65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
A UTILIZAÇÃO DE EXPERIMENTOS DE FÍSICA NA 3ª SERIE DO ENSINO MÉDIO: uma analise das reais contribuições das aulas baseadas na experimentação
Wanderson Santana Lima - Depto. de Matemática e Física - CESC-UEMA
Iure da Silva Carvalho - Depto. de Matemática e Física - CESC-UEMA
Névyton Henrigue de Melo Costa - Depto. de Matemática e Física - CESC-UEMA
Juliermes Carvalho Pereira - Prof. Esp./Depto. de Matemática e Física - CESC-UEMA
Paulo Afonso Amorim - Prof. Esp./Depto. de Matemática e Física - CESC-UEMA
Valney Moura da Silva - Prof. Esp./Orientador – Depto. de Matemática e Física – CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
Na realidade atual das escolas de ensino médio, da rede pública estadual da cidade de Caxias – MA, é comum deparar-se com professores de física enfrentando extremas dificuldades para desenvolver o conteúdo, juntamente com os alunos, de forma mais contextualizada e prazerosa.
A utilização de experimentos no processo de ensino e aprendizagem é restrita, tendo na maioria das escolas uma abordagem tradicional, dando ênfase a modelos imitados, se preocupando com a variedade e a quantidade de conceitos e informações, não estimulando o pensamento reflexivo cabendo ao aluno a memorização com tarefas padronizadas (GASPAR, 1990).
Diante disso, o presente trabalho teve o intuito de analisar as reais contribuições das aulas baseadas na experimentação para a formulação do conhecimento por parte dos alunos. Na qual se verificou que a maioria das escolas, privilegia apenas o modelo teórico do ensino de física. Isso se deve ao fato de que as mesmas não possuem um laboratório para elaboração de aulas experimentais e as que o possuem, pouco o utilizam como recurso. Diante disso, busca-se encontrar qual é o real potencial das aulas experimentais no processo de ensino-aprendizagem.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Demonstrar o potencial das aulas experimentais no ensino de física, identificando quais escolas da rede estadual no município de Caxias – MA possuem laboratório de física e analisando se as mesmas o utilizam, para depois selecionar uma que possui e outra que não possui o recurso didático na intenção de levar experimentos alternativos para aguçar a curiosidade dos alunos sobre os fenômenos físicos.
MÉTODOS:
Esta análise, de caráter qualitativo, baseada em uma pesquisa de campo, foi resultado de um trabalho desenvolvido no segundo semestre de 2012. Inicialmente, procurou-se descobrir quais unidades de ensino da rede estadual de Caxias/MA possuía laboratório de física. Após a obtenção dessa informação, foram selecionadas duas escolas, sendo que uma delas tinha este recurso didático e a outra não possuía. Foram entrevistados 57 alunos da 3ª série do ensino médio para o desenvolvimento da pesquisa, à qual constou de duas etapas: a primeira composta de uma micro aula expositiva e dialogada, e na segunda foi demonstrado alguns experimentos onde são utilizados conceitos apresentados na etapa anterior. Ao término de cada passo, utilizamos um roteiro estruturado, ou seja, um questionário contendo 10 perguntas objetivas e discursivas, distribuindo-as para cada aluno respondê-las de acordo com o conhecimento que foi absorvido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Neste trabalho, utilizou-se um questionário com dez perguntas, sendo que as três iniciais referem-se à utilização de experimentos nas aulas. Entrevistou-se 29 alunos na escola A (possui laboratório) e 28 na escola B (não possui laboratório). Independentemente das escolas possuírem ou não este recurso didático, os alunos confirmaram a falta de aulas práticas. Na análise de dados consideramos três itens: Acertaram – Foi foco principal da pesquisa, pois através do percentual analisado na comparação das respostas entre a primeira e a segunda etapa, viu-se o potencial do projeto, sendo que o acréscimo chegou a 28% em um dos quesitos; Não acertaram – nesse enquadrou-se respostas incoerentes com o que foi repassado. O decréscimo percentual demonstra que há maior interesse dos alunos quando trabalhamos conceitos físicos através de experimentos, onde um dos resultados o decréscimo foi de 43%; Não responderam – esse foi o mais surpreendente, pois mostrou o desinteresse dos alunos para com o ensino de física. Em um dos quesitos o percentual chegou a 64%, no qual analisou-se que muito dos alunos no decorrer da pesquisa não deram importância a mesma. Notou-se que alguns utilizavam a internet nos celulares para obter possíveis respostas, que na maioria das vezes foram equivocadas.
CONCLUSÕES:
Conclui-se através dessa pesquisa, que uma modalidade diferenciada de ensino e pouco utilizada pelas escolas da rede estadual do referido município, sendo essa, aulas experimentais apresenta bom rendimento, pois despertou um aumento na curiosidade e afinidade em parte dos alunos, embora tenha sido o primeiro contato dessa metodologia de ensino para a maioria dos entrevistados. Na segunda etapa ocorreu um progresso na produção das respostas, demonstrando que, os alunos absorveram de forma mais concreta os conceitos apresentados, pode-se ter uma maior eficácia para a construção do conhecimento dos educandos, observou-se que uma parte deles deram mais atenção quando iniciou-se os trabalhos com os experimentos. Portanto o projeto em si é de grande valia para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, demonstrando dessa forma que, havendo uma maior utilização desse tipo de método de ensino, desde as series iniciais, os alunos teriam uma maior concepção da presença da ciência em nosso cotidiano.
Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem, Conhecimento, Fenômenos Físicos.