65ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade

Eficiência de extratos vegetais no controle de Spodoptera frugiperda (Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em condições de laboratório

Natanael Silva Batista - Graduando em Agronomia- CECA- UFAL José Rosildo Tenório dos Santos - Graduando em Agronomia- CECA- UFAL Ellen Carine Neves Valente - Doutoranda em proteção de Plantas- CECA- UFAL Sônia Maria Forti Broglio - Profa.Dra. Orientadora- laboratório de Entomologia- CECA- UFAL Hully Monaísy Alencar Lima - Doutoranda em proteção de Plantas- CECA- UFAL Vanessa de Melo Rodrigues - Doutoranda em proteção de Plantas- CECA- UFAL

INTRODUÇÃO:

A cultura do milho (Zea mays L.) é uma das mais importantes no contexto econômico e social, com uma produção nacional de 53,5 milhões de toneladas de grãos (IBGE, 2010). Porém, as condições edafoclimáticas, bem como os fatores bióticos, entre os quais se destaca o significativo aumento na população das pragas, interferem no comportamento das cultivares nas diversas regiões. Dentre as pragas que atacam o milho, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) é considerada a mais importante, provocando prejuízos irreparáveis (Farinelli & Fornasieri Filho, 2006). Seu controle tem sido realizado através do uso de inseticidas químicos. Porém, esses produtos acarretam diversos problemas, tais como resíduos nos alimentos, destruição de inimigos naturais, intoxicação dos aplicadores e aparecimento de populações de pragas resistentes aos inseticidas (Roel et al., 2000). De acordo com Shin-Foon & Yu-Tong (1993), produtos naturais extraídos de plantas são fontes de substâncias que podem ser utilizadas no controle de pragas, sendo compatíveis com programas de MIP como uma opção de controle capaz de minimizar os efeitos negativos do uso indiscriminado de inseticidas.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Considerando a importância da lagarta-do-cartucho, na cultura do milho, objetivou-se avaliar a ação de extratos vegetais aquosos de Citronela (Cymbopogon winterianus Jowitt), Capim Santo (Cymbopogon citratus DC Staphe), Graviola (Annona muricata L.) e Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.) como possíveis agentes de controle de S. frugiperda, mantidas em dieta natural.

MÉTODOS:

A pesquisa foi desenvolvida na Clínica Fitossanitária da Unidade Acadêmica CECA/UFAL, à temperatura de 26 ± 1ºC, umidade relativa 75 ± 10% e fotofase de 12 horas. As larvas recém-eclodidas foram colocadas em recipientes de plástico, com capacidade de 150 mL, contendo dieta natural com ou sem extratos para avaliação do efeito das plantas sobre a biologia de S. frugiperda. Para o preparo dos extratos aquosos, foram utilizados os pós das plantas. As suspensões foram preparadas com 10g de cada espécie vegetal moída e 90 mL de água destilada, agitando-se a suspensão por 3 minutos. Em seguida foram colocadas em refrigerador por 24 horas a 5ºC, e depois filtrado em tecido voil. Obtendo-se assim extratos na concentração a 10%. Para os tratamentos, pedaços de folhas de milho (12 cm2) foram imersos durante dois minutos nos extratos, enquanto aquelas da testemunha foram imersas apenas em água destilada, sendo em seguida oferecidos às lagartas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 10 repetições, submetidos ao Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foram utilizados extratos vegetais aquosos das folhas de Citronela, Capim Santo, Graviola, Mastruz e Testemunha. As variáveis observadas foram: duração, peso e viabilidade das larvas e pupas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Houve uma maior longevidade das lagartas submetidas ao extrato do Mastruz (C. ambrosioides), porém apenas 10% dessas lagartas que se alimentaram de folhas contendo extrato aquoso de folhas de Mastruz tornou-se viável. Neste tratamento constatou-se uma mortalidade de 90% das lagartas, verificando-se deterrência alimentar e inibição do crescimento. O peso médio das lagartas que se alimentaram de folhas tratadas com C. ambrosioides apresentou um valor inferior (0,144 gramas). Os demais tratamentos (Citronela, Capim Santo e Graviola) não diferiram estatisticamente da testemunha em relação à duração e ao peso médio das lagartas. A viabilidade das pupas tratadas com C. ambrosioides foi nula, portanto, não permitindo o cálculo da duração (dias) dessa fase. A razão sexual variou de 0,29 a 0,60 para Testemunha, Citronela, Capim Santo e Graviola. Não houve razão sexual para as pupas tratadas com o extrato aquoso de Mastruz devido à inviabilidade das pupas. Santiago (2005) constatou que os efeitos da bioatividade do extrato aquoso das folhas de C. ambrosioides na duração da fase larval e de pupa de S. frugiperda não foram encontrados.

CONCLUSÕES:

O extrato vegetal aquoso de C. ambrosioides é eficiente no controle de S. frugiperda; Há uma baixa viabilidade das lagartas submetidas ao tratamento com C. ambrosioides; O peso médio das lagartas que se alimentaram de folhas tratadas com C. ambrosioides apresenta um valor inferior aos demais tratamentos.

Palavras-chave: planta inseticida, lagarta-do-cartucho, Zea mays L..