65ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal

POTENCIAL ALELOPÁTICO DE LIPPIA ALBA (MILL.) N. E. BR. (VERBENACEAE).

Rodrigo de Carvalho Brito - Depto de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Piauí- UESPI Maria da Conceição Sampaio Alves - Profa. Dra. Depto de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Piauí- UESPI Ana Raquel Nascimento - Depto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí- UFPI Roberta Lillyan Rodrigues Reis - Depto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí- UFPI Samara Ferreira de Vasconcelos - Depto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí- UFPI Marcones Ferreira Costa - Depto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí- UFPI

INTRODUÇÃO:

A alelopatia é um mecanismo de interação química entre vegetais que desempenha um papel importante em diversos ecossistemas, sendo considerada uma forma de adaptação defensiva das plantas. Em termos práticos e comerciais, um dos alvos mais importante desse estudo é a descoberta de herbicidas naturais, que são ambientalmente e toxicologicamente mais seguros que os herbicidas sintéticos (Macias et al. 2000; Duke et al. 2002). A alface (Lactuta sativa L.) geralmente é usada em testes de alelopatia por apresentar germinação rápida e uniforme, e um grau de sensibilidade que permita expressar os resultados sob baixas concentrações das substâncias alelopáticas. (Gabor & Veatch, 1981; Ferreira & Áquila, 2000).

OBJETIVO DO TRABALHO:

O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial alelopático Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) na germinação e crescimento inicial de L. sativa L. (Asteraceae), por meio de bioensaios laboratoriais.

MÉTODOS:

Foram usados folhas e talos adultos de indivíduos de L. Alba (Mill.) N. E. Br, coletadas próximo ao Rio Parnaíba na cidade de Amarante-PI. Os aquênios da espécie alvo (L. sativa L.) foram obtidos no comércio local. O material coletado foi levado ao Laboratório de Biologia da Universidade Estadual do Piauí, para ser selecionado. A extração do óleo foi feito de modo artesanal, usando a técnica de arraste de vapor. O material foi colocado em autoclave suspenso por tela metálica, para se evitar que água entrasse em contato com o material. O vapor proveniente da fervura foi canalizado por uma mangueira plástica até um isopor contendo gelo para que ocorresse a condensação. Posteriormente o óleo foi separado e emulsionado com DMSO, na proporção 1:1, e para a obtenção de soluções com concentrações T1 (0,0%) T2 (0,25%) T3 (0,50%) T4(0,75%) T5 (1,0%) (v/v). A verificação do potencial alelopático do extrato volátil do óleo, nas diversas concentrações, foi realizada por avaliação de germinação. O bioensaio foi conduzido em placas de Petri (9 cm), forradas com papel de filtro umedecido com 4 mL das soluções ou água (controle). O delineamento experimental foi completamente casualizado, utilizando 50 aquênios de alface por placa, que foram mantidas em câmara de germinação a 27 ºC, fotoperíodo de 10 h. Para evitar evaporação dos extratos ou água, as placas foram seladas com filme de PVC.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O registro do número de aquênios germinados foi feito a cada 24 h, sendo que foram considerados germinados os que apresentaram protrusão da radícula. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e teste de comparação de médias (Tukey 5%). Ao final de 72 h, o índice de velocidade de emergência, o tempo médio de germinação e o porcentual de germinação dos aquênios de alface submetidos ao óleo essencial de L. Alba (Mill.) N. E. Br mostrou diferença significativa em relação ao tratamento controle (T1) apresentando os seguintes valores respectivamente 88,5; 2,29; 42,4. Sendo que os demais tratamentos (T2 ao T5) tiveram os seus valores zerados para as variáveis pesquisadas, uma vez que nenhuma semente germinou na presença do óleo.

CONCLUSÕES:

O óleo essencial de L. Alba (Mill.) N. E. Br apresenta efeito alelopático mas, precisa ser estudado com mais detalhes para novas variações menores de concentrações do óleo, uma vez que a menor concentração (0,25%) obteve os mesmos resultados da maior concentração (1,0%).

Palavras-chave: Germinação, Bioensaio, Óleo essencial.