65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ASPECTOS DA BIOMETRIA DOS FRUTOS E SEMENTES DE Doliocarpus macrocarpus MART. ex EICHLER
Ligimara de Brito Ramos - Laboratório de Sementes Florestais da PZ/UFAC/Núcleo do INPA-ACRE
Cleison Cavalcante de Mendonça - Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC/Núcleo de Pesquisa do INPA-ACRE
José de Ribamar Bandeira - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Núcleo de Pesquisa do Acre
Izailene Monteiro Saar - Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC
Ednéia Araújo dos Santos - Engenheira Florestal, Mestranda em Botânica/INPA
Evandro José Linhares Ferreira - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Núcleo de Pesquisa do Acre
INTRODUÇÃO:
Doliocarpus macrocarpus (família Dilleniaceae) é uma liana lenhosa ou arbusto escandente que ocorre em florestas úmidas da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Peru e Brasil. Indígenas das Guianas acreditam que o chá extraído da parte lenhosa tem poder afrodisíaco e ação contra a impotência.
Esta liana apresenta ramos adpresso-pilosos, glabros na idade adulta, folhas subcoriáceas ou coriáceas e margens planas ou revolutas, inteiras ou serreadas, pecíolos alados inflorescências glomeruladas, unifloras, pedúnculos tomentosos e brácteas externamente adpresso-pilosas e internamente glabras. Na área de floresta secundária do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre, localizado no perímetro urbano da cidade de Rio Branco, ela é uma das espécies mais freqüentes, especialmente nas bordas da mata. Considerando a importância desse fragmento florestal urbano e sua fragilidade, especialmente a sua suscetibilidade ao fogo, é importante, além de realizar trabalhos de coletas de amostras botânicas, estudar a biologia e formas de reprodução das espécies encontradas no mesmo para realizar, caso seja necessário, uma futura recomposição ou restauração do mesmo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a biometria dos frutos de Doliocarpus macrocarpus colhidos no Acre.
MÉTODOS:
Os frutos usados neste estudo foram colhidos de plantas existentes em um remanescente de floresta secundária do Parque Zoobotânico (PZ) da Universidade Federal do Acre, localizado nas cercanias da cidade de Rio Branco, Acre (10º02'11"S; 67º47'43"W; altitude: 152 m). A avaliação biométrica foi realizada no Laboratório de Sementes Florestais do PZ. Para a avaliação, um lote de 100 frutos maduros e sadios foi selecionado. A pesagem dos frutos e sementes foi feita em balança com precisão de 0,001 g e as medidas de comprimento, espessura e largura (mm) com paquímetro digital de precisão (0,01 mm). Dos frutos foram avaliadas as seguintes variáveis: peso total, comprimento, espessura e largura. Depois de medidos, os frutos foram abertos manualmente e as sementes, ainda com o arilo, foram separadas e avaliadas quanto ao peso, comprimento, largura e espessura. Após, o arilo foi retira com a ajuda de papel absorvente e as sementes sem arilo foram então avaliadas quanto ao peso, comprimento, espessura e largura. Os dados foram analisados no programa BioEstat 5.0. Para todas as variáveis avaliadas foram calculados os valores máximo e mínimo, média, desvio padrão (DP), coeficiente de variação (CV) e o coeficiente de correlação de Pearson (r).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O peso dos frutos variou entre 0,211-0,517 g (média=0,399 g; DP=0,048; CV=12,04%), o peso das sementes com arilo variou de 0,068-1,140 g (média=0,148 g; DP=0,102; CV=69,13%). O comprimento dos frutos variou de 6,72-8,68 mm (média=7,90 mm; DP=0,37; CV=4,63%), e o comprimento das sementes com arilo variou de 4,26-8,34 mm (média=7,05 mm; DP=0,55; CV=7,78%). A espessura dos frutos variou de 7,15-9,89 mm (média=8,07 mm; DP=0,42; CV=5,18%), e a espessura das sementes com arilo variou de 3,10-6,04 mm (média=5,03 mm; DP=0,49; CV=9,79%). A largura dos frutos variou entre 1,40-10,84 mm (média=9,63 mm; DP=0,94; CV=9,73%), e o das sementes com arilo variou de 3,50-7,56 mm (média=5,09 mm; DP=0,49; CV=9,69%). O coeficiente de correlação de Pearson (r) foi forte entre as variáveis: peso do fruto e comprimento do fruto (r=0,8403), entre o peso do fruto e a espessura do fruto (r=0,8384) e entre o peso da semente e a largura da semente (r=0,7640). O coeficiente foi fraco entre as variáveis: largura do fruto e espessura da semente (r=0,0491), entre a largura do fruto e a largura da semente (r=- 0,0560) e entre a espessura do fruto e a largura do fruto (r=-0,0710).
CONCLUSÕES:
Foi observado um alto coeficiente de variação no peso das sementes com arilo (69,13%), o que não se refletiu no peso das sementes sem arilo (CV=13,76%). O comprimento (4,63%), a espessura (5,18%) e a largura (9,73%) dos frutos apresentaram pouca variação em seus valores. O coeficiente de correlação foi forte entre o peso e comprimento do fruto, o que pode significar que quanto mais pesado o fruto, maior será seu comprimento.
Palavras-chave: Liana, Frutos e Sementes, Biometria.