65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
Solubilização de fosfato de cálcio e produção de AIA por isolados de bactérias diazotróficas de Tripogon spicatus
Layane Silva Barbosa de Souza - Aluna do curso de graduação em Biologia, FFPP/UPE, Petrolina, PE. Estagiária da
Sirando Lima Seido - Mestre em Horticultura Irrigada – UNEB. Bolsista facepe
Islane Andrade Nunes - Aluna do curso de graduação em Biologia, FFPP/UPE, Petrolina, PE. Estagiária da
Carlos Alberto Tuão Gava - Pesquisador Embrapa Semiárido
Saulo de Tarso Aidar - Pesquisador Embrapa Semiárido
Paulo Ivan Fernandes Júnior - Pesquisador Embrapa Semiárido
INTRODUÇÃO:
A prospecção por bactérias com mecanismos de promoção de crescimento como a fixação biológica de nitrogênio, produção de reguladores de crescimento e disponibilização de nutrientes, tem sido amplamente conduzidas em bactérias obtidas a partir de espécies cultivadas. A prospecção de bactérias promotoras de crescimento vegetal (BPCV) em espécies silvestres começou a ser realizada há poucos anos os resultados obtidos até o momento têm demonstrado a existência de bactérias com potencial para uso como inoculantes em espécies cultivadas.
Tripogon spicatus é uma gramínea tolerante à dessecação capaz de suportar longos períodos de seca. Poucas horas após a reidratação, as folhas de T. spicatus já se apresentam verdes com a sua maquinaria fotossintética em atividade. T. spicatus é amplamente colonizada por bactérias diazotróficas na Caatinga, porém os adicionais mecanismos de promoção de crescimento destes isolados ainda não foram estudados. A avaliação de mecanismos de promoção de crescimento na microbiota associadas a espécies vegetais da Caatinga pode resultar na obtenção de BPCV com potencial para a aplicação em espécies cultivadas na região semiárida.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de produção de ácido indol acético (AIA) e a capacidade de solubilização de fosfato de cálcio a partir de isolados de Tripogon spicatus
MÉTODOS:
Foram avaliados 23 bactérias diazotróficas isoladas de T. spicatus quanto à capacidade de solubilização de fosfato de cálcio e produção de ácido indol acético (AIA) “in vitro”. As bactérias foram crescidas em meio de cultura Dyg's líquido por 48 h. Para a avaliação da capacidade de solubilização de fosfato de cálcio (Ca-P) os isolados foram inoculados placas de Petri contendo meio de cultura GEL suplementado com cloreto de cálcio e fosfato de potássio monobásico. As placas foram incubadas em estufa por XX dias e a capacidade de solubilização do fosfato foi avaliada através da formação do halo translúcido ao redor das colônias.
Para a quantificação do AIA produzido, as bactérias foram crescidas em meio NFb líquido suplementado com 168 mM de triptofano. Após 4 dias a densidade ótica foi ajustada para 0,5 a 540 nm. O caldo de cultivo foi centrifugado e ao sobrenadante foi adicionado o reagente de Salkowski. Após 30 minutos as leituras foram feitas em espectrofotômetro a 492 nm. Para a quantificação, foi feita uma curva com concentrações conhecidas de AIA sintético. Foram também avaliadas 5 estirpes de referência.
Os experimentos foram realizados em triplicatas e os dados foram submetidos a analise de variância e as médias foram comparadas com o teste Skot Knott (P < 0,01).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Avaliando a solubilização de fosfato de cálcio, foi possível observar que quatro bactérias apresentaram a capacidade de solubilizar o fosfato insolúvel. Dentre as bactérias solubilizadoras, destacou-se o isolado “86” cuja capacidade de solubilização foi estatisticamente superior aos demais isolados.
Com relação à produção de AIA, 19 isolados foram capazes de produzir alguma quantidade de AIA em meio suplementado com triptofano. O isolado “96 az” foi o que mais se destacou produzindo em média 87 ug de AIA por mL de meio, média superior ao produzido pelas estirpes de referência, inclusive pela estirpe BR 11175 de H. seropedicae, estirpe de referência com maior produção de AIA (37ug/mL). Além isolado “96 az”, outras 6 bactérias apresentaram a produção de AIA estatisticamente igual ou superior ao produzido pela estirpe BR 11175.
Bactérias isoladas de espécies nativas podem promover o crescimento de espécies cultivadas conforme recentemente demonstrado para bactérias isoladas no Brasil. Na Caatinga as espécies nativas podem representar um importante reservatório de bactérias capazes de promover o crescimento de espécies cultivadas, representando uma importante fonte de insumos biológicos.
CONCLUSÕES:
Bactéria de T. spicatus apresentam os mecanismos de promoção de crescimento avaliados, com destaque para os isolados “86” e “96 az”, que apresentaram respectivamente maior capacidade de solubilizar fosfato de cálcio e produzir AIA.
Palavras-chave: Fixação biológica de nitrogênio, promoção de crescimento, Caatinga.