65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 4. Genética Molecular
CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO GENERO Osteocephalus (ANURA: HYLIDAE) ATRAVÉS DO GENE rRNA 16S EM UMA ÁREA DE CERRADO NO LESTE MARANHENSE
Sulamita Pereira Guimarães - Curso Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Karla Costa Bezerra - Acadêmica do Programa de Pós-graduação/ Mestrado - PRODEMA/TROPEN/UFPI
Ana Priscila Medeiros Olímpio - Curso Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Elmary da Costa Fraga - Prof. Dr./ Co-Orientador - Depto. de Química e Biologia – CESC/UEMA
Maria Claudene Barros - Profa. Dra./ Orientadora - Depto. de Química e Biologia – CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
A ordem anura é constituída atualmente por 54 famílias (Frost, 2013). São animais cosmopolitas tendo uma distribuição heterogênea com predominância nas regiões tropicais. Possuem adaptação a uma variedade de nichos ecológicos e condições climáticas, porém muitos têm preferência por ambientes úmidos (Clarke, 1997). O gênero Osteocephalus pertence à família Hylidae, subfamília Hylinae (Faivovich et al., 2005) e possui atualmente 28 espécies (Frost, 2013) com distribuição desde Guianas e drenagens superiores do rio Magdalena e do rio Orinoco, na Colômbia, Venezuela e Brasil. No entanto, a taxonomia de Osteocephalus está longe de ser compreendida, pois há existência de várias espécies não identificadas. Apesar dos estudos os problemas taxonômicos persistem, envolvendo binômias de validade desconhecida e espécies não descritas (Ron, et al., 2010). Estudos envolvendo marcadores moleculares têm sido utilizados como ferramenta para resolução de problemáticas taxonômicas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar geneticamente as espécies de anfíbios do gênero Osteocephalus de ocorrência no cerrado leste maranhense, Área de Proteção Ambiental Municipal do Inhamum, utilizando sequências do gene mitocondrial rRNA 16S.
MÉTODOS:
Os espécimes do gênero Osteocephalus foram coletados na APA do Inhamum que possui uma área de aproximadamente 3.500 ha. Para a coleta dos espécimes utilizou-se o método de amostragem em sítios reprodutivos em córregos e lagoas em duas fitofisionomias: mata de galeria e cerrado em seis pontos estratégicos. As coletas ocorreram das 18:30 às 21:30 horas durante três dias em 12 campanhas mensais. Os espécimes foram fotografados em campo, capturados e levados ao Laboratório de Biologia do CESC/UEMA, etiquetados, fixados em formalina 4%, e incorporados à coleção em via úmida do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém/PA. Foram retiradas amostras de tecido muscular (conservados em álcool 70%) para as analises moleculares. O DNA total foi isolado utilizando-se o protocolo de fenol-clorofórmio, o gene mitocondrial rRNA 16S foi amplificado via Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e os produtos da PCR foram sequenciados utilizando-se o método didesoxiterminal no sequenciador automático ABI PRISM 3500 (Life Technologies). As analises moleculares ocorreram por meio dos softwares: BIOEDIT (edição, alinhamento), MEGA 5 (matriz de divergência e composição nucleotidica) e DNA sp (número e frequência de haplotipos).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As características morfológicas observadas nos espécimes como: crânio mais amplo do que longo, dedos dos pés alados, discos grandes e arredondados foram algumas das características que possibilitaram a identificação dos espécimes ao nível de gênero permanecendo estes como Osteocephalus sp.. Foram sequenciadas 15 amostras de Osteocephalus de ocorrência na APA do Inhamum para o gene rRNA 16S. Obteve-se um fragmento de 497 pares de bases, com composição nucleotídica de 26,9% timina, 22,0% citosina, 30,2% adenina, 20,9% guanina. Foram observados dois haplótipos e uma divergência alcançando apenas 0,2 % entre os espécimes da APA do Inhamum. Entretanto quando analisado as sequencias dos espécimes da APA do Inhamum com sequencias depositadas no genbank verificou-se nove haplótipos e uma divergência alcançando 1,8% para a espécie Osteocephalus taurinos de ocorrência na Venezuela. A espécie Osteocephalus aff. taurinos e Osteocephalus taurinos é apontada para região amazônica e de cerrado em Carolina/MA (Pavan, 2007; Valdujo, 2011).
CONCLUSÕES:
Os dados morfológicos somados a distribuição e a magnitude dos dados moleculares revelam a presença de um único status específico para a APA do Inhamum e são fortes indicativos da ocorrência da espécie O. taurinus para o cerrado leste maranhense.
Palavras-chave: Anfíbios, Molecular, APA do Inhamum.