65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 1. Anatomia Animal
Efeito toxicológico da ingestão da nimbina da Azadirachta indica A. Juss na anatomia do rim de ratos Wistar.
Lorrayne Gabriele de Brito Xavier - Universidade Federal de Pernambuco
João Paulo de Lima Novaes - Universidade Federal de Pernambuco
Fernanda Carolina Ribeiro Dias - Universidade Federal de Pernambuco
Wolfgang Harand - Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste
Sílvia Regina da Silveira Neves - Universidade Federal de Pernambuco
Elizabeth Neves de Melo - Universidade Federal de Pernambuco
INTRODUÇÃO:
A procura por compostos naturais com potencial preventivo e curativo, sem indesejáveis efeitos tóxicos, vem crescendo nas últimas décadas. Devido à baixa toxicidade e larga distribuição na natureza, o Nim pode ser considerado como uma valiosa fonte para uso na Medicina tradicional e no desenvolvimento de drogas modernas. Em geral, os efeitos benéficos de produtos naturais, como o Nim, podem ser atribuídos a um ou mais compostos fitoquímicos, incluindo antioxidantes, flavonoides e outras substâncias (MOSSINI e KEMMELMEIER, 2004). A planta de nome científico Azadirachta indica A. Juss é conhecida há séculos, principalmente na Índia, por sua ação medicinal e nas últimas décadas várias pesquisas têm sido realizadas devido descoberta de substâncias inseticidas presentes nas folhas e frutos (MARTINEZ, 2002). Na análise toxicológica de novas substâncias o rim é alvo de estudos histopatológicos visto que é um órgão complexo que exerce inúmeras funções, tais como eliminação de produtos oriundos do metabolismo, regulação do balanço hidroeletrolítico, do equilíbrio ácido-básico e da pressão sanguínea.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterização da ação da nimbina no rim, através de sua anatomia. Comparando o peso do órgão com o peso relativo.
MÉTODOS:
Foram utilizados 36 ratos machos (90 dias) da raça Wistar. Durante todo o experimento os animais foram mantidos em gaiolas com dieta de manutenção (Labina ®- Purina) e água ad libitum, sendo submetidos a um ciclo invertido diário de 12 h/12h (claro/escuro) à 22±2ºC, no biotério do Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas da UFPE. Os animais foram divididos em 3 grupos de 12 animas cada, escolhidos aleatoriamente, sendo os grupos: Controle (C): sem administração; Veículo (V): recebeu água (1ml) e tween 80% (1% do volume total); e o Tratado com nimbina (T): recebeu 5mg do composto em 1ml veículo por dia. O tratamento foi realizado por 30 dias consecutivos e administradas via “gavage”. A eutanásia ocorreu 24h após a última administração, os animais foram pesados, anestesiados com associação de ketamina e xilazina, fixados por perfusão, com glutaraldeido 4% em tampão fosfato de sódio a 0,05 M, pH 7,4 e retirados os rins. Cada rim foi avaliado macroscopicamente e os pesos devidamente aferidos para o cálculo do peso relativo (relação entre peso órgão e peso corpo). Os valores foram comparados utilizando o programa Sigmastat 3.0, o teste utilizado foi o Kruskall Wallis, e considerado significante os valores com p<0,05. Resultados apresentados como mediana e limite de variação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em uma avaliação macroscópica os rins dos animais tratado com a Nimbina apresentaram pontos esbranquiçados por toda a superfície do órgão. Peso corporal não apresentou diferença estatística entre nenhum dos grupos (Controle: 326g (344-383); Veículo: 372g (352-387); Tradado com Nimbina: 340g (332-354)), já o peso do rim apresentou aumento de 59% (p<0,05) (C: 1,31g (1,25-1,42); V: 1,40g (1,33-1,53); T: 2,09g (1,93-2,18)). A função primária dos rins é a de regular o volume e a composição do líquido extracelular e, assim, alguns fatores podem afetar essa regulação, alterando consequentemente o peso do órgão OLIVEIRA et al. (2004). O peso do rim tende a ser uniforme entre os indivíduos da mesma espécie, sexo e idade, quando medido proporcionalmente ao peso corporal (THRELFALL, TAYLOR, BUCK, 1967). O peso relativo do rim, que mostra a relação entre o peso corporal e o peso do órgão, não apresentou diferença estatística (C: 0,73% (0,70-0,80); V: 0,79% (0,72-0,82); T: 0,79% (0,76-0,83)). A não alteração do peso relativo mostra que o composto não é tóxico (SANTOS, 2012).
CONCLUSÕES:
Os resultados sugerem que a administração do composto Nimbina causou alterações no rim, evidenciados pelas alterações na morfológia externas, e alteração do peso do órgão, sugerindo uma possível alteração a nível celular que só poderá ser confirmada com estudos mais aprofundados.
Palavras-chave: Peso relativo do rim, Compostos purificados, Árvore asiática.