65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
EXPERIÊNCIAS EM AULAS DE CAMPO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS/BIOLOGIA
Geysiane Costa e Silva - Depto. de Ciências Naturais/biologia UEPA/Altamira
Inês Trevisan - Profa. Msc./Orientadora - Depto. de Ciências Naturais - UEPA
INTRODUÇÃO:
Nesse resumo objetivamos discutir a aula de campo como uma ferramenta contribuinte para o processo ensino-aprendizagem em ciências/biologia, tendo como amostra para análise, quatro aulas realizadas por acadêmicos em iniciação a docência, participantes de um grupo de estudo, os quais executaram as suas primeiras aulas de campo.
Nesse sentido, propomos o ensino em campo como uma alternativa viável para o desenvolvimento do conhecimento do aluno, ao proporcionar recursos que podem auxiliar na compreensão dos conceitos abordados e viabilizar a formação de uma visão mais contextualizada do conteúdo em pauta. Enfatizamos que o educador pode facilitar a inserção dos alunos em processos de construção de conhecimentos, empregando os elementos de pesquisa que vão desde a observação até a reflexão sobre os conteúdos desenvolvidos (CORDEIRO; OLIVEIRA, 2011). Assim, é importante que o licenciando compreenda a relevância dessa modalidade de ensino, para que possa adotá-la futuramente enquanto profissional da educação.
Assim, esse estudo procura estabelecer uma discussão que possibilite uma melhor compreensão da aula de campo como uma ferramenta apropriada ao processo educacional. Sendo assim, indagamos: que contribuições aulas de campo podem proporcionar ao ensino de ciências/biologia?
OBJETIVO DO TRABALHO:
Discutir a aula de campo como uma ferramenta para o processo ensino-aprendizagem em ciências/biologia, tendo como amostra para análise, aulas realizadas por licenciandos, participantes de um grupo de estudo.
MÉTODOS:
A pesquisa pautada na abordagem qualitativa baseia-se na realização de aulas de campo executadas por participantes de um grupo de estudo, os quais são acadêmicos em iniciação à docência do curso de Ciências Naturais com Habilitação em Biologia da Universidade do Estado do Pará – campus Altamira. O estudo em grupo é atividade do projeto de pesquisa intitulado “Aula de Campo: Um espaço de Formação Docente”, mediado por uma professora/pesquisadora.
Para a realização das aulas, os licenciandos dividiram-se em quatro equipes, das quais três trabalharam aulas de campo com alunos do ensino fundamental menor e maior e uma equipe trabalhou com turma do segundo ano do ensino médio. Os temas das aulas de campo discutidos pelas equipes foram: Alimentação Saudável, realizada em uma horta; Resíduos Sólidos no Ecossistema Praia, executada em um balneário da cidade; Conservação do Patrimônio Público, efetuada na orla da cidade; e Amazônia, com ênfase no bioma e na possível internacionalização, sendo esta, realizada no quartel da cidade, Selva I de Treinamento Militar (51° Batalhão de Infantaria de Selva).
As aulas foram filmadas e o material gravado foi utilizado como recurso para essa análise, empregando também um conjunto de fontes bibliográficas, das quais embasamos essa pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As aulas de campo analisadas possibilitaram a compreensão de que o conteúdo de biologia trabalhado em ambiente não formal de ensino pode auxiliar na construção do conhecimento do aluno, uma vez que permitem a observação de um dado palpável, como diz Cordeiro e Oliveira (2011), o aluno “ver” o conteúdo em vez de apenas “ler”. As aulas realizadas possibilitaram esse tipo de observação, entretanto não teve coleta de materiais para análise posterior, o que beneficiaria a compreensão dos conceitos científicos presentes nos assuntos abordados.
Outra contribuição que as aulas favoreceram diz respeito à contextualização do conteúdo trabalhado. Nesse sentido, destacamos as questões sociais, das quais os acadêmicos enfatizaram temas pertinentes na cidade local (como a preservação da orla do cais e da praia) e assuntos discutidos mundialmente, como o bioma amazônico.
Assim, concordamos que o educador pode proporcionar aos alunos, atividades que possibilitam a fundamentação, o diálogo e a interdisciplinaridade do conteúdo, aspectos esses encontrados nas aulas de campo ministradas, os quais favorecem a compreensão dos elementos científico-biológicos articulados à realidade dos educandos.
CONCLUSÕES:
A partir da pesquisa realizada, foi possível analisar aspectos favorecedores ao ensino de biologia, proporcionados a partir da utilização de atividades de aula de campo. Tais aspectos contribuem significativamente para o processo ensino-aprendizagem, de forma que possibilitam a compreensão do conteúdo, por meio da investigação e observação, permitindo também a contextualização por meio de temas sociais.
De acordo com Nogueira e Gonçalves; et al, (2011) o ensino de biologia é mais bem compreendido em interação com as situações práticas e cotidianas. Assim, destacamos que o ensino de ciências trabalhado em campo proporciona dinamismo às aulas, favorecendo aos alunos a articulação entre o conteúdo formal trabalhado em sala e os fenômenos da realidade.
É importante ressaltar que a aula de campo é uma modalidade didática fundamental para auxiliar na construção do conhecimento em ciências, entretanto há possibilidades de adotar novas práticas de ensino eficazes para o desenvolvimento do saber científico-social. Nesse sentido, é importante o prosseguimento de pesquisas sobre metodologias para o ensino de ciências que estimulem a construção do conhecimento, de forma que favoreçam a formação de cidadãos que percebem a articulação do conteúdo com o meio em que estão inseridos.
Palavras-chave: Licenciandos, Ensino de Ciências, Aulas de Campo.