65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
ANÁLISE CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DA DIROFILARIOSE CANINA EM MACEIÓ-AL
Deborah Rodrigues Kivitis Nogueira - CESMAC
Gilsan Aparecida de Oliveira - Profa. MSc/Orientadora - Laboratório de Doenças Parasitárias - CESMAC
Rinaldo Cavalcante Ferri - MSc Esp./Co-orientador
Regina Stein Ferreira Paiva - CESMAC
INTRODUÇÃO:
A dirofilariose canina é uma enfermidade parasitária cardiopulmonar causada pelo agente etiológico Dirofilaria immitis sendo transmitida por mosquitos da família Culicidae. Acometem cães domésticos e silvestres e humanos. Dados epidemiológicos evidenciam a ausência de predileção por idade ou raça. Machos são duas a quatro vezes mais acometidos do que as fêmeas, sendo mais frequentes ainda em cães de grande porte. A densidade canina e de mosquitos vetores, além do nível socioeconômico da população existente de determinadas localidades, são fatores que irão favorecer a transmissão da doença. Os sinais clínicos tem seu início com tosse que pode evoluir para uma dispneia moderada a severa, prostração e síncopes pós-exercício ou excitação. Com o desenvolvimento da insuficiência cardíaca congestiva direita (ICCD), o animal pode apresentar anorexia, perda de peso progressiva, intolerância ao exercício e distensão abdominal. A auscultação cardiorrespiratória pode revelar sons pulmonares alterados (sibilos e estertores), sopro sobre a base cardíaca esquerda, sopro de insuficiência tricúspide ou arritmias cardíacas. Pode também ocorrer, na presença da ICCD, distensão da veia jugular e pulso jugular, tipicamente acompanhados por hepatoesplenomegalia.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Mediante o caráter zoonótico e a importância da doença para o município de Maceió é que se objetivou analisar os aspectos clínicos epidemiológicos da dirofilariose canina em Maceió- Alagoas.
MÉTODOS:
As coletas foram realizadas em cães atendidos em uma Clínica Veterinária e em bairros periféricos do município de Maceió, estado de Alagoas. As amostras foram processadas no Laboratório de Doenças Parasitárias da Clínica Escola de Medicina Veterinária/ FCBS/ CESMAC no município de Marechal Deodoro – AL. Foram utilizados por conveniência cães encaminhados à clínica e de bairros periféricos, sendo eles de ambos os sexos e com idade acima de seis meses, com indicações epidemiológicas ou cardiológicas. Inicialmente realizou-se exame físico-clínico segundo em cada animal e aplicada ficha clínica, contendo dados epidemiológicos da região estudada, dados do animal incluindo sua identificação e estado físico-clínico de saúde. Os animais com alterações cardíacas foram submetidos ao Eletrocardiograma computadorizado. Foram coletados 5ml de sangue, mediante prévia anti-sepsia do local com álcool 70%. Cada amostra foi acondicionada em dois frascos, um contendo Ácido Etilenodiamino Tetra-acético (EDTA) para realização do Teste de Knott modificado, enquanto o outro sem EDTA, para o Teste de ELISA (SNAP®). Os resultados obtidos foram tabulados em planilha de Excel e aplicada estatística descritiva utilizando valores absoluto e relativo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos cães avaliados, 61,4% (43/70) apresentaram alguma alteração clínica sugestiva da doença, entretanto, destes 7% (3/43) foram positivos para os testes de Knott modificado e ELISA e os distúrbios cardiopulmonares seguidos de tosse os achados mais frequentes. Foi verificada ainda, que 25% (1/4) apresentou-se amicrofilarêmico, mas reagente ao teste de ELISA e sintomático, outro 25% (1/4) microfilarêmico para Dipetalonema reconditum, contudo negativo para o ELISA, além de assintomático. De acordo com (ALMOSNY 2002) (NELSON; COUTO, 2006) podem ocorrer situações onde exista infecção por nematoides do mesmo sexo, apenas por machos e/ou fêmeas estéreis. Observou-se que dos cães positivos e com sintomatologia sugestiva corresponderam a 66,6% (2/3), sendo eles machos, de grande porte, da raça labrador e com 4 anos de idade. Dos animais que apresentaram-se positivos para o teste de ELISA 23% (3/13) foram submetidos ao ECG. Apenas o distúrbio da repolarização ventricular foi verificado em 33,33% (1/3) que segundo (TILLEY, 1992), este ritmo pode ser observado em condições patológicas do átrio, como por exemplo, sua dilatação, sendo o aumento da silhueta cardíaca encontrado em pacientes com dirofilariose.
CONCLUSÕES:
Distúrbios cardiopulmonares e tosse são achados clínicos frequentes em cães de grande porte, machos e em idade adulta, infectados por Dirofilaria immitis. Sugerindo, portanto, tais achados como suspeita clínica epidemiológica da dirofilariose canina em Maceió/AL.
Palavras-chave: Dirofilariose canina, Knott modificado, ELISA.