65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Dasypus novemcinctus (MAMALIA, CINGULATA) NO LESTE MARANHENSE, BRASIL
Samira Brito Mendes - Curso: Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Francisca Nayane Medeiros Brito - Curso: Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Daiane Chaves do Nascimento - Pós-graduanda em Ciência Animal/UEMA
Jociel Ferreira Costa - Prof. Mestre/Co-OrientadorCurso: Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Elmary da Costa Fraga - Prof. Dr./Curso: Ciências Biológicas – CESC/UEMA
Maria Claudene Barros - Profa. Dra./ Orientadora – Curso: Ciências Biológicas – CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
Os tatus são membros da ordem Cingulata, sendo o gênero Dasypus o que apresenta o maior número de espécies. Entre estas, Dasypus novemcinctus é a que possui a maior distribuição geográfica, ocorrendo desde o Sul dos Estados Unidos até o noroeste da Argentina e do Uruguai. No Brasil é registrado em todos os seus biomas e apresenta-se como a segunda maior espécie do gênero. Possui geralmente nove cintas móveis na região mediana da carapaça, entretanto esse número pode variar de 8 a 11. Os tatus possuem hábitos terrestres e fossoriais, a maioria das espécies constrói tocas e escavaca o solo à procura de alimentos. Esses animais correm risco de extinção devido à caça. No Brasil há um grande comércio ilegal de caça selvagem, mostrando uma grande dependência financeira pelos fornecedores, representando uma opção de fonte de proteínas para algumas populações humanas. Algumas tribos indígenas também utilizam a caça para a subsistência. Estudos genéticos e moleculares contribuem com informações para a conservação da espécie, uma vez que através destes pode-se estimar a variabilidade genética dos espécimes de diferentes populações, sendo isto essencial para adquirir dados para estratégias de gestão que garantam a conservação da espécie.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar molecularmente a espécie D. novemcinctus de ocorrência no leste maranhense através do gene mitocondrial rRNA 16S.
MÉTODOS:
A análise molecular envolveu 21 espécimes oriundos do leste Maranhense dos municípios de Caxias, Codó, Aldeias Altas e São João do Sóter. A extração de DNA foi realizada a partir de tecido muscular, utilizando-se o protocolo de fenol- clorofórmio. A amplificação do gene rRNA 16S foi realizada através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) usando-se primers específicos. As sequências foram editadas e alinhadas no programa Bioedit (Hall, 1999). A composição nucleotidica, número de sítios informativos ocorreu através do programa MEGA 5.0 (Tamura, et al., 2011). O número de haplótipos e suas frequências foram estimados no programa Dnaspv5 (Librado & Rosas, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram obtidas 21 sequências de 531 pares de bases para o gene rRNA 16S, um único haplotipo foi evidenciado. A composição nucleotidica foi de 22% timina, 25% Citosina, 32,2% Adenina e 20,8 Guanina. A análise molecular evidenciou uma baixa variabilidade genética e um único status específico para o leste maranhense. Esse resultado é semelhante ao encontrado com uma população oriunda dos Estados Unidos (Mississippi, Lousiana e Texas) que utilizou a região controle (D-loop) e encontrou apenas dois haplótipos. Entretanto, diverge de estudos realizados com populações de Dasypus novemcinctus da Guiana Francesa onde foi utilizada a mesma região genômica, no entanto revelou uma alta divergência genética. Assim como estudos realizados com diferentes populações do Paraguai que utilizou o gene citocromo b e também foram evidenciados altos índices de divergência. Nossos resultados corroboram com o que é reportado pela literatura, pois o gene rRNA 16S é um gene espécie-específico.
CONCLUSÕES:
Este estudo revelou a ocorrência de um único haplótipo para o leste maranhense confirmando Dasypus novemcinctus como o status especifico para a área estudada. No entanto outros genes mitocondriais, como a região D-loop e citocromo b, devem ser analisadas a fim de inferir quanto à dinâmica populacional desta espécie.
Palavras-chave: Tatu, rRNA 16S, Maranhão.