agricultura – IFPB - Campus Sousa -PB
Damião Junior Gomes - Laboratório de Microbiologia de Alimentos - IFPB - Campus Sousa - PB
Nelieide Medeiros Gomes - Graduada em Farmácia – Faculdade São Francisco da Paraíba – Cajazeiras – PB
Antônia Mendes Meira Fernandes - Graduada em Farmácia – Faculdade São Francisco da Paraíba – Cajazeiras – PB
Josefa Daiana Araújo Lopes - Graduada em Agroecologia- IFPB - Campus Sousa - PB
Valéria Maria dos Santos - Graduada em Agroecologia- IFPB - Campus Sousa - PB
INTRODUÇÃO:
A figueira (Ficus carica L.) é uma frutífera de expressão econômica para o Brasil. É uma planta da família Moraceae, originária da região do Mediterrâneo sendo umas das primeiras cultivadas pelo homem. É uma espécie perene com porte arbustivo, que inicia a produção após um ano de plantio no campo (Maiorano, 2010).
Na fase de pós-colheita, os frutos podem ser atacados por várias doenças, sendo a antracnose a mais conhecida. O sintoma típico é o aparecimento de lesões grandes e arredondado, necrótico e bordos elevados com o centro dos tecidos deprimidos. O fungo do gênero Colletotrichum penetra no frutos, ainda verde, que por sua vez permanece inativo até amadurecer (Bonett et al., 2010).
Não é tão fácil identificar espécie do gênero Colletotrichum, pois, esta apresenta poucas características morfológicas distinguíveis e as fases taleomórfas quase não são formadas (LÓPEZ, 2001).
É preciso determinar a etiologia da antracnose causada por diferentes espécies de Colletotrichum para poder conter a epidemiologia causada por este patógeno (Cai et al., 2009).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi caracterizar a morfologia de isolados de Colletotrichum spp. causador de antracnose pós-colheita em frutos de Ficus carica L.
MÉTODOS:
Os isolados de Colletotrichum spp. foram obtidos de furtos maduros de Ficus carica L. cultivados no Instituto Federal da Paraíba, Campus Sousa (IFPB-Sousa), localizado no Perímetro Irrigado de São Gonçalo (6º 45’ S de latitude, 38° 13’ W de longitude e altitude 223 m), no período de dezembro de 2011 a abril de 2012. Os frutos identificados com sintomas típicos da doença foram desinfetados com álcool a 70% por dois minutos, retirando-se o excesso com papel toalha. A etapa seguinte foi à montagem de lâmina e observação em microscopia óptica para uma prévia avaliação morfológica do patógeno.
Em seguida, através do método direto obteve o isolado do fungo utilizando Batata-Dextrose-Ágar (BDA), cujos esporos foram inoculados no meio de cultura citado acondicionado em uma Placa de Petri e cultivados sobre uma temperatura de 25°C com variação de 2ºC em uma incubadora BOD durante dez dias.
Do crescimento obtido, foram feitas repicagens em meio BDA, submerso com óleo mineral. Este procedimento foi necessário para a conservação das amostras.
Para a análise micelial, procedeu-se o microcultivo em meio BDA. Neste caso a avaliação foi feita após as 24 horas.
As análises morfo-tintoriais dos micelos foram realizadas pela coloração com azul de algodão e lactofenol de amann (Peres et al., 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As colorações das colônias fúngicas variaram entre branca, salmão e cinza. Isso aconteceu inicialmente. As massas conidial de todos os isolados apresentavam a cor salmão claro. As características apresentadas pelos isolados de Colletotrichum spp. são semelhantes àquelas descritas por Sutton (1980; 1992).
Em 2009, Gunawardhana et al. realizaram estudos morfológicos de 40 isolados de Colletotrichum spp entre elas as de Ficus religiosa. Os achados confirmam com os encontrados nesse estudo.
Phoulivong et al. (2010) fizeram análises análise filogenética de vinte e cinco isolados de Colletotrichum spp. associados a antracnose de oito frutos hospedeiros, e, chegaram a conclusão que uma planta pode hospedar mais de uma espécie de Colletotrichum.
Isolados de Colletotrichum possuem o potencial de afetar diversas frutas tropicais por meio de infecção cruzada (Peres et al, 2003). Fernandes et al. (2002), chamavam a atenção no potencial de agressividade deste gênero e não descarta a infecção cruzada.
Para Estrada et al. (2000), existem outros tipos de ecotipos de Colletotrichum apesar das semelhanças genéticas entre as espécies.
CONCLUSÕES:
Foi possível concluir que o gênero do patógeno causador da podridão dos frutos de Ficus carica L. foi realmente um fungo do gênero Colletotrichum, não sendo possível neste momento identificar a espécie.
Palavras-chave: Identificação de fungos, Doenças fúngicas, Pós-colheita de figos.