65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DE VEGETAIS ARBÓREOS ENCONTRADOS NA AVENIDA CAXANGÁ NA CIDADE DO RECIFE, PE
Anderson Francisco da Silva - Depto. de Ciência Florestal
Aline Juliana da Silva Omar - Depto. de Ciência Florestal
Murilo Carvalho Miranda Lima - Depto. de Ciência Florestal
Tarcisio Viana de Lima - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Ciência Florestal
INTRODUÇÃO:
A classificação de plantas em um sistema filogenético é o principal objetivo da Botânica Sistemática. Para obter este objetivo, a Taxonomia baseia-se em caracteres clássicos da morfologia floral, e utiliza de elementos oriundos da estrutura epidérmica (como pelos e tricomas), da palinologia, da anatomia e da fitoquímica, dentre outros (Wiggers & Stange, 2008).
A eficiência de uma boa identificação botânica é necessária para dar subsídio a estudos taxonômicos; auxiliar na elaboração de trabalhos científicos sobre a flora de uma região específica; determinar as espécies de um inventário; facilitar o conhecimento de plantas medicinais e tóxicas com objetivo de melhor utilizá-las e controlá-las e armazenar exemplares de todas as espécies possíveis para identificação de outras por comparação. Tudo depende de uma coleta bem feita, obedecendo a regras básicas, mas muito importantes, uma vez que as partes coletadas não possuem todas as características da planta no seu habitat natural (Ferreira, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve por objetivo identificar taxonomicamente em nível de espécies, as essências arbóreas ocorrente ao longo da Avenida Caxangá, Recife, Pernambuco.
MÉTODOS:
A nomenclatura popular dificulta sobremaneira a identificação correta dos vegetais, pois em geral congrega inúmeras denominações comuns para uma determinada espécie, já nomenclatura científica por expressa em linguagem universal propicia uniformidade de informações (Martin-da-Silva, 2003).
O presente trabalho foi realizado na Avenida Caxangá na cidade do Recife, PE localizada aproximadamente 7,5 Km do Marco Zero da capital, com uma latitude -8.05º e longitude -34.90º, com extensão de 6,2 Km, (IBGE, 2010).
A análise em campo começou a partir do reconhecimento da Região Político-Administrativa (RPA), em seguida pode-se fazer a coleta de informações sobre as espécies arbóreas encontradas no logradouro para identificação botânica.
O inventário foi realizado no canteiro central da Avenida Caxangá, durante o período de dois meses por meio de visitas. Foram coletados ramos com folhas e/ou flores das diferentes espécies, a identificação botânica foi feita através das fotografias tiradas e do material coletado e levado devidamente ao herbário Sergio Tavares do Departamento de Ciência Florestal, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Após o processo de análise em campo com base nos dados obtidos, pode-se comprovar quais as famílias botânica existentes in locus e a abundância das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As espécies arbóreas foram identificadas e quantificadas, tendo como base as informações obtidas durante o período de análise, foi encontrado um total de 442 indivíduos, pertencente a 11 famílias.
Anadenathera macrocarpa (Vell.) Brenan, Syzygium cumini (L.) Skeels, Schinus terebinthifolius Raddi., Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. F. ex S. Moore, Spondia mombin L., Terminalia catappa L., Cassia grandis L.f., Cocus nucifera L., Elaeis guineensis Jacq, Pachira aquática Aubl., Albizia lebbeck (L.) Benth, Fícus beijaminav L., Delonix regia Raf., Psidium sp. , Tabebuia sp. , Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb, Eugenia sp. , Leucaeana leucocephala (Lam) R de Wit., Acrocomia intumescens Drude, Mangífera indica L., Pithecellobium dulce (Roxb.) Benth., Licania tomentosa Benth. Fritsch., Adenanthera pavonina L., Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth.., Talisia esculenta (Cambess) Raldk. , e Clitoria fairchildiana R. A. Howard, foram as espécies encontradas na via.
De 11 famílias as três com maior quantidade de indivíduos foram: Arecaceae, Combretáceae e Mimosaceae com 169, 63 e 51 indivíduos, que corresponde a 38,2%, 14,2% e 11,5% respectivamente, as demais famílias não alcançaram 10% de indivíduos.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que durante estudo observou-se uma grande dominância das palmeiras, pertencentes à família da Arecaceae, assim como a Combretáceae e Mimosaceae, contudo a via expõe de várias outras espécies tornado o local mais arborizado.
As espécies Elaeis guineensis Jacq. e Terminalia catappa L. são de origem exótica e foram as duas primeiras espécies com maior quantidade de indivíduos com 131 e 63 respectivamente, que correspondem aproximadamente a 44% e a espécie Acrocomia intumescens Drude de origem nativa obteve 37 indivíduos e com apenas 8,37%.
Com isso a presença de espécies exóticas é muito frequente na arborização urbana, na qual poderiam ser utilizadas espécies nativa evitando prováveis extinções de espécies locais.
Palavras-chave: Meio Ambiente, Arborização Urbana, Biodiversidade.