65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia
DIVERSIDADE E ABUNDÂNCIA DE ANFÍBIOS ANUROS NA LAGOA DE CATINGUINHA, POVOADO DE SENHOR DO BONFIM-BA.
Gabriellen Thaila Alves Ferreira - Graduanda em Ciências da natureza- UNIVASF
Keillliane Almeida de Oliveira - Graduanda em Ciências da natureza- UNIVASF
Vadilson Cerqueira Santos - Graduando em Ciências da natureza- UNIVASF
INTRODUÇÃO:
Os Anuros pertencem ao grupo dos Anfíbios que engloba sapos, rãs e pererecas, é o grupo mais diversificado e possui uma média de 6.100 espécies. A maioria dos trabalhos realizados sobre anfíbios anuros no Brasil ocorre no litoral ou nos grandes rios, as comunidades do interior vêm sendo estudadas há pouco tempo (Brandão & Araújo 1998).
No Brasil há 789 espécies de anuros conhecidas, é o país que possui maior variedade, sendo que dessas 60 % são exclusivas do território. Dos biomas Brasileiros o que menos é estudado em relação a anuro fauna é a Caatinga, apenas 10 % dos inventários de anuros publicados são realizados nessa região sendo conhecidas atualmente 49 espécies de anfíbios anuros nessa área (Lewinsohn & Prado, 2002).
Os anfíbios possuem um ciclo de vida bifásico com uma fase aquática e outra terrestre isso os torna sensíveis a diversas mudanças ambientais, além de ser fonte de alimento para diversos animais são fonte de compostos biológicos ativos. Para evitar o desaparecimento de espécies de anfíbios é necessária a realização de pesquisas e inventários, pois a perda de biodiversidade destes animais poderia além de afetar a cadeia alimentar, limitar várias descobertas cientificas (Blaustein, 1994).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho objetiva descrever a variedade e abundancia de espécies de anfíbios anuros, especificamente os sapos, existentes num corpo de água localizado no povoado de Catinguinha município de Senhor do Bonfim–BA, identificando se há espécie predominante no local.
MÉTODOS:
Área de estudo
Este estudo foi desenvolvido em um corpo de água no povoado de Catinguinha município de Senhor do Bonfim- BA, situado a 376 km de Salvador, a área esta situada numa região do Piemonte da Chapada Diamantina marcada por clima semi-árido e altitude de 550m a uma temperatura média de 23 graus.
Coleta de dados
As amostragens foram realizadas entre janeiro e março de 2013, com freqüência quinzenal e foram realizadas no período entre 19 h e no máximo até 24 h.
A procura dos espécimes foi efetuada pelo método de levantamento por encontro visual e por atividade de vocalização. A cada visita, todo o perímetro do corpo de água e os trechos com 15 m de comprimento selecionado ao longo das margens foram percorridos durante 1 hora e 30 minutos três vezes, sendo cada trecho por 30 minutos, contabilizando todos os indivíduos encontrados, fossem em atividade de vocalização ou não, foram feitos registros fotográficos para analise das variedades de espécies.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A abundância de espécie foi segundo Gottsberger & Gruber (2004), o maior número de indivíduos contabilizados em um dos três percursos; a abundância mensal foi considerada, segundo Bertoluci & Rodrigues (2002), como o maior número de indivíduos contabilizado quinzenalmente.
Segundo Bernarde & Anjo (1999) a variedade e quantidade média de indivíduos pode ocorrer em relação a duração e estrutura da poça que eles habitam, a quantidade de espécimes observados nas coletas de dados foram diminuído em correlação a poça, que inicialmente possuía uma extensão de 14 metros e ao fim das atividades estava com 10 metros.
Apenas a espécie Rhinella Schneideri, conhecida popularmente como sapo boi ou cururu, pertencente a família Bufonidae foi registrada na área de estudo, engloba animais de grande porte possuindo membros curtos, pele áspera e rugosa devido as glândulas cutâneas. Estes indivíduos são predominantes em áreas abertas e urbanas por serem bem adaptadas as interferências antrópicas (BASTOS et al, 2003).
Foi observado no período de precipitação o maior número de espécimes em atividade de vocalização nas bordas do corpo de água, em amplexo e notável quantidade de girinos nas visitas subsequentes podendo então afirmar que sua reprodução esta relacionada ao período.
CONCLUSÕES:
A partir das analises dos dados coletados podemos inferir que a espécie Rhinella Schneideri possua uma maior adaptação tanto para ambientes que sofrem ação antrópica quanto para condições climáticas da caatinga e que possui seu ciclo reprodutivo relacionado às precipitações pluviométricas o que é reforçado por Duellman & Trueb (1994) quando afirmam que há influência do clima na ocorrência e atividade reprodutiva de comunidades de anuros e esta é determinada principalmente pela distribuição e volume de chuva.
Palavras-chave: Sapos, Caatinga, Rhinella Schneideri.