65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
EVIDENCIAS DE HABILIDADES DIDÁTICO-CIENTÍFICAS ENVOLVENDO AULA DE CAMPO NA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA EM BIOLOGIA
Ronã da Costa Moura - Depto. Ciências Naturais, UEPA, Altamira/PA
Jéssica Feiteiro Portugal - Depto. Ciências Naturais, UEPA
Kerlen Xavier Magalhães - Depto. Ciências Naturais, UEPA
INTRODUÇÃO:
Este estudo trás reflexões a cerca da modalidade didática aula de campo e seus aspectos didático-científicos presentes no decorrer das atividades desenvolvidas em iniciação a docência com alunos do ensino médio. Nesta modalidade didática existe uma interação entre o conhecimento científico e habilidade didática que envolve desde o planejamento pedagógico do professor até a execução da atividade proposta (VILLANI& PACCA, 1997), influenciando diretamente na formação profissional.
Para apontar quais aspectos didático-científicos estiveram presentes em uma aula de campo com a temática “A internacionalização da Amazônia”, buscou-se conceituar tais aspectos e suas contribuições no processo de aprendizagem através de pesquisas bibliográficas em autores relacionados.
No que diz respeito ao tipo de aula trabalhada, entendemos que a aula de campo torna-se fundamental a construção de saberes, proporcionando ao aluno a vivência clara e objetiva entre teoria e prática. Também ressaltamos a preocupação quanto ao planejamento pedagógico da aula de campo executada, procurando relacionar os aspectos didático-científicos que foram trabalhados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar e analisar os aspectos didático-científicos trabalhados por licenciandos em iniciação a docência em uma aula de campo com a temática “A Internacionalização da Amazônia”.
MÉTODOS:
Definimos a metodologia utilizada como qualitativa, uma vez que, o processo de identificação dos aspectos didático-científicos descritos como habilidades por Villani & Pacca (1997), foram identificados ao assistir as filmagens das aulas buscando correlacionar com a teoria.
A aula de campo abordada foi desenvolvida no Quinquagésimo Primeiro Batalhão de Infantaria e Selva, elaborada por licenciandos em biologia em iniciação a docência com a participação de alunos do Ensino Médio e acompanhamento da coordenação pedagógica da escola.
A aula foi realizada em três etapas subsequentes: baseando nos procedimentos atribuídos por Falcão e Pereira (2009), que são: a) aula pré-campo, ocorreu uma abordagem teórica sobre o tema Amazônia, com enfoque em seus aspectos sociopolítico ambientais. Finalizando com as instruções a serem seguidas no campo. b) aula de campo: conferiu-se os requisitos essenciais de segurança e no local foram entregues fichas de campo com o roteiro da aula auxiliando no percurso da trilha sob orientação de instrutores. Esta etapa também contou com uma palestra proferida no quartel. c) pós-campo, etapa marcada pela sistematização do conteúdo estudado em sala de aula e no campo por parte das equipes formadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entende-se como habilidades didático-científicas no âmbito educacional o domínio do conhecimento científico e a capacidade de proporcionar aos alunos as situações mais favoráveis para seu crescimento intelectual (VILLANI & PACCA, 1997, p.3). Tendo ainda estes autores como referencia, identificamos os seguintes aspectos e/ou habilidades desenvolvidas na aula de campo, entre eles estão: a) capacidade de elaboração das metas a serem atingidas em cada aula que ocorreu no planejamento em equipe por parte dos executores das aulas; b) representação dos conhecimentos prévios dominados pelos estudantes, proporcionado pelo diálogo inicial estabelecido com a turma; c) contextualização possibilitada pela utilização de problemas próximos da realidade que inseriu discussões envolvendo conteúdos relacionados à temática; d) monitoramento do progresso dos estudantes permitido pela organização da aula em três etapas que possibilitou o equilíbrio entre conhecimento teórico, experimental e heurístico e por fim, e) reflexões sobre os resultados e a tomada de consciência referente à temática abordada promovida pela socialização do que foi observado em campo.
CONCLUSÕES:
Aulas em ambientes não formais requerem atividades provocativas e investigadoras que utilizem o campo como uma possibilidade de formação crítica cidadã. Tomando como base autores relacionados identificou-se alguns aspectos didático-científicos que estiveram presentes durante as aulas, entre eles estão: conhecimentos prévios, a contextualização, interpretação de diferentes discursos e tomada de consciência frente à complexidade da temática estudada.
Pode-se concluir que os licenciandos em iniciação a docência puderam perceber a relação entre o domínio do conteúdo e a habilidade didática para abordá-lo em sala, uma vez que a prática analisada é fruto de um primeiro planejamento em espaços socioambiental e as atividades ali desenvolvidas possibilitou à reflexão quanto a sua formação docente aliada a tomada de conhecimento dos aspectos didático-científicos por eles desenvolvidos nesta experiência. Fato este que contribuiu para a sua formação docente, visto que cada aspecto possui procedimentos e objetivos específicos que envolvem processo de ensino e aprendizagem e o educador poderá determinar em seu planejamento pedagógico quais se configuram melhor para cada atividade. Reconhecê-los se constitui fundamental nesta fase inicial da docência.
Palavras-chave: Competências docente, Internacionalização da Amazônia, Espaço não formal.