65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
DESEMPENHO DA ROMÃ EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO
Mayame de Brito Santana - Depto. de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB
Jairton Fraga Araújo - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
Flávia Michele da Silva - Depto. de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB
INTRODUÇÃO:
A romãzeira é um arbusto lenhoso, ramificado, da família Punicaceae. Sua origem se estende desde os Balcãs até o Himalaia, a Noroeste da Índia (LORENZI & SOUZA, 2001; FERREIRA, 2004). Tem sido considerada sagrada pelas principais religiões do mundo, por apresentar propriedades medicinais, com potencial para tratar grandes variedades de doenças, sendo citada em várias tradições (LANGLEY, 2000).
O clima mais adequado para o cultivo dessa espécie é o subtropical ou tropical, no entanto suporta bem a seca, exigindo temperaturas elevadas na época de maturação dos frutos. Não é exigente em solos e adapta-se bem a solos de reação alcalina (REGATO & GUERREIRO, 2012).
Segundo preceitos da agricultura orgânica, um adequado manejo do solo, da nutrição e do cultivo são fatores fundamentais para a sanidade da planta (CHABOUSSOU, 1987). E a prática da diversificação de culturas, vem contribuindo para a manutenção do equilíbrio do sistema e, consequentemente, do solo e das culturas, promovendo maior estabilidade da produção.
A falta de informações a respeito dos requerimentos nutricionais de muitas espécies frutíferas conduz a necessidade de realização de ensaios para a obtenção de informações mais precisas no sentido de obterem-se plantas de melhor qualidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o desempenho agronômico da romã cultivar ‘Mollar’ em consórcio com espécies forrageiras (pastagens) em sistema de produção orgânico.
MÉTODOS:
Esse estudo foi conduzido na Fazenda Águas de Tamanduá, na cidade de Sousa – PB, em uma área com 48,5 hectares em que está implantado um pomar de romãzeiras, cultivar Mollar, com idade de 2,8 anos, cujas mudas foram proveniente de sementes. As plantas foram espaçadas com 4,0 x 3,5 m, em um solo classificado como VERTISSOLO.
A área em estudo foi dividida em três subáreas, de acordo com o consórcio das pastagens já instaladas no local; onde foi feita uma amostragem, utilizando-se de 300 plantas, 100 em cada área, escolhidas ao acaso.
Área I – Romã em cultivo com capim transvala nas entrelinhas;
Área II – Romã em cultivo com capim tifton nas entrelinhas;
Área III – Romã em cultivo com pasto nativo (leguminosas) nas entrelinhas.
Após 60 dias de acompanhamento, foram avaliados os seguintes parâmetros:
a) Número de frutos por planta (NF);
b) Massa do fruto (MF), através de balança digital;
c) Diâmetro longitudinal do fruto (DL), utilizando-se de paquímetro digital;
d) Diâmetro transversal do fruto (DT), utilizando-se de paquímetro digital;
e) Teor de sólidos solúveis (°Brix), através de refratômetro.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com uso do programa ASSISTAT.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os tratamentos com pasto nativo e capim tifton, apresentaram diferença estatistica em relação ao capim transvala quanto ao número de frutos, com um aumento em termos absolutos de 92% no NF para ambos, em comparação ao capim transvala, o que resultou numa baixa produtividade na área com transvala (1,22 t/ha), em relação às outras, onde a produtividade foi de 1,85 t/ha (pasto nativo) e 1,86 t/ha (tifton) não diferindo estatisticamente entre si. Isso provavelmente, pode ser explicado devido a indisponibilidade de nutrientes na área com transvala, pela competição que se verificou entre as espécies.
A massa dos frutos e o diâmetro longitudinal não apresentaram diferenças significativas, ficando os valores médios entre 191 à 228,5 g e 67,4 a 73,2 cm. As médias obtidas, sugerem não haver influencia das pastagens. Já o diâmetro transversal obteve melhores resultados no consórcio com capim tifton, apresentando maiores valores médios de ºbrix (14,2) para essa área, enquanto que para os outros consórcios obtiveram-se valores médios de 10,5 ºbrix. Provavelmente o capim tifton não exerceu competição acentuada com o pasto nativo, e ainda aumentou o teor de matéria orgânica do solo. A copa das plantas desse consorcio apresentaram-se mais arejadas, com menor incidência de doenças.
CONCLUSÕES:
- A produtividade nas áreas de consórcio com pasto nativo e com capim tifton não apresentaram diferença estatística entre si, não ocorrendo o mesmo para o consórcio com o capim transvala, cujos resultados obtidos foram inferiores aos dos demais tratamentos.
- Plantas com copa mais arejada proporcionou uma melhor aparência dos frutos e menor incidência de doenças.
Palavras-chave: romãzeira, produção orgânica, espécies forrageiras.