65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE FRUTOS COMERCIALIZADOS NA REDE VAREJISTA DE MOSSORÓ-RN
Raul Lucena Nascimento - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Gleydson de Freitas Silva - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Tenessee Andrade Nunes - Escola da Gestão e Negócios - UNP
Francisco Bruno Ferreira de Oliveira Bezerra - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
José Teixeira da Rocha Neto - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Jane Kelly Holanda Melo - Profa. MSc/ Orientadora - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
INTRODUÇÃO:
O aumento do comércio paralelo, de locais de vendas de alimentos ao ar livre, assim como o grande número de micro e pequenas empresas tem demonstrado a agilidade no aproveitamento de oportunidades de comércio. Entretanto, esse desenvolvimento comercial, principalmente no ramo de alimentação, deve ser acompanhado pela garantia de qualidade a fim de assegurar bases sólidas e legais aos produtos alimentícios.
Nem sempre é possível realizar o acompanhamento dos aspectos da qualidade dos alimentos comercializados nos centros urbanos, dada à velocidade que estão circulam, nos diversos tipos de empreendimentos comerciais. Atitudes simples, como realizar pesquisas de preço, conversar com responsáveis pelo abastecimento das gôndolas ou mesmo, ler os informativos de ofertas da rede varejista, são meios para aumentar a probabilidade de se levar para casa um alimento fresco e de boa qualidade. Em se tratando de frutas tropicais, a maioria destas, é comercializada em temperatura ambiente, o que pode aumentar a velocidade de deterioração e perdas de nutrientes, por estarem expostas ao oxigênio, as mudanças de temperatura e umidade e ao ataque de microrganismos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a qualidade físico-química de alguns tipos de frutos comercializados na rede varejista de alimentos do município de Mossoró-RN e traçar um paralelo entre estas características e o preço adotado para revenda.
MÉTODOS:
As análises foram realizadas no Laboratório de Química Orgânica e de Bioquímica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). As amostras dos frutos foram obtidas na rede varejista de Mossoró. Foram adquiridos frutos de melão amarelo e melão Cantaloupe, laranja, limão e acerola de cinco estabelecimentos comerciais varejistas de alimentos do município de Mossoró-RN (um hipermercado, um supermercado, uma banca de feira livre, uma mercearia de médio porte e uma de pequeno porte) localizados em diferentes bairros da cidade.
Para a avaliação da qualidade físico-química destes frutos, realizaram-se os seguintes testes: umidade, sólidos solúveis totais, acidez titulável, cinzas, pH, teor de vitamina C, lipídios totais e proteínas com quatro repetições para cada tipo de fruto. Os resultados destas análises foram contrastados com os atributos físicos (cor, textura, aspecto visual) e o preço cobrado por kg de cada tipo de fruta em cada estabelecimento visitado. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial (5 x 5) com quatro repetições cada. Os dados foram submetidos a análise de variância e quando houve significância, foram contrastados entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verificou-se efeito significativo para a interação entre os fatores estabelecimento comercial x tipo de fruto para as características pH, acidez titulável, vitamina C e sólidos solúveis, entretanto não foram verificadas diferenças significativas para a interação dos fatores contrastados para as variáveis: teor de lipídeos, proteínas, cinzas e umidade.
Os frutos comercializados em bancas de feira livre apresentaram preços inferiores aos ofertados no hipermercado e supermercado respectivamente, mas não diferiu daqueles praticados nos mercantis de pequeno e médio porte. Observou-se uma diferença bastante significativa entre os preços por kg de frutos, especialmente para melão Cantaloupe, variando de R$ 2,82 no local mais caro (hipermercado) a R$ 1,85 no local mais barato (banca de feira livre), o que significa uma diferença de aproximadamente 105%.
Através dos dados levantados por esta pesquisa, pode-se afirmar que a estrutura do local da compra, sua localização e preço praticado, não interferiram na qualidade dos produtos ofertados aos clientes. Algumas questões podem ter relação com este resultado, uma delas é que os produtos podem ser recebidos de fornecedores semelhantes, o que dará mais uniformidade nas características dos frutos ofertados mesmo em diferentes locais da cidade.
CONCLUSÕES:
Os frutos de melão apresentam grande variação de preço no mercado varejista de Mossoró-RN, porém apresentam-se bastante uniformes com relação à qualidade físico-química.
Verificou-se que as diferenças de estrutura dos locais de comercialização avaliados não interferiram na qualidade dos frutos oferecidos aos consumidores.
Sugere-se que os consumidores façam pesquisas antes de realizar suas compras, para obter melhores produtos com preços mais acessíveis.
Palavras-chave: Supermercados, Bancas de feira livre, Análises químicas.