65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
Investigação de fatores relacionados à disfagia orofaríngea em pacientes da Doença de Huntington em um município da Zona da Mata Mineira
Breno da Silva Lozi - Depto. de Nutrição - FAMINAS Muriaé
Mirella Martins Oliveira - Depto. de Nutrição - FAMINAS Muriaé
Marília Catarina Martins de Paiva - Depto. de Nutrição - FAMINAS Muriaé
Luciana de Andrade Agostinho - Coord. e Profa/Orientadora - Depto. de Biomedicina - FAMINAS Muriaé
Marilene Guimarães - Profa/Orientadora - Depto. de Nutrição - FAMINAS Muriaé
Denise Félix Quintão - Coord. e Profa/Orientadora - Depto. de Nutrição - FAMINAS Muriaé
INTRODUÇÃO:
A Doença de Huntington (DH) é uma doença neurodegenerativa, com padrão de herança autossômica dominante, caracterizada por distúrbios motores, cognitivos e comportamentais que têm início na idade adulta. A American Speech and Hearing Association (1987) define a disfagia orofaríngea como uma desordem na deglutição, caracterizada por dificuldades na preparação oral da deglutição ou no processo de transporte do alimento ou da saliva da boca até ao estômago. A pneumonia broncoaspiratória, asfixia e/ou a aspiração decorrente da disfagia orofaríngea ou do mau controle respiratório são consideradas causas comuns de co-morbidades nos indivíduos com DH. Com a evolução da doença o paciente apresenta a disfagia em fase tardia, portanto, avaliar este distúrbio relacionado com à deglutição se torna muito importante para que o paciente possa ter uma melhor qualidade de vida em relação ao seu estado nutricional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar os fatores relacionados à disfagia em pacientes portadores da Doença de Huntington em uma cidade da Zona da Mata Mineira.
MÉTODOS:
O estudo do tipo transversal realizado em abril e maio de 2012 em um município da Zona da Mata Mineira. O n amostral foi de seis pacientes portadores da DH, geneticamente testados, sendo três do sexo feminino com idade entre 46 e 74 anos; e três do masculino com idade entre 57 e 78 anos. Para a obtenção dos dados foram utilizados dois instrumentos específicos adaptados para investigar a existência de problemas causados pela dificuldade ao engolir, visando a respectiva caracterização dos pacientes nas seguintes variáveis: Comportamento sobre a saúde e Problemas físicos sentidos por pessoas com problemas ao engolir.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Constatou-se que 33,4% da amostra tem capacidade de engolir somente comidas líquidas, 33,3% comidas pastosas e apenas 33,3% comidas sólidas, sendo que 66,6% não conseguem mastigar nem mesmo alimentos leves. Com relação aos problemas ocasionados pela dificuldade de deglutição, em 50% dos casos o paciente tem tosses ocasionais ao ingerir algum tipo de alimento; em 66,7% às vezes engasgam ao comer alimentos e 66,7% dos indivíduos apresentam excesso de salivação. Contudo, 66,7% dos casos nunca sentem anseio em vomitar e 50% quase nunca permanecem com comida presa na boca. Avaliar a deglutição é de valia, pois grande a maior parte dos pacientes avaliados apresentaram problemas em consequência das dificuldades de engolir, pois o ato de ingestão é considerado uma função básica e necessária para sobrevivência do indivíduo.
CONCLUSÕES:
A disfagia é um dos sintomas encontrado em pacientes com Doença de Huntington que, de fato, interfere na qualidade de vida, seja por sua causa e/ou efeitos, a partir disso, o paciente irá necessitar de um acompanhamento multidisciplinar especializado em DH. Apesar de serem precárias as evidências científicas atualmente disponíveis em relação ao aconselhamento nutricional dos pacientes com DH, acredita-se que esta intervenção possa gerar um efeito benéfico na qualidade de vida dos pacientes.
Cabem aos nutricionistas estratégias individualizadas para avaliar qual o melhor momento de iniciar a intervenção nutricional bem como a via de ingestão e o método de estimar a necessidade calórica de cada paciente.
Palavras-chave: Neurodegeneração, Distúrbio, Deglutição.