65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
USO DE MEDICAMENTOS DURANTE A GRAVIDEZ ENTRE GESTANTES DA CIDADE DE ANÁPOLIS-GO
Philip Teles Soares - Depto.de Ciências Biológicas – UEG/UnUCET
Emanuelle Rosário Brito - Depto.de Famácia – UEG/UnUCET
Éveni Taiane Araújo Souza - Depto.de Famácia – UEG/UnUCET
Flávio Monteiro Ayres - Prof. Ph.D. / Orientador - Depto.de Ciências Biológicas - UEG/UnUCET
Cristiane Alves da Fonseca - Profª. MsC. / Coorientador - Depto.de Ciências Biológicas - UEG/UnUCET
INTRODUÇÃO:
Durante a gravidez o pré-natal se constitui um serviço indispensável, sobretudo se as gestantes estiverem em algum estado patológico. Dessa forma é preciso ter atenção ao uso de medicamentos usados pelas gestantes, principalmente se o seu uso for indispensável, visando estabelecer o risco/benefício da utilização dessas drogas nesse período, pois podem ser prejudiciais para mãe e/ou feto. O uso de medicamentos na gravidez se configura uma situação bastante preocupante, pois demanda de profissionais capacitados para fazer a prescrição da medicação, porém ainda existem casos de automedicação fato que pode acarretar em problemas durante a gestação. O desenvolvimento de um feto possui diversas fases, porém a que se deve ter maior preocupação é o primeiro trimestre, pois é a fase de organogênese e é mais susceptível a ação deletéria das drogas. A mortalidade de mãe e feto pela ação de medicamentos é uma consequência negativa, por essa razão a atenção à saúde das gestantes e a informação da população se tornam cada vez mais necessárias, principalmente em pré-natais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo foi verificar se existe diferença quanto ao uso de medicação prescrita ou automedicação entre as gestantes em Anápolis/GO. Além disso, buscou-se qualificar as classes de risco quanto ao seu uso, segundo organização americana Food and Drugs Administration.
MÉTODOS:
Foram entrevistadas 130 mulheres com idades entre 18 e 39 anos mediante a concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Todas as gestantes se encontravam entre o 1º e o 3º trimestre de gravidez e se apresentaram para consulta em serviço de pré-natal nos seguintes locais: Hospital Santa Casa de Misericórdia, Maternidade Dr. Adalberto, Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Jardim das Américas e Centro Materno Infantil, todos situados na cidade de Anápolis-GO. As gestantes reponderam um questionário respeitando os requisitos da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CBS). Os dados obtidos na pesquisa foram tratados usando análise quantitativa (teste de normalidade – Shapiro Wilkis e Teste U de Mann-Whitney) com o auxílio do programa estatístico R versão 2.15.2 e BioEstat versão 5.3. Foram feitas também análises qualitativas seguindo os conceitos da organização americana Food and Drugs Administration (FDA), a fim de classificar as classes de medicamentos utilizados entre as gestantes, categorizando-as do menor para o maior risco – Risco A, B, C e X.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entre as gestantes participantes (n=130), cerca de 55% corresponderam a faixa de 18 a 24 anos (n=71). Estudaram até o ensino médio 61% (n=79) e as gestantes que possuíam renda mensal de um a quatro salários mínimos corresponderam a 71% (n=92). Em média, cada gestante entrevistada usou de dois a três medicamentos/gestação, porém essa média no Brasil é superior, alcançando um valor de quatro medicamentos para cada gestante. Quanto aos medicamentos prescritos e automedicados, verificou-se que existe diferença em sua administração (U=37, p< 0,05). Do total de medicamentos usados durante a gestação, em média 22,8 deles foram administrados por prescrição médica, enquanto que apenas 3,1 foram automedicados. Esse dado pode ser reflexo de uma orientação médica adequada, já que todas as gestantes entrevistadas se encontravam em maternidades fazendo exames de pré-natal.Quanto aos riscos ligados ao uso de medicamentos entre gestantes, as categorias de maior consumo são B (34,69%) e C (32,69%), diferindo de outros trabalhos onde as classes A e B são mais frequentes. O consumo de medicamentos classe C é um caso preocupante visto que esses medicamentos conseguem atravessar a barreira placentária, podendo haver consequências como letargia, taquicardia e malformações no feto.
CONCLUSÕES:
A média de medicamentos usados pelas gestantes de Anápolis-GO (2,5 medicamentos/gestação) é menor do que a média geral do país. Na comparação entre a administração de medicamentos prescritos e automedicados foi observado que existe uma diferença, verificando que os fármacos mais usados são os de orientação médica. Os medicamentos de risco encontrados nas entrevistas que obtiveram maior frequência foram de categoria B, sendo medicamentos que não interferem de forma direta a gestação. O estudo comprovou que as gestantes fizeram uso de medicamentos de risco C, que podem ser prejudiciais tanto a mãe quanto para o feto. No entanto deve-se analisar o risco/benefício da administração desses fármacos, uma vez que a sua administração seja indispensável para as gestantes. Por isso o acompanhamento médico dessas gestantes se torna de fundamental importância.
Palavras-chave: FDA, Automedicação, Gestação.