65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DA ESPIGA DE MILHO VERDE PARA A FABRICAÇÃO DA PAMONHA
Anne Mírian da Silva Gomes - Graduanda em Ciências Biológicas/Licenciatura – UNEAL, Arapiraca/AL
Claudio Galdino da Silva - Graduando em Ciências Biológicas/Licenciatura – UNEAL, Arapiraca/AL
Elvia Jéssica da Silva Oliveira - Graduanda em Ciências Biológicas/Licenciatura – UNEAL, Arapiraca/AL
Rubens Pessoa de Barros - Prof. Msc./Orientador – Depto. de Ciências Biológicas – UNEAL, Arapiraca/AL
INTRODUÇÃO:
O milho (Zea mays L.) é uma gramínea pertencente à família poaceae, sendo que todas as variedades pertencem à mesma espécie. Classificado como alimento especial destina-se exclusivamente ao consumo humano no preparo de curau, pamonha e suco e em outros alimentos como na fabricação de bolos, biscoitos e sorvetes (UDRY e DUARTE, 2000; PEREIRA FILHO, 2003).
A produção do milho verde agrega valor, permitindo o uso de mão de obra familiar, movimentando o comércio e a indústria caseira. É uma atividade quase que exclusiva de pequenos e médios agricultores (MATOS, 2007).
Cerca de 70% da produção mundial de milho é destinado à alimentação animal, este percentual pode chegar a 85%, em países mais desenvolvidos. Em termos gerais, apenas 15% de toda a produção mundial destina-se ao consumo humano, de forma direta ou indireta (PAES, 2006).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar as características morfológicas quantitativas das espigas de milho verde comercializadas nas feiras livres no município de Arapiraca-AL, tais como: palha, fileiras de grãos, quantidade de grãos, diâmetro da espiga (cm), tamanho da espiga (cm) e quantidade de massa em gramas. Além de observar as relações etnobotânicas quanto à fabricação da pamonha.
MÉTODOS:
Este estudo foi realizado nas feiras livres do Município de Arapiraca-AL, com uma população aproximada de 214.006 habitantes, distribuídos em uma área territorial de 356,1 km2 e com uma densidade demográfica de 600,84 habitantes por km2 (IBGE, 2010).
De início foram selecionadas sete feiras, sendo: tradicional, fumageira, São Paulo, Brasília, Itapoã, canafístula e baixão, localizadas em diferentes bairros da cidade.
A pesquisa foi realizada durante os meses de junho de 2012 a fevereiro de 2013 no município de Arapiraca-AL, foi realizada uma entrevista estruturada para a coleta dos dados etnobotânicos dos feirantes e pessoas que fabricam a pamonha.
Em cada feira coletou-se dez espigas para o experimento, em seguida foram levadas para o laboratório de botânica e ecologia da Uneal, Campus I, para a organização dos dados da pesquisa para as medições e avaliação das variáveis nos fenótipos: número de palhas, número de grãos, número de fileiras, diâmetro, tamanho da espiga e quantidade de massa em gramas.
Nas feiras livres foi realizada uma entrevista estruturada aos comerciantes que aceitaram participar da pesquisa para aquisição dos dados etnobotânicos. Também foi feita uma entrevista semelhante às pamonheiras para entender a compra do milho verde e o rendimento das espigas na fabricação da pamonha.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A pesquisa revelou a média das variáveis nos fenótipos coletados nas feiras livres: palhas (12,0), grãos (499.4), fileiras (14,55), diâmetro (4,61cm), tamanho (16,35cm), massa dos grãos por espiga (93,77g). Barros et al. (2012) em sua pesquisa na mesma região apresenta resultados semelhantes sendo que a variável com maior diferença foi a massa dos grãos (167,06g).
Bottini et al. (1995) leva em conta os aspectos: porte médio da planta; planta resistente ao acamamento; espiga com bom empalhamento; pedúnculo firme; grãos amarelo-claros, grandes e uniformes; grãos com equilíbrio entre os teores de açúcar e amido, permanência do ponto de colheita das espigas por longo período.
Albuquerque (2005), conclui que para uma boa manutenção da espiga é a apresentação de um bom empalhamento isso favorece a umidade e conservação. Espigas com quantidade de palhas inferior a sete, não oferecem proteção, favorecendo o ataque de pragas e doenças, já espigas com quantidades superiores a 14 palhas, apresentam baixo rendimento.
A época da estação chuvosa no Nordeste é especial e coincide com a colheita do milho plantado na região agreste e em vários estados. Na média duas espigas são utilizados para cada pamonha, dependendo da variedade do milho cultivado (NORDESTE RURAL, 2012).
CONCLUSÕES:
Considerando as características quantitativas do milho verde como o tamanho da espiga, quantidade e peso da massa (g) dos grãos, percebeu-se que houve variação apenas na massa (g) dos grãos.
Para a fabricação de pamonha se torna necessário uma espiga de milho verde com um rendimento de massa acima de 167 gramas, isto depende do modo de plantio, época e variedade do grão do milho cultivado no campo.
No caso da fabricação da pamonha, a preservação da umidade é importante, sendo que a palha um instrumento natural de conservação. Observou-se que as relações etnobotânica são bem evidentes e o conhecimento passa de geração a geração.
Um fator essencial é que a escolha do milho deve está condicionada à exigência do mercado, devendo o agricultor optar por aquele que melhor atende a sua necessidade e a do mercado, pois quando o milho se destina ao processamento da pamonha é importante que este tenha uma boa produção de massa.
Palavras-chave: Milho verde, Características, Pamonha..