65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 2. Engenharia de Pesca
MONITORAMENTO DA SAÚDE DE JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum) CULTIVADOS NO BAIXO SÃO FRANCISCO.
Monyele Acchile Santos - Universidade Federal de Alagoas - UFAL
Jeisikailany Santos Peixoto - Universidade Federal de Alagoas - UFAL
Talita da Silva Espósito - Profa. Dra./ Orientadora – Universidade Federal de Alagoas
INTRODUÇÃO:
O crescimento significativo das atividades relacionadas à aquicultura, observado no Brasil e no mundo tem aumentado, consideravelmente, a relevância dos estudos relacionados com parasitas e outros patógenos de organismos aquáticos, principalmente daqueles hospedeiros com potencial para o cultivo e para comercialização. Nesse contexto percebe-se a grande necessidade de serem analisadas as possíveis doenças que podem acometer a saúde dos animais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
No entanto, verificou-se a importância de se obter dados a cerca da sanidade de juvenis de (Colossoma macropomum) provenientes da Estação de Piscicultura de Betume - 4ª/EPE, município de Neópolis-SE, pois estes são posteriormente distribuídos para várias pisciculturas do Baixo São Francisco.
MÉTODOS:
Foram realizadas cinco coletas ao acaso entre os meses de setembro de 2010 a novembro de 2011, totalizando 70 exemplares de juvenis de tambaqui. Os exemplares foram capturados utilizando-se rede de arrasto e acondicionados vivos em bolsas plásticas com um terço de água e completados com oxigênio. No momento das coletas foram aferidos: temperatura, pH e concentração de oxigênio dissolvido da água dos viveiros. Posteriormente, os peixes foram transportados para análise em laboratório na Universidade Federal de Alagoas (Unidade de Ensino Penedo). Em laboratório, os juvenis de tambaqui foram aclimatados e acondicionados em aquários de vidro sob renovação diária da água, aeração constante e ração comercial. Para o sacrifício dos peixes foi introduzido um estilete na face dorsal do crânio, imediatamente atrás da linha média que vai de um olho ao outro, após o sacrifício foi realizada biometria e a pesagem. Os peixes foram examinados inicialmente através da análise macroscópica da superfície corporal e brânquias e, posteriormente, por análise microscópica do raspado a fresco do tegumento e dos arcos branquiais com uma lâmina. O muco da superfície do corpo e dos arcos branquiais foram colocados entre lâmina e lamínula e analisados no microscópio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O comprimento médio dos peixes foi de 20,65±11,87 cm e o peso médio de 79,56±59,83 g. Os valores médios da temperatura, pH e oxigênio dissolvido da água dos viveiros foram de 27±1,33 ºC, 8±1,58 e 4,91±0,72 mg/L, respectivamente, considerados adequados para a espécie. Nos espécimes necropsiados verificou-se a ocorrência de Monogenea, Digenea e protozoários. Foram calculadas a prevalência (P), a intensidade de infecção (II) e a abundância (A) dos parasitas encontrados. A ocorrência de Ichthyophthirius multifiliis nas brânquias (P= 30%, II= 35 parasitas/peixe e A= 33,1) e no tegumento (P= 30%, II= 96,3 parasitas/peixe e A= 28,9), Monogenea nas brânquias (P=75 a 100%; II= 30,4 a 83,2 parasitas/peixe e A= 38,1 a 77,9) e no tegumento (P= 30%, II= 35,7 parasitas/peixe e A= 38,1),metacercárias no tegumento (P= 25%, II= 82 parasitas/peixe e A= 82,9) e nas brânquias (P= 62,5 a 100%, II= 123 a 149,7 parasitas/peixe e A= 82,9 a 149,7) e ciliados Epistylis sp. nas brânquias (P= 10%, II= 7 parasitas/peixe e A= 4,2).
CONCLUSÕES:
O conhecimento da fauna parasitária e é essencial para prevenir a disseminação de agentes patôgenicos nas pisciculturas e rios do Baixo São Francisco.
Palavras-chave: Tambaqui (Colossoma macropomum), juvenis, sanidade.