65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P): UM DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Henrique Elias Pessoa Gutierres - Geógrafo (Msc.) - Departamento de Geociências/UFPB
Célio Henrique Vicente Marques - Graduando em Geografia (Bacharelado) - UFPB
Rafaella Rodrigues da Silva - Bacharela em Geografia – UFPB
INTRODUÇÃO:
A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) surgiu em 1999 como um projeto do Ministério do Meio Ambiente, objetivando a revisão dos padrões de produção e consumo e a adoção de novos referenciais de sustentabilidade ambiental nas instituições da administração pública. A A3P é um programa que visa implantar a responsabilidade socioambiental nas atividades administrativas e operacionais da administração pública. A A3P tem como princípios: a inserção dos critérios socioambientais nas atividades regimentais, que vão desde uma mudança nos investimentos, compras e contratação de serviços pelo governo até uma gestão adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais utilizados; além de promover a melhoria na qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Sendo assim, o presente trabalho origina-se de um Projeto de Extensão (Probex), mostrando os resultados do levantamento de dados sobre a situação socioambiental do Campus I da Universidade Federal da Paraíba, visando elaborar um diagnóstico socioambiental, estimulando a reflexão e a mudança de atitude dos servidores, discentes e usuários para que os mesmos incorporem os critérios para gestão socioambiental em suas atividades rotineiras.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo foi realizar um levantamento de dados sobre a situação socioambiental do Campus I da Universidade Federal da Paraíba, visando elaborar um diagnóstico socioambiental, estimulando a reflexão e a mudança de atitude dos servidores, discentes e usuários para que os mesmos incorporem os critérios para gestão socioambiental em suas atividades rotineiras.
MÉTODOS:
Os procedimentos adotados consistiram no levantamento bibliográfico e leitura de obras referentes a área ambiental, especialmente sobre a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e seus estudos de casos. As ações de campo ocorreram exclusivamente na área do Campus I da Universidade Federal da Paraíba na cidade João Pessoa-PB. Num primeiro momento, houve a observação in loco, enquanto técnica que utiliza os sentidos para obter informações da realidade. Logo, fundamental para o delineamento do planejamento das ações seguintes.
Assim, tomando uma metodologia participativa como referência, houve a inserção no projeto de diversos atores que vivenciam o espaço universitário (docentes, técnicos-administrativos, discentes, funcionários terceirizados e visitantes), realizando-se visitas aos ambientes da UFPB escolhidos pelo levantamento amostral com a aplicação de questionários previamente elaborados, acompanhado de registro fotográfico e aquisição de documentos dos respectivos setores, que fossem de interesse para o projeto. Por fim, os dados obtidos e materiais coletados foram tratados e organizados no gabinete para apresentação e discussão dos resultados do trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Um dos questionamentos aplicados a todos os entrevistados foi sobre a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental na UFPB. Todos os dirigentes entrevistados afirmaram achar necessário, mas, ressaltaram a dificuldade de se trabalhar em uma instituição onde existem vários setores e que cada um de seus representantes tem seus próprios valores e crenças. Destacaram também a insuficiência dos recursos financeiros, o que inviabiliza a adesão aos produtos sustentáveis, além da política de compra da universidade em reduzir gastos a curto prazo, o que complica a inserção de políticas ambientais consistentes.
A gestão ambiental nos ambientes de trabalho também foi uma preocupação. Práticas sustentáveis como: a diminuição do uso de copos plásticos através da utilização de canecas para consumo de água e café é muito baixa, apenas alguns servidores tem seus próprios copos, a grande maioria utiliza-se dos descartáveis; o uso de papel reciclado não foi verificado; a reutilização de papel para rascunho é feita por todos os servidores entrevistados; impressão frente e verso praticamente inexiste, pois alguns documentos não se pode fazer este tipo de impressão.
A respeito do tratamento dado pela instituição às questões ambientais, os entrevistados consideraram serem ações incipientes e isoladas, mas com algumas iniciativas isoladas.
CONCLUSÕES:
As respostas aos questionários aplicados permitiram constatar que para os gestores é difícil a união dos setores da UFPB, e para se implantar a gestão ambiental é necessário que os servidores da instituição estejam realmente comprometidos com essas questões. Assim, entende-se que a administração pública é uma consumidora e usuária de recursos naturais e a sua capacidade de indução de novos padrões socioambientais. Dessa forma, obriga dar o exemplo para todos os setores da sociedade, promovendo o desenvolvimento e o crescimento sustentáveis. E que a UFPB, necessita de projetos e ações que iniciem a mudança de cultura dos seus integrantes para que alcance o patamar de uma instituição ambientalmente correta e condizente a natureza de suas atividades, enquanto produtora e disseminadora de conhecimentos e novas tecnologias. Ou seja, os resultados permitem refletir se a UFPB tem assumido o papel de agente disseminador da cultura da gestão ambiental de forma efetiva e eficiente entre os atores que compõem a instituição.
Palavras-chave: Agenda Ambiental na Administração Pública, Instituição de Ensino Superior, Extensão.