65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
A DEPRESSÃO EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS A TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
Ianara Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Ivone Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Jéssica Costa Vieira - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Margarida Santana Rodrigues - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Tatiane Cardoso Fernandes - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Paulo Roberto da Silva Ribeiro - Prof. Dr./Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
INTRODUÇÃO:
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Esta doença tem crescido significativamente e não contempla expectativa de cura, além de trazer consequências físicas ao indivíduo que a vivencia, trazendo prejuízos psicológicos e alterando o seu cotidiano. A hemodiálise tem sido a principal forma de tratamento da DRC, sendo que ela é realizada três vezes por semana, ocasionando o comprometimento da qualidade de vida dos pacientes re¬nais crônicos, afetando-os física, emocional e socialmente. Em consequência disto, a depressão tem se tornado um dos transtornos mais comuns que acometem esses pacientes, tornando-os cada vez mais tristes, angustiados, desanimados e com sentimentos de inutilidade. Desta forma, é importante realizar o diagnóstico de sintomas depressivos entre os pacientes renais crônicos que utilizam a hemodiálise como tratamento, com vistas à promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho teve como objetivo avaliar o grau de depressão em pacientes com DRC, submetidos ao tratamento hemodialítico na Clínica de Nefrologia de Imperatriz (CNI), localizada no Município de Imperatriz – MA.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal, exploratório, descritivo e com abordagem quantitativa, sendo que foi realizado no período de janeiro a março de 2013. Para tanto, foram analisados 56 pacientes que utilizam a terapêutica da hemodiálise para o tratamento da DRC na CNI. Os pacientes, sem déficit cognitivo, foram entrevistados após a assinatura do termo de consentimento informado para participar do estudo, onde os entrevistadores realizaram os devidos esclarecimentos sobre a pesquisa. Como instrumentos para a coleta de dados forma utilizados um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo questões para a caracterização do perfil sóciodemográfico dos pacientes e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) para a avaliação da depressão entre os indivíduos investigado. Este instrumento é composto por 21 itens descritivos de atitudes e sintomas que incluem tristeza, pessimismo, senso de fracasso, falta de satisfação, culpa, afastamento social, indecisão, mudança de autoimagem, dificuldade de trabalho, capacidade de ficar cansado e anorexia. Posteriormente, os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados deste trabalho demonstraram que 67,9% dos pacientes são do sexo masculino; 48,2 % possuem idade superior a 50 anos; 57,0% são detentores do 1° grau incompleto; 78,6 % possuem renda mensal de 1 a 2 salários mínimos e 87,5 % fazem tratamento hemodialítico por um período menor ou igual a 4 anos. Além disso, observou-se que 66,1% dos pacientes apresentaram algum tipo de depressão de acordo com análise proposta pelo Inventário de Depressão de Beck, sendo 44,6%; 17,9% e 3,6% com depressão leve, moderada e grave, respectivamente. Os indivíduos com idade superior a 60 anos foram os mais atingidos pela depressão, sendo que esta também apresentou maior prevalência entre pessoas com baixa escolaridade e com 1 a 2 anos de tratamento hemodialítico. Dessa forma, estes pacientes podem abandonar a hemodiálise ou apresentar uma adesão inadequada à mesma, uma vez que os problemas emocionais encontrados nos pacientes em estudo inibem a compreensão e a realização das recomendações que devem ser adotadas durante o tratamento de um doente renal crônico.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, observou-se que a DRC e o tratamento hemodialítico trazem mudanças biopsicossociais significativas na vida de um paciente renal crônico. Nesse sentindo, observou-se que a investigação da presença da depressão e a avaliação do nível da mesma nos entrevistados foram de suma importância, pois a maioria dos pacientes apresentou algum tipo de depressão. Verifica-se então a necessidade de se investir em questões como suporte social na melhora da saúde e da qualidade de vida destes pacientes e como o enfermeiro é o profissional que mais se relaciona com esse paciente, o mesmo deve ter pleno conhecimento de todos os sintomas da depressão, para que tal patologia seja diagnosticada e tratada precocemente.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica;, Depressão;, Hemodiálise;.