65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 7. Planejamento Urbano e Regional - 4. Planejamento Urbano e Regional
CONFORMAÇÃO ESPACIAL DO MUNICÍPIO DE BIGUAÇU E A EXPANSÃO DO EIXO NORTE DA ÁREA CONURBADA DE FLORIANÓPOLIS/SC
Carolina de Araújo Rios Schmitt - Depto. de Arquitetura e Urbanismo - UFSC
Margareth de Castro Afeche Pimenta - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Arquitetura e Urbanismo - UFSC
INTRODUÇÃO:
A configuração da região metropolitana de Florianópolis se desenvolveu de forma desordenada. A antiga sede da Capitania da Santa Catarina, centralizadora das ações e decisões políticas, perde sua força concentradora, na medida em que suas freguesias se tornam independentes economicamente, pois a interdependência muda a partir do momento que as relações econômicas se alteram e as conexões entre as cidades se aprimoram. Os municípios da região metropolitana de Florianópolis não cresceram juntos nem possuem uma estrutura única que sirva de modelo para explicá-los. Fez-se necessária a pesquisa de dados históricos e econômicos, no sentido de compreender as relações sociais e espaciais que ocorrem entre eles.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho centra sua análise em Biguaçu. Reconstituindo sua trajetória histórica, visa compreender a dinâmica municipal, a partir dos empreendimentos e setores econômicos que vem se instalando e dando impulso ao processo de desenvolvimento urbano.
MÉTODOS:
Após revisão bibliográfica sobre a formação e crescimento das cidades, foram pesquisados dados das atividades econômicas para analisar a localização atual das atividades econômicas e sua relação com o espaço micro-regional. Os dados levantados, referentes a 2009, foram cedidos pela Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, incluem-se na padronização nacional do CONCLA/CNAE 2.0 e geraram os primeiros mapeamentos. Buscando na história as explicações do presente, nova revisão bibliográfica analisou as primeiras freguesias açorianas e a formação das centralidades urbanas, objetivando definir a influência de ambos na conformação da malha urbana. A metodologia incluiu levantamento fotográfico e iconográfico para a realização dos mapeamentos que reconstituíssem a formação da malha urbana, assim como analisassem a expansão do eixo norte e sul, considerando os deslocamentos das centralidades sócio-espaciais e as novas tendências de expansão urbana.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O núcleo de ocupação histórico da freguesia de Biguaçu chegou a constituir-se como espaço centralizador comercial, contudo perdeu seu dinamismo quando a sede da freguesia mudou, abandonando seu núcleo inicial. Os primeiros caminhos que passavam por Biguaçu eram os que levavam às cidades do interior do Estado e os originários das cidades litorâneas contínuas geograficamente, São José e Florianópolis. O caminho que acompanhava a linha da orla da praia acabou gerando o traçado da BR-101 que cortou a cidade ao meio, desarticulando sua centralidade urbana.
CONCLUSÕES:
A partir da década de 60, com as inversões governamentais feitas em Florianópolis, Biguaçu começou a crescer e receber investimentos. As atenções vieram de empresas que procuravam por amplos terrenos próximos à capital e à BR101 para se instalarem, iniciando a formação de uma malha urbana que se sobrepunha à original e fazendo com que todos os novos e antigos loteamentos se tornassem conectados e dependentes da rodovia, não mais interligados entre si. A fragmentação da malha urbana prejudica a preservação da memória urbana e permite que o crescimento urbano seja guiado pela lógica da acumulação dos empreendimentos privados, gerando um espaço fragmentado e desigual.
Palavras-chave: Espaço-urbano, Dinâmica-sócio-espacial, Grande-Florianópolis.