65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 5. Zootecnia
O AGRONEGÓCIO DO CAVALO NO ESTADO DE TOCANTINS: POTENCIAIS E ENTRAVES AO DESENVOLVIMENTO DA EQUINOCULTURA
Daniela Barbosa de Macedo - Curso Superior de Tecnologia do Agronegócio – IFTO/ Campus Palmas – TO
Patrícia Alves da Rocha - Curso Superior de Tecnologia do Agronegócio – IFTO/ Campus Palmas – TO
Alysson Soares da Rocha - Prof. Msc. - Coord. Recursos Naturais– IFTO/ Campus Palmas – TO
Geovanne Ferreira Rebouças - Prof. Msc. - Coord. Recursos Naturais– IFMT/ Campus São Vicente – MT
Clauber Rosanova - Prof. Msc./ Orientador – Coord. Recursos Naturais– IFTO/ Campus Palmas – TO
Caroline Ramos Costa - Curso Superior de Tecnologia do Agronegócio – IFTO/ Campus Palmas – TO
INTRODUÇÃO:
A população mundial de equinos manteve-se estável nas últimas décadas, sendo estimada em 58.770.171 animais (FAO, 2008). No Brasil o rebanho é estimado em 5.541.702 animais, o quarto maior do mundo (IBGE, 2008). No país o complexo do agronegócio equino movimenta R$ 7,5 bilhões e gera 3,2 milhões de empregos. Sendo que apenas o segmento de equinos movimenta valores da ordem de R$ 705 milhões e emprega 20.500 pessoas (Lima et. al., 2006). Na área da pesquisa, segundo Lima et. al. (2006), havia no ano de 2004, cerca de 34 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, com 666 pesquisadores. As pesquisas podem ser discriminadas como sendo em produção, manejo, genética, nutrição, reprodução e sanidade. A ausência de dados sobre a equinocultura no estado de Tocantins, destacando seus entraves e potenciais e principalmente caracterizando o perfil dos criatórios, dos fornecedores de insumos, de crédito, de assistência técnica e gerencial, das principais raças, usos e formas de comercialização tornam relevante o caráter deste trabalho, permitindo através da identificação de todos os elos que compõem este complexo agropecuário a formulação de capacitações, treinamentos e de políticas públicas que propiciem o desenvolvimento e sustentabilidade deste importante setor do agronegócio nacional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo buscou avaliar o Agronegócio do Cavalo no Tocantins, identificando sua dimensão técnica e econômica a partir da caracterização dos criatórios, fornecedores de insumos e da assistência técnica e gerencial, bem como identificar raças, usos e mercados, discutindo aspectos que balizem o desenvolvimento de teorias para formulação de políticas que visem o fortalecimento do setor.
MÉTODOS:
A metodologia deste estudo envolveu diversos aspectos, como: revisão de literatura, entrevistas, visita a criatórios, centros de treinamento e associações, fornecedores de insumos e debates com grupos de especialistas, entre outros. Os dados primários foram obtidos em entrevistas, utilizando-se questionários estruturados, onde foram incluídos representantes das associações, sindicatos rurais e equinocultores de todo o estado. Para a coleta desses dados, foram desenvolvidos três questionários distintos. O primeiro, utilizado nas visitas e contatos junto às empresas com atividades pertinentes ao agronegócio cavalo, já o segundo utilizado nas visitas às associações e criadores e finalmente o terceiro, utilizado nas visitas in loco aos produtores para identificar principais raças, usos, formas e valores de comercialização. Foram entrevistados 20 equinocultores, 19 presidentes de sindicatos rurais e 374 fornecedores de insumos e equipamentos das diversas regiões do estado em 98 dos 139 municípios, de forma a caracterizarmos representativamente o criador e a atividade no Tocantins. Utilizaram-se ainda informações existentes em bancos de dados, como na Receita Federal, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ADAPEC, Ruraltins, SEAGRO-TO, FAET/SENAR entre outras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificou-se que o tamanho médio das propriedades foi de 375 ha, dados semelhantes a Solano et. al.(2010). A atividade foi apontada como secundária e apenas 15% dos criadores tem a equinocultura como principal fonte de renda. O número de animais por propriedade foi de 34 cabeças, e as principais raças, Quarto de Milha 45% e Paint Horse 25%. Quanto ao uso, 45% dos equinos são destinados a esportes e no tocante a comercialização, 65% foram comercializados a criadores, 10% em leilões e em média cada criador vendeu 10 animais/ano, com valor médio de R$ 8.333,00 para animais puros com registro. Apenas 5% dos criatórios contam com assistência técnica e em apenas 15% foram utilizados recursos de agências de fomento para investimentos. Quanto aos custos de produção, nutrição e sanidade corresponderam a 90%. As capacitações oferecidas pelas entidades rurais abrangeram poucos assuntos versando apenas sobre doma racional e casqueamento. O estudo observou que a principal dificuldade dos equinocultores diz respeito à aquisição e custos de insumos, sendo que 90% compram os mesmos de casas agropecuárias e estas relataram que o setor representou 25% do faturamento total de seus estabelecimentos (rações, medicamentos e selaria), denotando a importância da atividade na geração de divisas.
CONCLUSÕES:
Concluímos que os criatórios do estado não tem a equinocultura como fonte de renda prioritária e que a atividade apesar de lucrativa ainda é tida como hobby, não sendo valorizado o potencial dessa cadeia no Tocantins, o que demanda politicas públicas para o desenvolvimento da atividade. As principais raças criadas foram Quarto de Milha e Paint Horse, o que denota o uso desses animais para esporte e trabalho. Os valores de comercialização estão dentro das médias nacionais. Os principais entraves à atividade foram o custo dos insumos, a falta de capacitação e mão de obra, bem como de assistência técnica e investimentos. O trabalho buscou diagnosticar os criatórios, raças, comercialização e fornecedores de insumos para equinos no estado, demandando novas pesquisas e projetos, mudando e redirecionando a visão do Agronegócio do Cavalo no Estado do Tocantins.
Palavras-chave: agronegócio, desenvolvimento, equinocultura.