65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
Estágio Supervisionado I – 5º ano do Ensino Fundamental
Raphael de Oliveira Freitas - Instituto de Matemática - UFAL
Mercedes Carvalho - Profa. Dra./Orientadora – Centro de Educação - UFAL
INTRODUÇÃO:
Resolução n.2/2002, que normatiza a formação de professores para atuarem nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, pode ser considerada um avanço se comparada aos antigos currículos de formação de professores, pois ao invés dos docentes serem formados em um currículo organizado na concepção 3 + 1, atualmente, as matérias específicas (bacharelado) e pedagógicas (licenciatura) acontecem, concomitantemente, distribuídas na matriz curricular dos cursos. Ainda de acordo com o art. 1º, inciso II, da RESOLUÇÃO CNE/CP n. 2/2002, os alunos das licenciaturas devem cumprir 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso possibilitando, assim, um espaço de articulação entre teoria e prática. Mas nas licenciaturas em Matemática não são contemplados horas de estágios nos anos iniciais do ensino fundamental, momento privilegiado em que os graduandos poderiam observar estudos sobre os conteúdos e procedimentos de aprendizagem das crianças como, por exemplo, hipóteses numéricas, estratégias de resolução de problemas matemáticos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo geral da pesquisa foi investigar se o estágio realizado pelos alunos do 5º período da Licenciatura em Matemática da UFAL nas salas do 5º ano realizado do ensino fundamental propiciou melhor compreensão sobre esse segmento contribuindo, assim, com a sua formação pedagógica e prática docente.
MÉTODOS:
Esta pesquisa se caracterizou como qualitativa na modalidade de um estudo de caso. Os sujeitos participantes foram, os alunos da Licenciatura em Matemática que estavam cursando o 5º período, época em que é realizado o estágio supervisionados I e alunos do 5º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Maceió-AL. Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: análise do plano da disciplina de Estágio Supervisionado I para conhecer como seria desenvolvido o trabalho, desde a fundamentação teórica até a ida a campo; organização e tabulação das respostas dos questionários referentes à prática do estágio e dos relatórios finais de estágio. Com a coleta e organização desses dados foi feita uma análise sobre o desenvolvimento da prática pedagógica de cada estagiário e dos conteúdos trabalhados nas salas do 5º ano do ensino fundamental. Também foram analisados os depoimentos dos alunos da Licenciatura durante os momentos de socialização do estágio, em que cada estagiário comentou sobre seu estágio e a contribuição para sua futura docência. Também foi feita a análise sobre as discussões acerca dos conteúdos matemáticos trabalhados nos anos iniciais, sobre as propostas que aparecem nos livros didáticos e sua relação com o estágio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observamos que as aulas ministradas pelos estagiários foram significativas para a maioria dos alunos do 5º ano do ensino fundamental, pois eles apresentaram evolução significativa nos seus conhecimentos acerca do sistema de numeração decimal, domínio dos algoritmos das operações básicas no conjunto dos números naturais e quanto à elaboração de estratégias para a resolução de problemas. Acreditamos que o fato dos estagiários terem utilizado em suas aulas o Material Dourado facilitou o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e a compreensão do padrão das operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão), sendo, portanto um recurso didático importante para o ensino de matemática superando uma metodologia em que os algoritmos são trabalhados mecanicamente para que a criança “domine” o conteúdo e a técnica operatória. A forma como os estagiários trabalharam os algoritmos as relações numéricas abstratas adquiriram uma imagem concreta, facilitando a compreensão dos alunos. Portanto o estágio para esses licenciados em Matemática propiciou-lhes uma melhor compreensão dos processos de aprendizagem no ensino fundamental e a importância da utilização de recursos didáticos como facilitadores do ensino e aprendizagem dos conteúdos matemáticos.
CONCLUSÕES:
Ao término do projeto, foi possível compreender que o estágio supervisionado de estudantes da Licenciatura em Matemática da UFAL no 5º ano do ensino fundamental foi de extrema importância, pois e necessário que os futuros professores compreendam tanto o aluno do 5º ano, que está finalizando a primeira fase do ensino fundamental como, também, o aluno que está iniciando o 6º ano do ensino fundamental que, na realidade, é o mesmo aluno depois das férias escolares. Na primeira etapa da pesquisa foi possível observar que a maioria dos alunos de Licenciatura desconhece a realidade que irão encontrar ao iniciarem suas atividades no magistério, seja na realidade de escolas públicas ou particulares, isso porque, observou-se nessa fase que eles reproduzem os modelos construídos ao longo da graduação, um ensino muitas vezes sem preocupação, por parte dos docentes, com o que está sendo transmitidoaos licenciados, futuros docentes. Portanto, para os estagiários elaborarem uma aula e coloca-la em prática na sala de aula, com pouca experiência ou sem, foi de fato um desafio e muitas vezes um grande aprendizado para eles, pois, também temos que considerar que são estudantes de licenciatura em matemática ensinando em um segmento de ensino onde são pedagogos que ensinam.
Palavras-chave: Estágio, Licenciatura em Matemática, Ensino Fundamental.