65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
AÇÃO DO EXTRATO BRUTO ALCOÓLICO DE Vismia guianenses Aubl. (LACRE) CONTRA FUNGOS FITOPATÓGENOS FA4 ISOLADOS DO PIMENTÃO Capsicum annum L. NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM
Clariane Pontes da Silva - Graduanda em Ciências Biológicas CESP/UEA
Cynara da Cruz Carmo - Orientadora Profa. Dra. em Biotecnologia CESP/UEA
Ricardo de Melo Katak - Graduado em Ciências Biológicas CESP/UEA
Mayara de Araujo Silva - Graduanda em Ciências Biológicas CESP/UEA
Bruno de Oliveira Freire - Graduando em Ciências Biológicas CESP/UEA
Alber de Sousa Campos - Técnico Especialista em Biotecnologia do Laboratório de Ciências IFAM
INTRODUÇÃO:
Na região amazônica é constante a incidência de microrganismos, como fungos fitopatógenos, que atacam as plantações, cujo clima favorece a proliferação dos mesmos, trazendo grandes consequências, perda econômica, principalmente aos pequenos agricultores. Na tentativa de amenizar os problemas causados por esses agentes infecciosos, o agricultor utiliza fungicidas químicos para combater as pragas, contribuindo para o aumento de populações de microrganismos resistentes a aplicação (AZEVEDO, 2003), infertilidade do solo, exterminação de microrganismos benéficos e causando danos à própria saúde do agricultor (SCHWAN-ESTRADA et al. 2003). Dessa forma, urge a necessidade de novos meios de controle que sejam de fácil acesso e menos agressivos ao meio ambiente. Espécies vegetais apresentam uma variedade de biomoléculas que agem como respostas aos ataques microbianos. No entanto, há moléculas biológicas encontradas na espécie Vismia guianenses com efetividade de ação em tratamentos médicos e como antimicrobianos sendo bastante utilizadas na medicina popular (SANTOS 2006). Neste sentido, o estudo tem por finalidade a importância em avaliar o potencial biofungicida da espécie V. guianenses contra fungos isolados do pimentão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o potencial biofungicida do extrato bruto alcoólico da espécie amazônica Vismia guianenses Aubl. frente a fungos isolados do pimentão Capsicum annum L. em plantações no município de Parintins-AM.
MÉTODOS:
Folhas de Vismia guianenses foram coletadas no perímetro urbano do município de Parintins-AM, levadas ao laboratório de Biologia CESP-UEA, lavadas e secadas em estufa em 50ºC, trituradas e adicionadas em solvente alcoólico por 72 horas em vidro âmbar para retirada dos seus princípios ativos. Depois de filtrado foi levado ao exaustor para obtenção dos extratos e armazenados em câmara refrigerada em 4°C. Os fitopatógenos foram coletados numa casa de vegetação do município e as amostras com sintomas de contaminação foram levados ao laboratório para os seguintes procedimentos: assepsia, isolamento e obtenção das culturas puras. Posteriormente os extratos foram diluídos em solvente DMSO (Dimetilsulfoxido) em concentrações de 2g/5ml (0,004mg/ml); 2g/8ml (0,0025mg/ml); 2g/10ml (0,002mg/ml); 2g/15ml (0,0013mg/ml) e para o controle negativo a concentração de 5 ml de DMSO. Os extratos concentrados de acordo com as concentrações diluídas foram adicionados com meio BDA de 50 ml e vertidos em placas de Petri com os fragmentos fungicos de 5 diâmetro de circunferência, todos foram feitos em triplicata . A leitura dos bioensaios ocorreram durante um período de 7 dias de 24 a 24 h, comparando a fronteira micelial e radial do crescimento micelial e os dados estáticos foram analisados através do “software” Biostat 7.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nas condições que os experimentos foram realizados, no geral, os melhores resultados, com menor crescimento micelial, em comparação com o controle negativo, foi a concentração de 0,013mg/ml apresentando 0% de inibição. As outras concentrações, como 0,004mg/ml; 0,0025mg/ml; 0,002mg/ml e o controle negativo (-), foram semelhantes apresentando mais de 30% de crescimento. A concentração 0,0025mg/ml apresentou 70% de crescimento micelial sem efeitos tóxicos da planta. Neste caso, moléculas bioativas encontradas no extrato apresentaram atividade fungistatica no sentido da maior concentração. Estudo de Oliveira (2009) com extrato hidroetanolico das folhas de V. guianenses apresentou de 0,25 mg/mL frente a T. mentagrophytes. A utilização do extrato bruto alcoólico de Vismia guianenses contra os fitopatógenos (FA4) isolados do pimentão demonstrou eficácia ao inibir o crescimento micelial, quando comparados com os resultados da maior concentração. Estudos com Vismia guianenses (lacre) demonstrou resultados promissores no controle de outros fitopatogenos como Botrytis sp (LOSANO et AL, 2000). Esses extratos através de mais avaliações e melhores resultados podem ser uma nova alternativa de controle de fungos fitopatogenos.
CONCLUSÕES:
Baseados nos resultados podemos concluir que o extrato alcoólico obtido da planta Vismia guianenses apresentou o potencial de inibição contra os fungos fitopatógenos, porem a maior porcentagem de inibição crescimento micelial foi evidenciada na concentração de 0,0013mg/ml, sugerindo a existência de composto biologicamente ativos, com efeito fungitóxico. Este nos indica uma aplicação potencial no controle alternativo nas doenças de fungos isolados do pimentão.
Palavras-chave: Antifúngico, extrato alcoólico, Vismia guianenses.