65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
MICROSCÓPIO ÓPTICO COMUM: UMA FERRAMENTA MOTIVACIONAL AO ENSINO DE BIOLOGIA
Nayara Sabrina de Freitas Alves - Depto. Ciências Naturais, UEPA
Ronã da Costa Moura - Depto. Ciências Naturais, UEPA
Cleucinara Corrêa Batista - Depto. Ciências Naturais, UEPA
Milena Pupo Raimam - Profa. Me. /Orientadora - Depto. Morfologia e Ciências Fisiológicas, UEPA
INTRODUÇÃO:
No ensino de Biologia diversas ferramentas motivacionais podem ser consideradas, sendo a experimentação muito importante no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que permite aos discentes entender a dinâmica dos eventos biológicos e adquirir conhecimento das descobertas científicas a sua volta (PINHEIRO, SANTOS e PINHEIRO, 2012). Neste contexto pode-se dizer que o Microscópio Óptico Comum (M.O.C.) é uma ferramenta motivacional do trabalho experimental, pois proporciona uma aproximação do aluno ao mundo microscópico.
Este tem se mostrado um recurso didático tão extraordinário, que os próprios alunos costumam atribuir-lhe um caráter motivador e encantador. Assim, ensinar conteúdos de biologia com o emprego desse recurso significa promover uma educação diferenciada e atrativa, além de gerar no educando uma olhar questionador sobre as estruturas e fenômenos biológicos.
Tendo em vista isso, este trabalho expõe uma análise qualitativa do projeto de extensão intitulado “A diversidade dos seres vivos sob a lente do microscópio”, que abordou a classificação dos seres vivos proposta por Whittaker (1969) e foi desenvolvido por acadêmicos do Curso de Ciências Naturais com habilitação em Biologia da Universidade do Estado do Pará, campus IX- Altamira.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o uso do microscópio óptico comum como ferramenta motivacional ao ensino de biologia com alunos da rede estadual de ensino médio do município de Altamira-PA.
MÉTODOS:
O projeto foi desenvolvido em outubro de 2012, no laboratório de Biologia e Química da Universidade do Estado Pará, campus IX e atendeu dez alunos do ensino médio estadual. Os aspectos teóricos e práticos abordados foram: (1) Classificação dos Seres Vivos; (2) Noções gerais sobre microscopia e preparo de lâminas; (3) Reino Monera (coloração e microscopia bacteriana); (4) Reino Protista (microscopia de amostras de água a fresco); (5) Reino Fungi (microscopia de amostras fúngicas provenientes de alimentos contaminados); (6) Reino Plantae (coleta, preparo e microscopia de lâminas coradas de tecidos vegetais); (7) Reino Animalia (coleta, preparo e microscopia de lâminas coradas de epitélio oral além de lâminas permanentes da coleção histológica). Em todas as aulas, os participantes recebiam inicialmente o embasamento teórico em seguida eram munidos de roteiro de experimentação elaborado previamente. Os principais critérios utilizados para avaliar o uso do M.O.C. durante as práticas foram: motivação, capacidade de iniciativa, manipulação do equipamento, representação gráfica do material visualizado (desenhos) e questionamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Tema recorrente nas discussões acerca do ensino de biologia, o desinteresse e a dificuldade no aprendizado dos conteúdos considerados distantes da realidade do aluno, apontam cada vez mais para a necessidade de propor metodologias e ambientes diversificados de ensino. Silva, Vieira e Oliveira (2009) afirmam que esse desinteresse na aprendizagem de conteúdos que envolvem organismos e estruturas microscópicas deve-se ao fato desses temas serem de difícil observação.
A utilização desta ferramenta foi determinante para o entendimento dos temas abordados, configurando-se um excelente método para dinamizar e facilitar a aprendizagem, uma vez que anteriormente ao seu uso o educando não apresentava-se motivado a estudar o mundo celular. Ainda neste contexto a microscopia auxiliou o educando a esclarecer o conceito de célula e termos correlacionados, uma vez que estudos apontam que os alunos de ensino médio apresentam dificuldades em assuntos de biologia, principalmente no que se refere ao estudo da célula, confundindo muitas vezes esse conceito com o de átomo, molécula e tecido (BASTOS, 1991). A familiarização com o equipamento foi gradual. A análise dos registros (desenhos) elaborados pelos educandos demonstrou grandes avanços no entendimento da organização dos seres vivos estudados.
CONCLUSÕES:
O M.O.C. mostrou-se uma ferramenta motivacional ao ensino de biologia, uma vez que proporcionou uma aplicação prática às aulas expositivas do projeto. Com o uso desse instrumento os alunos esclareceram conceitos e se sentiram entusiasmados a aprender sobre o mundo microscópico. Percebeu-se ainda a necessidade de aulas diferenciadas, com enfoque prático, para que o educando seja estimulado a desenvolver o olhar crítico e questionador do que ocorre a sua volta.
Destaca-se a importância dos professores de ensino médio utilizar em suas aulas métodos de experimentação que utilizem o M.O.C., uma vez que esta ferramenta mostra ao aluno o que os livros didáticos apenas representam através de imagens, muitas vezes distantes da realidade do mesmo.
Palavras-chave: Experimentação, Microscopia, Aprendizagem.