65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 10. Odontologia
CONHECIMENTOS SOBRE O CÂNCER BUCAL ENTRE ALUNOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Mylane Chrysthine de Messias Lins - Centro Universitário CESMAC
Sylvia Rogers - Centro Universitário CESMAC
José Wanderson Santos de Brito - Centro Universitário CESMAC
Camila Maria Beder Ribeiro - Profa. Dra./ Orientadora - Centro Universitário CESMAC
Fernanda Braga Peixoto - Profa. Dra - Centro Universitário CESMAC
INTRODUÇÃO:
No Brasil, o câncer (CA) de boca é o sexto tipo de câncer com maior mortalidade. Trata-se de uma doença multifatorial, mais frequente em indivíduos do sexo masculino, com idade superior a 40 anos e de baixo poder aquisitivo. O consumo de tabaco e bebidas alcoólicas são apontados em estudos como os fatores de risco mais significativos para o desenvolvimento da doença.
O principal motivo que dificulta o diagnóstico precoce está relacionado com o fato de que na fase inicial as lesões são assintomáticas e pouco valorizadas pelos pacientes, portanto é de grande importância a detecção e o tratamento precoce destas lesões, a fim de evitarem-se mutilações e mortes dos acometidos.
Há uma necessidade de realização de pesquisas que avaliem o conhecimento dos alunos de graduação sobre o diagnóstico, tratamento, manejo e prevenção das lesões potencialmente malignizáveis e do CEC bucal com o objetivo de otimizar as informações dos futuros profissionais da odontologia para a atuação no âmbito do câncer bucal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de odontologia do município de Maceió-AL sobre o CA de boca; Aplicar um questionário para detecção do nível de conhecimento sobre o CA bucal, as lesões potencialmente malignizáveis e carcinoma espinocelular; Correlacionar esse grau de conhecimento com o grau de experiência acadêmica.
MÉTODOS:
Foi realizado um estudo quantitativo, transversal, descritivo e comparativo através de entrevistas realizadas com alunos voluntários da Universidade Federal de Alagoas e do Centro Universitário Cesmac que estavam cursando os dois últimos anos de graduação em odontologia;
Os voluntários foram abordados em sala de aula e posteriormente à etapa de assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, os voluntários responderam ao questionário uma única vez. O questionário foi composto de perguntas objetivas relacionadas à etiologia, à patogênese e à prevenção do CA de boca, baseado no estudo de Pinheiro, Cardoso, Prado (2010).
Após o término da coleta de dados estes questionários foram inseridos em envelopes devidamente identificados para posterior tabulação. As informações obtidas foram utilizadas para a construção de um banco de dados na planilha Microsoft Excel®, sendo utilizada a estatística descritiva para análise dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram avaliados 288 voluntários estudantes do 7º, 8º, 9º e 10º períodos, sendo a maioria do gênero feminino. Neste estudo a maioria dos estudantes afirmaram que grande é o papel do cirurgião dentista (CD) na prevenção e no diagnóstico do CA de boca.
A maioria dos alunos classificou como “bom” tanto o ensino durante sua graduação a respeito do CA de boca, como seu conhecimento sobre o diagnóstico e os métodos preventivos desta doença.
Em relação às condições as quais estão relacionadas o CA de boca a maioria apontou uma úlcera indolor como o aspecto inicial dessa doença e identificou corretamente a leucoplasia, eritroplasia e queilite actínica como as condições mais comumente associadas ao CA de boca.
Frente a um paciente fumante ou etilista a conduta da maioria é a de orientar quanto aos malefícios destes hábitos e 81,6% se consideram aptos para orientar os pacientes sobre o autoexame da boca para prevenção e diagnóstico precoce do CA de boca.
A respeito da conduta do CD ao perceber lesões suspeitas de malignidade a maioria dos participantes 72,9% encaminhariam imediatamente para o especialista em estomatologia, demonstrando insegurança na realização de uma biópsia. Além disto a maioria nunca realizou uma biópsia e não se sente capacitado para tal.
CONCLUSÕES:
A maioria dos alunos classificaram como “bom” tanto o ensino durante sua graduação a respeito do CA de boca como seu conhecimento sobre esta doença nos aspectos de diagnóstico e métodos preventivos.
A maioria apresentou conhecimento adequado sobre os fatores de risco do CA de boca, soube identificar as principais lesões potencialmente malignizáveis.
Frente a um paciente fumante ou etilista a conduta da maioria foi de orientar quanto aos malefícios destes hábitos.
Porém no que diz respeito aos procedimentos práticos diagnósticos o conhecimento foi inconsistente.
As escolas de odontologia do Estado de Alagoas precisam investir numa abordagem mais enfática a respeito do CA de boca e métodos práticos enfatizando as técnicas de diagnóstico, a fim de que os estudantes tornem-se profissionais qualificados e seguros na prática odontológica.
Palavras-chave: Carcinoma Espinocelular, Leucoplasia, Diagnóstico Precoce.