65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
ESTUDO SOCIOAMBIENTAL NO CANAL DA MAURICEIA
Flávia Manoelle Pereira de Souza - Aluna da Escola de Referência em Ensino Médio Engº Lauro Diniz – Seduc/PE
Dayane de Santana Domingos Pessoa - Aluna da Escola de Referência em Ensino Médio Engº Lauro Diniz – Seduc/PE
Edylana Alves da Silva - Aluna da Escola de Referência em Ensino Médio Engº Lauro Diniz – Seduc/PE
Ana Carolina de Melo - Profa. Msc./Orientadora - EREM Engº Lauro Diniz - Seduc/PE
INTRODUÇÃO:
Muitas cidades metropolitanas são cortadas por rios, os quais apresentam em geral impactos da urbanização em suas margens como lançamento de esgoto, resíduos sólidos e alteração de seu ecossistema. Em Recife, esse processo de urbanização desencadeia danos locais, pois a cobertura natural que margeia os rios é substituída por áreas de impermeabilidade, as quais impedem a infiltração das águas da chuva, provocando assim: cheias, assoreamento, erosão, problemas de desequilíbrio ambiental e de saúde pública.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa teve por objetivo geral a identificação das consequências da urbanização às margens do canal da mauriceia, no bairro do Ipsep, Recife-PE, e específicos: descrever os impactos socioambientais; incentivar a educação ambiental; e construir as prováveis soluções para os problemas encontrados.
MÉTODOS:
Os procedimentos metodológicos foram organizados em três etapas. Na primeira, iniciou-se pela escolha do local, investigação bibliográfica, e esclarecimento da origem do canal, visando subsidiar a discussão sobre os problemas sociais mais decorrentes na região. Na segunda etapa, foi feito um trabalho de campo, visando diagnosticar os impactos socioambientais com uso de questionário (pré-estruturado) com a população que margeia o canal, e registros de imagens, nos momentos de alta e baixa altitude fluvial, direcionados para a configuração ambiental e dos principais danos ocasionados pela ocupação e uso irracional do canal. Na última etapa, realizou-se a análise dos dados obtidos no estudo de campo, quantificando os problemas citados pelos moradores e classificando os prejuízos ambientais registrados. Por fim, conclusão e redação científica do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Durante o processo encontramos distinções nos aspectos visuais do referido canal, dividindo-o em área muito poluída e área pouco poluída. A área com maior presença de poluentes esta relacionada aos trechos ocupados irregularmente e consequentemente não saneados. Vários fatores foram levantados quanto aos malefícios encontrados: a presença de insetos, a proliferação de roedores, o mau cheiro e a desvalorização dos imóveis. Os prejuízos à saúde destacam-se: diarréia, dengue, alergias e insuficiência respiratória. Observa-se também o acúmulo de contaminantes, como lixo e esgotamento sanitário, em certos trechos. A área pouco poluída, localizada próximo à origem do canal, apresenta-se mais conservada. A água encontra-se clara, mais transparente e com a visualização de peixes. Neste trecho, observa-se predominância de construções residenciais regulares e saneadas, com poucas áreas comerciais, e os moradores encontram-se mais satisfeitos com a proximidade do canal. Nesta local podemos visualizar animais selvagens como iguanas, tartarugas e jacarés.
CONCLUSÕES:
No Brasil ainda existem reservas aqüíferas de expressão, descobertas ou não, porém pouco exploradas. A degradação da água está intimamente relacionada ao uso do solo, nos casos dos rios que cortam cidades, bem como à falta de planejamento para atender à expansão demográfica na maioria das capitais brasileiras. Relatos de moradores, residentes há vários anos, no bairro do Ipsep, descrevem o canal da mauriciea, de trinta anos atrás, como um rio de águas claras, rico em peixes e outros animais, usado como meio de lazer e de subsídio para as necessidades de higiene e saúde da população. Hoje se observam uma relação direta de construções irregulares às margens do canal e o acúmulo de poluentes liberados pela população. Estes mesmos moradores, admitindo usar o canal como destinos de lixo, citaram a limpeza urbana e a educação ambiental como primordiais para minimizar os impactos ambientais, e prevenir a degradação dos corpos hídricos. Os trechos do canal, próximos à origem e com vegetação nativa, encontram-se mais conservados e menos poluídos, confirmando a importância da conscientização na preservação do meio ambiente. Desta forma, percebe-se a importância de trabalhos como este que enfatizam as conseqüências do processo desordenado de urbanização em ambientes naturais.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Poluição, Corpos Hídricos.