65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
MASSA DE MATÉRIA SECA E TEOR DE FLUORETOS TOTAIS EM CUPUAÇUZEIRO, EM ÁREAS SUJEITAS ÀS EMISSÕES ANTROPOGÊNICAS DE FLÚOR ATMOSFÉRICO
Francisco Sérgio Neres da Silva - Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Josué Valente Lima - Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Clivia da Conceição Mar - Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Fernanda Ludmyla Barbosa de Souza - Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Leane Castro de Souza - Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição - Prof. Dr./Orientador – Setor de Produção Vegetal / UFRA-UDCP
INTRODUÇÃO:
A poluição exerce um efeito global sobre a vegetação, uma vez que a diferença de sensibilidade à poluentes pode afetar a competição natural entre as espécies vegetais de um determinado ecossistema. As plantas são receptoras de fluoretos a partir de três fontes de seu ambiente: o solo, a água e o ar. A fitotoxicidade dos fluoretos normalmente é atribuída as suas formas atmosféricas. Dentre as principais fontes de emissões antropogênicas estão as atividades de fabricação de alumínio, aço, cerâmica e outras (WEINSTEIN; DAVISON, 2003).
O fluoreto acumula-se nas plantas e causa danos em espécies vegetais suscetíveis, em concentrações atmosféricas da ordem de 10 a 1000 vezes menores que outros poluentes atmosféricos. No Pará existem poucos estudos publicados sobre os efeitos do flúor em espécies vegetais em pólos industriais do setor de produção de alumínio primário (PAULA et al., 2005). Esses autores constataram que o murucizeiro pode acumular quantidades significativas de flúor tanto no estádio de plântula como de muda.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Desta forma, considerou-se importante neste trabalho avaliar o efeito de fluoreto atmosférico em plantas jovens de cupuaçuzeiro em diferentes locais de exposição da área de influência da fabrica de alumínio da ALBRAS – Alumínio Brasileiro S.A., por um período de 60 dias.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em cinco locais (L) de exposição – L1, L2, L3, L4 e L5, do município de Barcarena, Estado do Pará, com plantas de cupuaçuzeiro de oito meses de idade, em delineamento experimental de blocos ao acaso, em esquema fatorial 5 x 4, com 3 repetições e 2 plantas. As plantas foram expostas no centro de clareiras de 200 m2. Os efeitos dos tratamentos foram determinados por meio de métodos biométrico e analítico, por um período de 60 dias. As variáveis de respostas foram: massa seca do caule (MSC), massa seca da folha (MSF), massa seca da parte aérea (MSPA), teores de floretos totais no caule (Fc) e na folha (Ff).
A determinação dos teores de fluoretos totais em tecidos vegetais, foi realizada de acordo com a metodologia proposta por Garcia-Ciudad et al. (1985) modificada e Cooke et al. (1976). O flúor foi extraído de amostras de 0,5 g de folhas e/ou caule, dessecadas e moídas, maceradas com 25 mL de ácido perclórico 0,1 M, agitadas por 1 h, em seguida, completando-se o volume para 50 mL com TISAB pH 8,0-8,5. O flúor contido na solução foi determinado por meio de elétrodos combinados, formados por elétrodo de íon específico e elétrodo de referência para F, acoplados a um analisador de íon específico, previamente calibrado, marca ORION RESEARCH, modelo EA 920.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As produções das massas de matéria seca do caule (MSC), da folha (MSF), da parte aérea (MSPA) dos locais de exposição L2, L4 e L3 e L1, foram reduzidas em relação ao tratamento L5. Comportamento semelhante foi observado para as MSF dos locais de exposição L2, L3 e L4. As produções de MSPA foram reduzidas principalmente nos locais de exposição L2, L4 e L3, em relação aos tratamentos L5 e L1. Em geral, a produção de MSPA do cupuaçuzeiro foi reduzida em 30,36%, 27,23% e 21,43%, respectivamente para os locais de exposição – L2, L4 e L3, quando comparada com a obtida no L5.
Estudante do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UDCP
Os teores médios de fluoretos totais no caule (Fc) variaram de 12,88 a 1.057,50 ppm e na folha (Ff) de 16,00 a 2.115,50 ppm. Os maiores teores de Fc e de Ff das plantas de cupuaçuzeiro foram determinados, no local de exposição L2. As plantas localizadas em L2, geograficamente são aquelas que se encontram no centro geométrico da fábrica de alumínio da ALBRAS – Alumínio Brasileiro S.A. Efeitos fitotóxicos do flúor evidenciando a redução de crescimento e de desenvolvimento e de aumento da concentração de flúor em plantas.
CONCLUSÕES:
As produções de MSPA foram reduzidas nos locais de exposição L2, L4 e L3, em relação aos tratamentos L5 e L1. Os teores médios de fluoretos totais no caule (Fc) variaram de 12,88 a 1.057,50 ppm e na folha (Ff) de 16,00 a 2.115,50 ppm. Os maiores teores de Fc e de Ff das plantas de cupuaçuzeiro foram determinados, no local de exposição L2.
Palavras-chave: Biomonitoramento ativo, Theobroma grandiflorum, Toxidez.