65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
MINICURSOS PARA ALUNOS DE ESCOLAS PÚBILCAS ATUAREM COMO AGENTES MIRINS NO COMBATE A DENGUE EM CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL
Rosa Cristina Ribeiro da Silva - Depto.de Química e Biologia, Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA
Katiane dos Santos Lobo - Graduada do curso de Ciências Biológicas, CESC/UEMA, Caxias-MA
Valéria Cristina Soares Pinheiro - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Química e Biologia - CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
A dengue é objeto de maior campanha de saúde pública do Brasil, cujo agente etiológico é um vírus da família Flaviridae, pertencente ao Gênero Flavivirus e é transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (Linnaeus,1792) e Aedes albopictus (Skuse 1894). A transmissão ocorre quando estas espécies vetoras se contaminam ao picar um indivíduo infectado que se encontra na fase virêmica da doença e somente com a efetiva participação da população, adotando medidas no seu dia a dia de controle dos criadouros do mosquito vetor, será possível minimizar o agravamento dessa situação. Dentre as medidas de controle, as campanhas educativas são fundamentais para esclarecer a população, e a escola é considerada um espaço privilegiado para ensinar formas de combate ao vetor, pois a prevenção da doença ocorre em consequência da mudança de atitudes, que costumam acontecer mais facilmente em crianças, quando comparadas a adultos, pois são mais estimuladas pela curiosidade. O município de Caxias possui alta incidência de casos de dengue e elevados índices populacionais de A. aegypti e A. albopictus, portanto a realização de atividades educativas voltada para a comunidade estudantil faz-se necessária, favorecendo assim, uma maior participação em relação à prática das medidas de controle dos vetores.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O estudo objetivou treinar alunos de escolas públicas para atuarem como agentes mirins no combate a dengue em suas residências, com a realização de minicursos sobre as medidas de prevenção e controle da dengue e verificar o nível de participação dos estudantes no combate a doença.
MÉTODOS:
Participaram do projeto 120 estudantes do 6° ao 9° ano (5ª a 8ª séries) representantes de seis escolas públicas de Caxias (U.I.M Guiomar Cruz Assunção, U.I.M Paulo Freire, U.I.M. Déborah Pereira, U.I.M Coelho Neto, U.I. Isaura Costa e U. I. Monsenhor Clóvis Vidigal), onde 20 alunos de cada escola foram deslocados para o Laboratório de Entomologia Médica (LABEM) no Centro de Estudos Superiores de Caxias (CESC-UEMA) em todo o ano de 2012. Durante os minicursos foram apresentadas todas as informações sobre a dengue, o vetor e com ênfase nas medidas de controle e prevenção da doença, em seguida foram feitas demonstrações da colônia de mosquitos do LABEM, foi utilizado o microscópio e esteriomicroscópio para demonstração dos espécimes montados, ovo e fases imaturas, diferenciando as espécies A. aegypti e A. albopictus e o sexo do mosquito adulto e logo após o minicurso, foi aplicado um questionário a fim de avaliar se as informações foram repassadas com êxito e após dois meses da realização dos minicursos, foi aplicado novamente, para os mesmos alunos, um segundo questionário, objetivando acompanhar o aprendizado destes e medir as ações praticadas no controle da doença. Os responsáveis pelos estudantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se que os alunos adquiriram bastantes conhecimentos, pois na pergunta sobre a transmissão da doença 72,50% (87) e 81,67% (98) estudantes responderam corretamente nos dois momentos da pesquisa, respectivamente, ou seja, pela picada do inseto vetor. Quando interrogados sobre as fases de vida do mosquito 86% (103) e 95% (114) citaram corretamente ovo, larva, pupa e mosquito, respectivamente, e em relação às características do mosquito, 95% (114) e 91,67% (110), também responderam de forma correta, que o mosquito é escuro e apresenta manchas brancas pelo corpo e quando perguntados sobre o nome do mosquito transmissor, 96,67% (116) responderam corretamente, com o mesmo percentual de respostas nos dois questionários referindo-se ao A. aegypti. Logo após o minicurso e dois meses depois, 57,5% (69) e 50% (60) disseram que repassaram as informações adquiridas. Dois meses depois da realização dos minicursos, quando interrogados se alguém tem ou já teve dengue no bairro onde moram, 46,67% (56) responderam que sim e 53,83% (64) disseram não saber e em relação às medidas tomadas na sua residência para evitar a dengue, os dados mostram o interesse desses alunos em eliminar o mosquito vetor, pois 93,33% (112) disseram que não deixam água parada.
CONCLUSÕES:
Os dados revelam que a realização dos minicursos proporcionou aumento no nível de conhecimento dos estudantes sobre a dengue e seu vetor, pois estes não sabiam que o A. albopictus é o vetor secundário da doença, além de proporcionar mudança de atitude, pois os estudantes disseram praticar ações preventivas contra a doença em suas residências após as informações obtidas durante os minicursos. Portanto atividades voltadas para comunidade estudantil são necessárias para reforçar a prática das ações que evitam a proliferação do vetor e transmissão da doença, já que mudanças de atitudes são mais fáceis de acontecer em crianças do que em adultos.
Palavras-chave: Campanhas, Dengue, Conhecimentos.