65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
LEVANTAMENTO DE AREAS IRREGULARES DE GOIÂNIA E OS MOTIVOS DE OCUPAÇÃO
Michelle Christine Gomes de Moraes - Escola de Agronomia - UFG
Ignácio Monteiro dos Santos - IESA - UFG
Sandra de Fátima Oliveira - Profa.Dra./Orientadora - IESA - UFG
INTRODUÇÃO:
A intensificação dos processos de urbanização aliados ao desenvolvimento industrial e a ocupação desordenado associado ao crescimento populacional promovem impactos ambientais. O crescimento populacional das cidades resulta em um processo constante de expansão, novas áreas são criadas para atender a população, ocupando margens de rios, áreas de alagamento, encostas, APPs (Áreas de Preservação Permanente), fundos de vales, áreas passiveis a desastres ambientais, vulneráveis devido ao seu processo de formação pedogenético. Geralmente a população mais carente vão ocupar essas áreas marginalizadas, mal localizadas, sem infraestruturas adequadas e perigosas. O presente trabalho tem como objetivo analisar o motivo de ocupação e permanência em áreas passíveis a desastres ambientais em um condomínio habitacional de Goiânia. Portanto, discutiremos os impactos ambientais e sociais por trás da permanência e ocupação dos moradores nas áreas de risco. Sendo assim desenvolver projetos para mitiga o processo desordenado de ocupação e das consequências envolventes em ocupar áreas vulneráveis. O ponto de partida para conscientização é desenvolver a consciência ambiental, práticas educacionais e reflexões do nosso modo de vida. Introduzir a população conceitos educacionais de forma que possamos conscientizar a população sobre o modo de vida e valores adotados, entender que estamos interferindo diretamente no nosso planeta, causando impactos que em alguns anos não poderão mais ser reversíveis.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Mapear as principais áreas, caracterizar e refletir sobre o processo de ocupação das áreas passíveis a desastres ambientais. Entender o motivo de permanências nestas áreas.
MÉTODOS:
Com intuito de atingir o objetivo proposto os procedimentos metodológicos, o trabalho seguirá uma ordem de três etapas que serão descritas a seguir:
Primeira Etapa - Realização de pesquisa bibliográfica sobre conceitos de áreas de riscos e questões envolventes conjugadas as ocupações e motivação de permanência nas áreas de risco ambiental.
Segunda Etapa - O condomínio Jardim do Cerrado fora escolhido pela sua finalidade de criação. Local de destino de moradores de área de risco Ambiental. Iniciativa do poder publico do estado, retirando moradores das principais áreas de riscos de Goiânia. Com isso o levantamento de dados teria maior clareza e informações precisas, devido à diversidade de moradores pressentes no residencial Jardim do Cerrado.
Terceira Etapa - Trabalho de campo no residencial jardim do cerrado, aplicação de questionários no período de Novembro de 2012 a Janeiro de 2013, com coletas quinzenais, em um dia especifico da semana. O horário de coletas de dados se estendeu das 14h00min as 19h00min, acompanhado da presença dos moradores no residencial. Como o jardim do Cerrado é composto de cinco áreas a coleta foi realizada a cada quinze dias em um dia específico da semana (terça – feira) em todos os módulos do condomínio, realizada pelos integrantes do trabalho. O questionário incluía questões objetivas e três subjetivas, sendo 36 questões. Os resultados foram analisados com base em procedimentos estatísticos no final de janeiro com a coleta máxima dos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O condomínio é composto de moradores de várias regiões do Brasil, e também moradores de outros países, como Argentina, e todos estavam vivendo em áreas de risco ambiental. Entendemos que o processo de formação de algumas áreas de risco ambiental em Goiânia é devido a processos migratórios, 85 % dos moradores do condomínio são migrantes e escolheram a capital pelas oportunidades de crescimentos e melhores condições de vida. A busca de oportunidades encadeou o processo migratório, influenciando na dinâmica urbana e consequentemente na formação territorial da cidade, entendendo que cada processo ocorre de forma única e é resultado da interação do homem com o meio em que ele vive. Ocupar, residir, construir sua moradia em uma área de risco, significa sobrevivência, assim percebemos que o fato de que estar morando em uma área de risco ambiental não é questão de escolha. Perguntamos a muitos moradores, por que morar em uma área que oferece risco a sua vida? A resposta sempre foi à mesma: ''Não tenho condições de alugar uma casa em um local melhor''. A exclusão social é motor para a produção inadequada de espaço que não deveriam ser habitados. O ‘‘pobre’’ é ‘’empurrado’’para as piores áreas, muitas das vezes áreas de risco, sem infraestrutura adequada. Os moradores por não terem condições econômicas para viver em local adequado, vão ocupar de alguma forma as áreas marginalizadas de cidades grandes de forma regular ou irregular.
CONCLUSÕES:
A análise desenvolvida no item anterior permite observar que a atividade de ocupação irregular é consequência da exclusão social. Os moradores mais pobres vão ocupar as áreas que são acessíveis ao seu padrão econômico e geralmente áreas passíveis a desastres ambientais. Através desse estudo é possível concluir a necessidade de adequação das leis ambientais e para a urgente necessidade de reforçar tais leis, a fim de evitar a ocupação e/ou garantir sua desocupação. O condômino Jardim do cerrado é uma ótima proposta do poder publico de Goiânia, relocar a população para locais adequados, destaca-se as medidas preventivas, de controle e mitigação, eficiente na prevenção de desastres. Nesse cenário a melhor maneira da evitar a ocupação desordenada é a conscientização da população e do poder público obter medidas imediatas.
REFERECIAS/BIBLIOGRAFICA
DONALD, A. R.; ANDRADE, R. S.; MOLINARI, D. C.; DIRANE, A. C. M. Áreas de risco a
voçorocamento – Distrito Industrial II (Manaus – AM). In: XIII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. Viçosa: UFV, 2009.
KOBIYAMA, M.; et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Florianópolis: Ed.Organic Trading, 2006.
SCHÄFFER, W. B.; et al. Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação X Áreas de Risco. O que uma coisa tem a ver com a outra? Relatório de Inspeção da área atingida pela tragédia das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. Brasília: MMA, 2011.
Palavras-chave: Localização, População, Renda.