65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
INDISCIPLINA ESCOLAR: UM ENFOQUE EM TORNO DAS CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Helena Fernanda Nunes Pereira - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Charliel Lima Couto - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Alex de Araujo Lima - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Diná Cristina da Silva - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Vanessa Brandão Pereira - Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia – UFRPE – UAG
Mariel José Pimentel de Andrade - Prof. Assistente na UFRPE – UAG – Orientador
INTRODUÇÃO:
A indisciplina escolar compreende hoje um desafio a ser enfrentado por escolas e professores, podendo ser compreendida de diversas formas, dependendo do educador, ou seja, de como esse compreende o que seja atos indisciplinares. Além disso, a indisciplina escolar, atualmente, pode ser vista como resultado de vários fatores: sociais, familiares e de tecnologia, fatores esses que podem ser considerados de nível internos e externos as escolas. Para esse estudo nos embasamos em autores como: Aquino (2003) que traz contribuições para o entendimento da indisciplina escolar nos dias atuais; Garcia (1999) que apontam para alguns fatores que levam aos atos indisciplinares; Golba (2009) e Amado (2001) que apontam estudos sobre os conceitos de indisciplina vistos pelas escolas e por professores, como também, o que caracterizaria o aluno como indisciplinado. Para classificar a metodologia de pesquisa adotada nos embasamos em André (1995) e Gil (2009). O estudo teve grande contribuição, pois revelou algumas perspectivas acerca da indisciplina e algumas soluções que podem ser tomadas para amenizar esse quadro nas instituições de ensino, além disso, não desprezou a importância do estudante no processo de melhorias na educação, tendo como foco a indisciplina.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo primordial desse estudo foi mostrar as concepções acerca da indisciplina escolar, tendo como principal foco professores dos anos iniciais do ensino fundamental. Discutir sobre os principais motivos que levam a indisciplinar escolar e apresentar algumas soluções que podem amenizar essa realidade enfrentada por escolas e professores.
MÉTODOS:
A pesquisa foi desenvolvida em duas escolas públicas, sendo uma no município de Jupí e outra no município de Lagoa do Ouro, ambas estando localizadas no estado de Pernambuco. Os sujeitos da pesquisa foram duas professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental. As coletas de dados foram feitas através de observações e entrevistas semiestruturadas, sendo que, por se tratar de escolas localizadas em municípios diferentes fizemos seis visitas as escolas, sendo três em cada uma. As escolhas das professoras foram feitas através da direção das respectivas instituições. A pesquisa desenvolvida foi de campo, etnográfica com abordagem qualitativa. Etnográfica por que segundo André (1995) “[...] a pesquisa etnográfica tende a preocupasse com o contexto social do ambiente pesquisado [...]”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Através das entrevistas feitas com as professoras foi constatado que ambas possuem entendimentos instáveis em relação aos principais motivos que levam a indisciplina, atribuíram como principais motivos: à estrutura familiar, seguido dos problemas sociais e do avanço da tecnologia, nesse sentido, percebeu-se a relação do que é dito por Golba (2009), conforme essa autora, “[...] por se tratar de uma criação cultural o conceito de indisciplina não é estático, uniforme, tampouco universal [...]” (p. 5). Em referência ao que as professoras consideram como atos indisciplinares ambas revelaram que a falta de regras e de respeito são os principais atos presenciados nas escolas, nesse sentido, percebemos uma forte ligação com o que é dito por Amado (2001) “a manifestação concreta da indisciplina se dá pelo não cumprimento das regras que presidem, orientam e estabelecem as condições das tarefas e ainda, no desrespeito às normas e aos valores”. Sobre as soluções que podem ser tomadas nas escolas e na sala de aula as professoras destacaram o diálogo, os contatos pedagógicos, as assembleias de classes, sendo que, para se efetivarem precisam ter participação direta dos estudantes. Essas características, segundo Aquino (2003) apontam para a efetivação da democracia escolar na atualidade.
CONCLUSÕES:
Apesar de se tratar de um tema de difícil solução, após a realização da pesquisa pudemos perceber que alguns métodos utilizados por professores e escolas podem amenizar os atos indisciplinares nas instituições e nas salas de aulas. A pesquisa revelou distintas concepções sobre o que venha a ser considerado como indisciplina no contexto escolar, fato esse que já era esperado por se tratar de uma perspectiva não uniforme e estática. Outro ponto a ressaltar, é que houve, por parte das professoras, uma conscientização de que não são apenas os fatores internos que levam a indisciplina escolar, visto que, os alunos ao entrarem nas instituições trazem suas vivências familiares e sociais para as mesmas. As professoras apontaram ainda várias formas de diminuir esse quadro, sendo que, ambas colocaram os estudantes como centro desse processo, ou seja, passariam a ser sujeitos ativos na transformação dessa situação, apontando para o diálogo, os contratos pedagógicos e as assembleias de classe como principais fatores para amenizar e democratizar o convívio escolar, ou seja, a relação escola – educador – educando.
Palavras-chave: Atuação docente, Contexto escolar, Participação democrática.